Cansaço excessivo: quando procurar o médico?

Não é difícil se deparar com alguém que relata estar exausto. Contudo, nem sempre o cansaço excessivo é uma reação do corpo a uma rotina atribulada, que envolve o acúmulo de diversas funções, ele também pode indicar um problema de saúde mais grave.

“O descanso adequado, como uma boa noite de sono ou um fim de semana tranquilo, geralmente melhora o cansaço comum. No entanto, se o cansaço não desaparece por mais de duas semanas, mesmo após um bom descanso, e se torna extremamente difícil fazer as coisas diárias, é hora de ir ao médico”, alerta o clínico geral Thiago Piccirillo, da rede de hospitais São Camilo de São Paulo.

O que o seu cansaço pode indicar

Segundo Thiago, quando o cansaço é sinal de algo mais grave, geralmente, ele é acompanhado de outros sintomas, como febre ou calafrios, que sugerem alguma infecção, dor muscular, ou nas articulações, que podem indicar condições autoimunes.

A seguir, veja quais as doenças mais comuns associadas ao cansaço excessivo.

Anemia

A anemia é caracterizada por uma redução de hemoglobina e glóbulos vermelhos no sangue, ocasionada pela carência de um ou mais nutrientes essenciais, como ferro ou zinco.

Os sintomas da anemia incluem cansaço, fraqueza, palidez e falta de ar.

Hipotireoidismo

A tireoide é uma glândula que regula a função de vários órgãos importantes, por meio da produção dos hormônios T3 e T4, triiodotironina e tiroxina, respectivamente. Quando há uma queda na produção destes hormônios é caracterizado o hipotireoidismo.

Além do cansaço, ganho de peso, depressão, constipação e pele seca são alguns dos sintomas do hipotireoidismo.

Diabetes

A diabetes é causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo.

Os principais sintomas da doença são: cansaço, sede excessiva, fome excessiva, perda de peso inexplicável e frequente vontade de urinar.

Apneia do sono

A apneia do sono é uma síndrome na qual a respiração para diversas vezes durante o sono, causando despertares frequentes, e diminuição temporária de oxigênio no sangue, ao mesmo tempo que há um aumento de dióxido de carbono.

Além dos problemas de respiração durante o sono, o cansaço durante o dia e o ronco são sintomas da doença.

Insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca é uma doença na qual o coração não bombeia o sangue como deveria, impactando outros órgãos do corpo e comprometendo a qualidade de vida do paciente.

Cansaço extremo, palpitações, falta de ar e inchaço nas pernas e tornozelos são sintomas da doença.

Problemas de saúde mental

Os problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, também podem, segundo o médico, provocar cansaço físico e mental, falta de atividade e sentimentos de tristeza ou preocupação.

Que médico procurar em caso de exaustão

Para verificar se o cansaço excessivo é algo mais preocupante, o ideal é procurar um médico clínico geral. Dentre os exames que costumam ser solicitados está hemograma completo, teste de função da tireoide, glicemia, exames de urina, entre outros.

“O clínico geral é o primeiro ponto de contato para uma avaliação inicial. Dependendo dos achados, ele pode encaminhar o paciente para um endocrinologista, caso haja suspeita de problemas hormonais; um hematologista, se houver suspeita de anemia; um psicólogo ou psiquiatra, em casos de suspeita de depressão ou ansiedade; e um cardiologista, se houver suspeita de problemas cardíacos”, diz Thiago.

Como diminuir o cansaço

Quando a exaustão não está ligada a nenhum problema mais grave, uma mudança na rotina pode ajudar a diminuir a sensação.

Algumas maneiras de evitar a exaustão incluem dormir bem, comer alimentos saudáveis, fazer exercícios regularmente, beber bastante água e usar técnicas de relaxamento para reduzir o estresse.

“O cansaço é um sintoma comum que pode ter diversas causas. É importante prestar atenção ao corpo e buscar ajuda médica se perceber que ele é persistente e está afetando a qualidade de vida. Um diagnóstico precoce pode ajudar a tratar qualquer condição subjacente de forma eficaz e melhorar a saúde geral”, finaliza o médico.