Quais os riscos de fazer apenas uma refeição por dia? Veja o que acontece com seu corpo

Popular entre celebridades e defensores de métodos alimentares alternativos, a dieta OMAD (One Meal a Day ou "uma refeição por dia", em português) é uma abordagem extrema do jejum intermitente. 

A proposta é simples, mas ousada: consumir todas as calorias diárias em uma única refeição, geralmente em um período de uma hora, e jejuar durante as restantes 23 horas. Porém, será que essa prática é saudável e adequada para todos? 

A Gazeta vai mais afundo para mostrar sobre se esta dieta é realmente saudável e se ajuda na perda de peso. Confira.

Como funciona a dieta OMAD?

A essência da dieta OMAD está em concentrar a alimentação em uma janela extremamente curta. Durante o período de jejum, são permitidos apenas líquidos não calóricos, como água, chá ou café sem açúcar. 

Quando chega o momento da refeição, a escolha dos alimentos varia: enquanto alguns priorizam comidas saudáveis e equilibradas, outros se permitem consumir alimentos mais indulgentes.

Segundo especialistas, a proposta lembra o jejum intermitente tradicional, mas em um formato mais rígido. 

Nutricionistas explicam que, idealmente, a refeição da OMAD deve conter de 25% a 35% de proteínas, 40% a 50% de gorduras e 10% a 20% de carboidratos. 

Ainda assim, alertam que essas proporções não refletem uma dieta balanceada e podem trazer riscos à saúde.

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Quais são os benefícios?

Aderentes da dieta OMAD relatam benefícios como perda de peso, redução de gordura corporal e até melhora em indicadores metabólicos, como níveis de insulina e glicose no sangue. 

Um estudo publicado na revista Frontiers in Physiology analisou os efeitos de comer apenas uma vez ao dia em comparação com dividir as calorias em três refeições. Os participantes que seguiram o modelo OMAD tiveram maior redução de peso e gordura corporal. 

No entanto, também apresentaram queda na massa magra e na densidade óssea, o que pode trazer prejuízos à saúde a longo prazo.

Além disso, a OMAD pode atrair aqueles que buscam praticidade. Para muitos, o formato elimina a necessidade de contar calorias ou fazer várias refeições ao longo do dia, tornando o planejamento alimentar mais simples.

Os riscos por trás da prática

Apesar de algumas vantagens aparentes, especialistas alertam para os riscos. O jejum prolongado pode causar fome excessiva, irritabilidade, fraqueza e até episódios de hipoglicemia. 

Especialistas em obesidade, enfatizam que a dieta OMAD pode ser inviável para a maioria das pessoas, pois aumenta o risco de escolhas alimentares inadequadas na única refeição do dia.

Outro desafio está em atender às necessidades nutricionais diárias em uma única refeição. Isso é especialmente problemático para grupos específicos, como crianças, gestantes, idosos e pessoas com condições de saúde, como diabetes ou insuficiência renal. 

Logo, a dieta equilibrada e fracionada ainda é a melhor forma de alcançar uma boa saúde e emagrecimento sustentável, dizem especialistas.

A ciência ainda é limitada

Embora o jejum intermitente, incluindo a dieta OMAD, tenha ganhado atenção crescente, a pesquisa científica sobre o tema ainda é incipiente. 

Estudos frequentemente envolvem grupos pequenos de participantes e períodos curtos, o que limita a aplicabilidade de seus resultados a longo prazo.

Especialistas como Mark P. Mattson, da Universidade Johns Hopkins, defendem que os humanos evoluíram para períodos de privação alimentar, mas reconhecem que nem todos se adaptam bem a métodos tão restritivos. 

Portanto, o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, ressaltam pesquisadores.

Vale a pena tentar a dieta OMAD?

Antes de adotar a dieta OMAD, é fundamental considerar fatores como saúde geral, estilo de vida e orientação de um profissional de saúde. 

Embora possa ser uma ferramenta temporária para perda de peso, seus riscos podem superar os benefícios, especialmente sem o acompanhamento adequado. 

Em vez de soluções radicais, uma alimentação equilibrada e personalizada continua sendo a melhor receita para o bem-estar.