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Muitos pacientes não conseguem parar ou diminuir o uso | Freepik
Os aparelhos eletrônicos estão em todos os locais. São celulares, computadores, tablets e TVs à disposição para trabalhar, estudar, se comunicar e se entreter. Mas o uso excessivo de telas traz também graves perigos.
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O tema está em discussão, principalmente quanto ao consumo por crianças e adolescentes. O Ministério da Educação (MEC), por exemplo, quer banir celulares em escolas.
Carla Cavalheiro Moura, coordenadora do grupo de Dependências Tecnológicas do Ambulatório dos transtornos do impulso do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas de SP explica que, apesar de ainda não constar na classificação internacional de doenças (CID-11), a dependência tecnológica está presente nos consultórios e ambulatórios.
“Existem ações que todo mundo faz, todos compram, usam tela, acabam tendo comportamentos normais com a tecnologia. Só que algumas pessoas adoecem por conta do excesso desses comportamentos. Isso é importante dizer”, reforça a profissional.
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A especialista compara algumas características deste “vício”, termo que ela não gosta, com a dependência química. E pode gerar consequências graves como depressão, ansiedade, isolamento, problemas de visão e até físicos, como dores musculares, sobrepeso e falta de sono.
Alguns sinais ajudam a identificar que o uso de telas passou do limite e é hora de buscar ajuda. Quatro deles, apontados pela coordenadora do grupo de Dependências Tecnológicas, são graves. Saiba quais:
“A pessoa não consegue interromper ou reduzir o uso. Ela faz tentativas repetidas de tentar parar ou de tentar diminuir a frequência e não consegue”, descreve Carla.
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Quando chega neste ponto, a pessoa já perdeu o controle. O dependente pode seguir utilizando o aparelho mesmo quando surgem dores físicas.
Esse uso excessivo acaba prejudicando todas as áreas da vida. “Tem pessoas que acabam não conseguindo dar conta de trabalhar, estudar, manter um relacionamento social adequado, manter um relacionamento afetivo”, afirma a especialista.
Nestes casos, o uso do celular, por exemplo, acaba sendo priorizado em detrimento a todas as outras atividades, mesmo as essenciais.
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O termo científico pode parecer complicado, mas a coordenadora do grupo de Dependências Tecnológicas, mostra que a questão é bem simples.
“Essa pessoa acaba tendo uma desconexão com o tempo real. Ela fala, ‘vou ficar aqui meia hora navegando nas minhas redes sociais’. Quando ela percebe, ela ficou muito mais do que meia hora”.
Em alguns casos, a pessoa pode sentir até sintomas de abstinências. Um incômodo ao ter o uso do aparelho interrompido ou por tempo restrito, que inclui ansiedade, irritabilidade e depressão.
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“Por isso que a gente acaba correlacionando dependência química com dependência comportamental, que inclui a tecnológica. Se parece muito como uma dependência química mesmo. De que eu não consigo ficar sem aquela substância, eu vou atrás daquela substância, mesmo sabendo que aquilo me faz mal”, exemplifica.
A profissional reforça a importância de mudar o estilo de vida e procurar ajuda quando a pessoa percebe que o comportamento está prejudicando a sua vida. A psicoterapia é a mais procurada nestes casos.
“Vai ajudar justamente o paciente a fazer uma tomada de consciência de que esse uso está disfuncional, de tentar pensar em estratégias para ele regular esse uso de maneira mais adequada, de trazer um senso crítico”.
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Quando a dependência gera outras doenças, como ansiedade e depressão, é o caso de procurar um psiquiatra.
Para quem mora na região da Grande São Paulo uma opção é buscar ajuda do Ambulatório dos transtornos do impulso do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas de SP. O contato pode ser feito pelo (11) 99004-6247.
A pessoa entra na lista e passa por uma triagem para ser encaminhado ao tratamento de dependência tecnológica.
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