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O hábito de fumar está associado não só à dependência química pela nicotina, mas também pelo uso indiscriminado por décadas do cigarro em todos os ambientes | Andres Siimon/Unsplash
O hábito de fumar está associado não só à dependência química pela nicotina, mas também pelo uso indiscriminado por décadas do cigarro em todos os ambientes. Contudo, desde 2006 o Brasil adota leis que restringem o ato em locais públicos e privados.
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Para quem ainda não parou de fumar, há uma estratégia que reforça não só o lado do prejuízo ao corpo, mas também trata o lado psicossocial: os grupos antitabagistas.
A pneumologista Fernanda Baccelli, do Hospital Santa Isabel, explicou com mais detalhes a importância destes grupos.
O contingente de fumantes no Brasil vem caindo com o passar dos anos: em 2006, representavam 15,7% da população acima de 18 anos; já em 2021, o percentual caiu para 9,1.
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Esses dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde nas 26 capitais e no Distrito Federal.
Todavia, um dado colhido em 2023 pelo Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), mostra que um quarto dos jovens brasileiros em idade de 18 a 24 anos referiram que já experimentaram cigarros eletrônicos.
O estudo foi realizado pela entidade da sociedade civil Vital Strategies em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
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Dentro do grupo antitabagista, todas as queixas dos pacientes são encaminhadas para os especialistas.
"A avaliação multidisciplinar é capaz de identificar se o paciente tem doenças cardiovasculares e pulmonares, distúrbios de ansiedade e alimentar. Nos grupos os pacientes são acolhidos e têm suas queixas encaminhadas aos profissionais mais adequados as suas condições clínicas", disse a médica.
Assim que ingressam no grupo antitabagista, todos os pacientes têm de fazer um exame inicial.
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"Em primeiro lugar é preciso que o paciente passe por um check-up, uma espécie de rastreio de doenças", explicou.
A atenção dos profissionais é maior com fumantes com mais de 50 anos.
"Pessoas com mais de 50 anos, que tem uma carga de cigarro alta, passa por tomografia anualmente para uma busca ativa do câncer de pulmão, do mesmo modo é preciso passar por uma busca ativa de provas de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), através da prova de função pulmonar", afirmou ela.
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O fim do fumo não significa ganhar peso. Isso ocorre apenas nos casos em que, para substituir o cigarro, a pessoa passe a comer mais.
"Um grupo antitabagista precisa contar com uma nutricionista, que trabalha lado a lado com a pessoa que tem medo de parar de fumar por conta da obesidade. Isso acontece pelo fato de que parando de fumar acaba comendo mais. Paralelamente, é preciso mudar o estilo de vida", informou a pneumologista.
O paciente passa por consulta com um psicólogo, para identificar o nível da dependência do tabagismo.
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"Os pacientes também têm que passar por um psicólogo para identificar indícios de ansiedade ou de compulsão. Dependendo do nível, é preciso passar ainda por um psiquiatra, que vai identificar o nível de dependência do tabagismo", concluiu Fernanda Baccelli.
Para conseguir parar de fumar, muitas pessoas passam a receber a prescrição de medicamentos e até adesivos com nicotina.
"Isso varia de pessoa para pessoa. Medicamento via oral, adesivos, pastilhas. Ou seja, conforme a avaliação individual com médico ou até avaliação conjunta. A abordagem é feita dependendo do nível de ansiedade ou se a pessoa tem múltiplas dependências, como álcool e drogas associados".
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Os gatilhos que fazem as pessoas procurarem por cigarro também são investigados.
"Os especialistas avaliam também a parte cognitiva comportamental e dão orientações individualizadas sobre os gatilhos que fazem pegar o cigarro, sugestões de alternativas para fazer modificação de hábitos. E isso é um dos ganhos para quem participa de grupos antitabagistas multidisciplinares", finalizou Fernanda Baccelli.
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