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As novas gerações buscam outras formas de relacionamentos, sem compromisso legal. | Ivan Samkov / Pexels
O conceito tradicional de relacionamento vem se transformando ao longo dos anos, e novas formas de se relacionar – ou até mesmo de não se relacionar – ganham força em diferentes partes do mundo.
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Entre essas tendências, destacam-se a agamia, a sologamia e a hipergamia, cada uma com suas particularidades e impactos na sociedade contemporânea.
A Gazeta te mostra nesta matéria as diferenças entre esses 3 tipos de relacionamentos que existem em alguns lugares deste mundo.
A agamia, termo derivado do grego "a" (não ou sem) e "gamos" (união ou casamento), refere-se à decisão consciente de não estabelecer relações românticas formais.
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Diferente de simplesmente estar solteiro, o indivíduo agâmico opta por não buscar relacionamentos amorosos ou compromisso legal.
Segundo a antropóloga Heloisa Buarque de Almeida, da USP, essa tendência reflete uma mudança na forma como as novas gerações encaram o amor e a família.
Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil. Países como Estados Unidos e Japão também registram um crescimento no número de pessoas que optam por permanecer solteiras por vontade própria.
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Entre os motivos que levam a essa escolha, estão a preocupação com sustentabilidade e o desejo de evitar a responsabilidade de criar filhos em um mundo marcado por desafios ambientais e sociais.
Além disso, a tecnologia desempenha um papel importante na consolidação desse estilo de vida.
Com as redes sociais e a digitalização das interações, muitos jovens adiam ou até descartam a busca por um relacionamento tradicional, explorando novas dinâmicas de convivência e independência emocional.
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Outra forma de redefinir o conceito de união é a sologamia, também conhecida como autocasamento.
Nessa prática, a pessoa celebra um compromisso simbólico consigo mesma, reforçando o amor-próprio e a autovalorização.
Embora não tenha reconhecimento legal, a sologamia tem se popularizado globalmente, inclusive no Brasil, onde foi introduzida em 2019 pela empresária Jussara Couto.
A prática divide opiniões. Para defensores, trata-se de um ato de empoderamento e aceitação pessoal, uma maneira de superar traumas e estabelecer um vínculo de amor incondicional com o próprio ser.
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Dominique Youkhehpaz, fundadora da Self Marriage Ceremonies, argumenta que o autocasamento pode servir como ferramenta de transformação e crescimento pessoal.
Por outro lado, críticos levantam questões sobre possíveis traços de narcisismo. A psicóloga neozelandesa Karen Nimmo alerta que um isolamento emocional extremo pode levar a dificuldades nas relações interpessoais.
Ainda assim, a tendência segue crescendo, impulsionada por histórias midiáticas e por representações culturais, como nas séries "Sex and the City" e "Glee", que abordaram a prática em episódios especiais.
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Diferente da agamia e da sologamia, que enfatizam a independência emocional, a hipergamia se baseia na busca por parceiros com maior status social ou financeiro.
Esse conceito, historicamente presente em casamentos que fortaleciam alianças políticas e econômicas, continua relevante em muitos países, ainda que de maneira diferente.
A hipergamia tem se destacado principalmente na China e no Reino Unido, onde há uma tendência crescente de pessoas que escolhem parceiros com condições socioeconômicas superiores às suas.
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No Brasil, essa prática também ocorre, sendo associada a plataformas como "MeuPatrocínio", um site de relacionamentos voltado para conexões entre indivíduos de diferentes classes sociais e econômicas, conhecido pelo modelo "Sugar Baby" e "Sugar Daddy".
Embora a hipergamia possa proporcionar estabilidade financeira e social, críticos apontam que ela pode gerar dinâmicas de dominação dentro dos relacionamentos, criando uma dependência emocional e econômica entre os parceiros.
As novas formas de relacionamento refletem diferentes perspectivas sobre o amor e a conexão humana.
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Enquanto a agamia rejeita a necessidade de vínculos românticos e legais, priorizando a autonomia, a sologamia enfatiza o compromisso consigo mesmo como uma forma de autovalorização.
Já a hipergamia se baseia na busca por parceiros com maior status socioeconômico, resgatando padrões antigos sob novas dinâmicas.
Essas diferenças mostram que, apesar das mudanças culturais, o debate sobre relacionamentos continua evoluindo, moldado pelos valores e aspirações individuais de cada geração.
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