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Alguns medicamentos nunca devem ser misturados com bebidas alcoólicas | Freepik
O brasileiro consome em média 8 litros de álcool por ano, dois litros acima da média mundial. Os dados, publicados pelo Ministério da Saúde, são da Organização Mundial da Saúde (OMS) e acendem um alerta: é preciso pensar nas consequências de misturar álcool e remédios.
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Segundo o médico psiquiatra William Augusto Araújo, professor do curso de Medicina do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), nem sempre a interação entre álcool e medicamentos será danosa, porém, as bebidas alcoólicas podem piorar os sintomas do que está sendo tratado.
“Mesmo que o álcool não altere diretamente o efeito de alguns medicamentos, ele pode piorar os sintomas que estão sendo controlados com esses remédios. O uso regular de álcool pode aumentar a sensação de tristeza e ansiedade a longo prazo, por exemplo, o que pode tornar o tratamento menos eficaz”, explica.
Quando se fala dos riscos de misturar álcool e medicamentos, o problema quase sempre está relacionado com o fígado, que pode ficar sobrecarregado, visto que é o responsável por metabolizar tanto o álcool como os remédios.
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“Quando o fígado está "ocupado" processando a bebida alcoólica, ele pode não conseguir metabolizar outras substâncias adequadamente, incluindo alguns remédios, que precisam ser metabolizados para agir”, diz Araújo.
Em outras palavras, o medicamento pode não funcionar como deveria. Além disso, ressalta o médico, pode ocorrer uma sobrecarga no fígado, resultando desde uma lesão reversível das células até o risco de insuficiência hepática, ou falha total do fígado.
De acordo com o professor, alguns medicamentos nunca devem ser misturados com bebidas alcoólicas, a exemplo dos benzodiazepínicos, como diazepam, clonazepam, lorazepam e alprazolam; e o metronidazol, um antibiótico usado para tratar infecções intestinais e sexualmente transmissíveis.
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“Os benzodiazepínicos são depressores do sistema nervoso central e, quando combinados com álcool podem causar insuficiência respiratória, ou seja, a pessoa pode parar de respirar”, alerta o médico.
No caso do metronidazol, a combinação com álcool pode levar a uma reação chamada efeito antabuse, que consiste no acúmulo de acetaldeído, uma substância tóxica que provoca náuseas intensas, vômitos, dor de cabeça e, em casos graves, convulsões.
O Ministério da Saúde chama atenção para outras interações perigosas, conforme é possível observar a seguir:
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Ainda que altamente recomendável, nem sempre as pessoas conseguem evitar um copo de cerveja ou vinho de vez em quando, enquanto fazem uso de medicamentos, especialmente remédios de uso contínuo.
Nestes casos, William recomenda uma conversa clara com o médico que prescreveu o remédio. Segundo ele, pode haver algumas exceções, caso o medicamento prescrito não passe pelo fígado.
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