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A chegada da terceira idade por si só costuma ser um grande desafio para a saúde mental | RF._.studio/Pexels/Creative Commons
A população brasileira está envelhecendo. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Continua), entre 2012 e 2022, o número de brasileiros com 65 anos ou mais cresceu 2,8 pontos percentuais, passando de 7,7% para 10,5% da população. Em números absolutos, os idosos somam cerca de 22,2 milhões de brasileiros.
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Quando se fala neste grupo de pessoas, muitas vezes, vem à mente problemas de saúde específicos, como pressão alta ou dificuldades de locomoção. Contudo, é cada vez mais urgente dar atenção à saúde mental dos idosos.
“O cuidado e busca pela saúde mental ao longo do envelhecimento e durante esta etapa da vida favorecerá uma maior habilidade para enfrentar problemas diversos, como doenças, perdas, dificuldades de relacionamento interpessoal e o enfrentamento de situações adversas”, diz a psicóloga especialista em idosos Marcia Pin Fancelli, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
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De acordo com o médico psiquiatra Ariel Lipman, diretor da SIG Residência Terapêutica, a chegada da terceira idade por si só costuma ser um grande desafio para a saúde mental. Isso porque, diz ele, as pessoas costumam lidar com muitas mudanças nesta fase da vida.
“A terceira idade já é uma fase de maior vulnerabilidade e fragilidade na vida, pois é uma época em que o corpo já não é mais o mesmo, as pessoas não respondem mais fisicamente às questões como antigamente, muitas vezes a gente lida com a maior incidência de doenças", aponta o médico
Além, das mudanças físicas e de saúde, o círculo social também se altera.
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"Soma-se a isso outras questões emocionais, pois é mais comum sermos solitários, já lidamos com mais perdas durante a vida, os filhos já saíram de casa, muitas vezes estamos aposentados, não mantendo nossa vida ativa. Então, tudo isso causa vulnerabilidade e fragilidade”, argumenta Ariel.
Dentre os principais problemas de saúde mental que mais costumam acometer os idosos, os profissionais relatam a depressão e a ansiedade, além das perdas cognitivas causadas por doenças progressivas, como as demências.
Já no que diz respeito aos causadores dos problemas que mais levam os idosos a desenvolverem tais doenças, as perdas desempenham um papel de destaque.
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“O principal aspecto a impactar significativamente a saúde mental do idoso são os processos de luto, a exemplo da perda de um ente querido, perda de status social, da capacidade cognitiva e a aposentadoria”, explica Marcia.
De acordo com os profissionais, a família tem um papel importante na preservação da saúde mental dos idosos. A princípio, prestando atenção nas alterações de comportamento e buscando ajuda quando necessário.
“A gente sempre precisa ficar de olho em mudanças, especialmente as bruscas e repentinas. Existem sinais normais de envelhecimento, como perder interesse em coisas que gostávamos quando mais jovens, preferir ficar em casa e menos vontade de assumir responsabilidades, por exemplo, mas precisamos ficar atentos às mudanças mais sérias. Se a pessoa está sofrendo ou relatando angústia, se notamos alterações em seu comportamento ou bem-estar, isso pode ser um sinal de alerta”, afirma o psiquiatra.
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Outro papel da família está na prevenção das enfermidades, a partir do momento que se torna mais presente na vida do idoso.
“A principal contribuição da família é de dar voz e compreender as emoções do idoso, procurando ajudá-lo a reconhecer possíveis dificuldades vivenciadas nesta fase, considerando suas potencialidades e bagagem de experiências prévias. Tratar o idoso como um adulto que envelheceu e não o infantilizar devido as mudanças físicas, de comportamento e de humor. Incentivar o idoso a fazer planos possíveis e a continuar realizando seus desejos”, aconselha Márcia.
Ariel lembra que, muitas vezes, as doenças na terceira idade se manifestam de forma diferente das na vida adulta.
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“Na depressão, por exemplo, que é comum em idosos e adultos jovens, os sintomas como tristeza e angústia, que são muito comuns, não são tão evidentes nos idosos, que podem apresentar sintomas como isolamento, irritabilidade e baixa autoestima”, alerta o profissional.
Buscar apoio profissional, estabelecer bons vínculos afetivos, bem como manter uma vida social ativa são fatores que favorecem a qualidade de vida e, consequentemente, previnem problemas de saúde mental na terceira idade.
Contudo, os especialistas alertam que os cuidados devem se iniciar o quanto antes, já na fase adulta.
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“As pessoas que se preocupam com o processo de envelhecimento tendem a enfrentar menos problemas mais tarde na vida. Saber que a prática regular de atividades físicas preserva nossa saúde física, manter uma vida social ativa e se preocupar em ter uma reserva financeira para a fase tardia da vida são fatores que impactam positivamente o futuro. Portanto, acredito que o planejamento e a preocupação com o bem-estar futuro tendem a proporcionar um envelhecimento mais tranquilo”, finaliza Ariel.
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