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Entenda o contexto histórico da revolução esquecida de São Paulo

Descubra como a Revolução de 1924 em São Paulo desafiou o poder federal e desencadeou mudanças políticas na região

Lincoln Paiva

05/07/2024 às 14:10  atualizado em 07/08/2024 às 14:29

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Revolucao paulista de 1924

Revolucao paulista de 1924 | Revolução de 1924 - Domínio publico

O Brasil enfrentava um enorme processo de transição política. Apenas 30 anos após encerrar mais de quatro séculos de monarquia, o país adotou a república e iniciou a transição para um sistema democrático.

Com a independência já conquistada, a República Velha permanecia sob o controle de políticos que dominavam desde o período monárquico. Práticas como coronelismo, patrimonialismo, nepotismo e relações que remetiam à escravidão continuavam fazer parte das interações sociais.

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Desafios econômicos e políticos na Nova República

Trabalhadores posam antes da colheita de 1909

Além dos aspectos históricos, havia uma conjuntura de incertezas internacionais que tinham reflexo direto na economia brasileira: a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918), a Revolução Russa de 1917, a greve geral paulista de 1917, a insurreição anarquista de 1918, a gripe espanhola de 1919 e principalmente a crise externa e interna brasileira de 1920, provocada pela crise do café (desvalorização dos preços internacionais).

O Brasil era excessivamente ancorado na exportação de café, culminando em uma política de aumentos de impostos sobre importação e proteção demasiada à cultura do café, prejudicando os estados não produtores e fortalecendo os Estados produtores.

Ao final de 1922, a política econômica provocou uma inflação descontrolada, repercutindo diretamente na administração do mineiro Arthur Bernardes, que havia assumido a presidência da república em 15 de novembro de 1922.

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Os antecedentes da revolta

A revolta paulista de 1924

Tudo começou com a cisão política que marcou a sucessão do paraibano Epitácio Pessoa na presidência da República.

A eleição de Arthur Bernardes, de Minas Gerais, em detrimento de Nilo Peçanha, da Bahia, gerou insatisfação nos estados que não produziam café, aumentando as tensões regionais e também entre os militares.

Do lado militar, a luta foi travada em defesa da dignidade e da honra das forças armadas, que se sentiram ofendidas pelo tratamento dispensado a elas.

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Do lado oligárquico, os setores não ligados ao café manifestavam o desejo de maior participação nas decisões e acesso ao poder.

Acensão do tenentismo

A revolta de 1924

Com a vitória presidencial da oligarquia do café, o aumento das punições militares e o fechamento do clube militar culminaram com o levante de 5 de julho de 1922 no Rio de Janeiro, conhecido como revolução tenentista.

O levante irrompeu na Vila Militar e na Escola Militar do Realengo, e também no forte de Copacabana, cuja ocupação terminou na marcha dos 18 do Forte. A revolta envolveu também o contingente do Exército em Mato Grosso.

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O levante dos tenentes do Rio de Janeiro ficou conhecido como a “Revolta dos 18 do Forte de Copacabana”, a primeira manifestação armada tenentista.

A reação do governo foi severa, e os rebeldes foram massacrados. A derrota, contudo, não pôs fim ao tenentismo; ao contrário, ela desencadeou outras revoltas. O tenentismo foi um movimento dos militares de baixa patente, em sua maioria tenentes.

Fonte de pesquisa: ASSUNÇÃO, Moacir. São Paulo deve ser destruída: A História do Bombardeio à Capital na Revolução de 1924. Rio de Janeiro: Record, 2015;
DUARTE, Paulo. Agora Nós. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007;
COHEN, Ilka Stern. Bombas sobre São Paulo: A revolução de 1924, editora Unesp, São Paulo, 2007.

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Fotos do portal Ambiente Legal: A REVOLUÇÃO ESQUECIDA DE 1924 – Portal Ambiente Legal

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