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Cachorro quente de Osasco é citado por muitos como o melhor do Brasil; a Gazeta foi checar se a fama se justifica | Jhemilly Arão B.
Se um cachorro-quente pudesse demonstrar emoções, o de Nova Iorque cairia no choro ao encarar o dogão vendido no calçadão de Osasco. Enquanto o lanche gringo se limita a um pão com salsicha, o osasquense é quase uma bomba de recheios. Mas será que o cachorro-quente da capital nacional do hot dog é o melhor do Brasil?
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O Gazeta Recomenda foi conferir o que faz o lanche da Grande São Paulo ser tão famoso Brasil afora. E claro, fomos tirar a prova para saber se ele realmente é gostoso.
A reportagem esteve no calçadão da cidade e provou o lanche em uma barraquinha de rua, escolhida aleatoriamente, sem avisar que se tratava de uma avaliação para o jornal. O resultado você confere a seguir.
Avaliar um lanche não é tão simples. Foi preciso estabelecer um parâmetro mínimo. Para isso, decidimos comparar o cachorro-quente da barraquinha osasquense com os de outros lanches da mesma categoria.
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Dois outros hot-dogs de peso foram eleitos para a treta: o famoso cachorro-quente de Nova Iorque e o cachorro-quente com a melhor avaliação de um aplicativo de entregas de refeições.
Também estabelecemos três critérios mínimos de prova: sabor geral, apresentação e preço.
Dito isso, vamos ao veredito.
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O dia em que provamos o cachorro-quente de Osasco foi uma ocasião perfeita. Estávamos cansados, com muita fome e dispostos a comer muito.
A barraquinha estava lotada de clientes à volta, e também rodeada de pombos (muitos pombos!).
Com essa vasta companhia, começamos a batalha de comer um lanche grande, muito bem recheado e com vários molhos extras à nossa escolha. Maionese temperada, barbecue eram destaque, mas os tradicionais catchup e mostarda não faltaram.
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Nosso lanche era generoso. A opção completa vem com duas salsichas de uma marca famosa, molho de tomate, vinagrete, bacon, batata palha e purê de batata. O pão que mal conseguia abraçar tantos condimentos.
A simpática moça que nos atendeu finalizou a montagem com uma espátula de maionese e duas “rabiscadas” de catchup e mostarda. Esse último passo é quase que uma forma de decoração. Salgadinhos espetados completam a obra.
Na primeira mordida nosso convidado já comentou: “É muito melhor que o do aplicativo”.
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Não foi preciso terminar de comer para chegar a outras conclusões curiosas. Por exemplo, é impossível não derrubar alguns pedaços no chão - o que faz a alegria dos pombos.
O lanche é delicioso. “Engordar” ele com ainda mais molhos é uma ótima pedida, pois realça o sabor. Afinal, quem decide comer um dog não está pensando muito em calorias.
É um lanche com sabor de lanche. Mata a fome. Sabe quando você está com vontade de comer "porcaria" em vez de um prato de comida? Ele mata ela também.
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Paga-se R$ 10 pela versão completa. Nossa avaliação foi 10, 10, 10 para os quesitos de sabor, aparência e preço.
Nossa breve e simples análise tem um vencedor inquestionável. Dentre os três concorrentes, o osasquense nocauteou sem esforço o cachorro-quente de Nova Iorque e aquele que pedimos por aplicativo.
Saiba a seguir como os oponentes perdedores se saíram no ringue.
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O competidor nova-iorquino sequer deveria ser comparado. Pelo critério de sabor, o lanche gringo deixa muito a desejar. Ele se resume a um pobre pão com salsicha, mostarda e catchup.
Para ficar mais claro, já que estamos falando de cachorro, é como comparar um pitbull com um chiuaua.
No parâmetro de aparência, o lanche dos EUA sequer mereceria um parágrafo. Mas vamos comentar: é sofrível.
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E se o dog do tio Sam leva uma surra sob os critérios de sabor e aparência, em termos de preço ele envergonha.
Pagamos US$ 10. Aqui, quem chorou foi o repórter quando a conversão resultou em quase R$ 60. Uma péssima refeição para o paladar e para o bolso.
O dog encomendado pelo app também desapontou. Apesar de não custar o preço de uma iguaria (pagamos R$ 27 por lanche, mais o frete), ele não empolga. Sobretudo porque aquele aspecto quentinho ficou com Deus ao longo do longo processo de entrega.
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A salsicha é notoriamente de uma marca regular. Não chega a ser ruim, mas não
segura o sabor geral. A sensação é a de que se está comendo um lanche sem sabor definido.
É até difícil avaliar a falta de sabor. Não se sabe se você está comendo um hot dog ou um sanduíche feito com o que tá sobrando na geladeira.
Em termos de aparência daremos um desconto. O entregador vem de moto, pouco se importando com o que está levando. Então, obviamente, não esperávamos receber o lanche montadinho.
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Mas nossa colher de chá para por aqui. No final, o lanche se sai mediano nos critérios de sabor, aparência e preço. Bonitinho, mas ordinário.
Imagine um hot-dog com 62 metros de extensão. Esse lanche foi servido no início de 2024 e rendeu o título de maior cachorro-quente do Brasil à cidade de Osasco. O reconhecimento foi dado pela empresa RankBrasil.
Segundo a prefeitura, a cidade passou a ser a capital nacional do cachorro-quente. Mas por quê? Bom, os números dão uma pista.
O município tem 490 dogueiros licenciados. Só na rua Antônio Agu, cuja parte é um calçadão, são 140 barraquinhas e carrinhos servindo a refeição. Cada um vende até 60 dogs por dia e alguns chegam a ter até 1 quilo. Por lá, cachorro-quente é lei. Literalmente.
Mas número algum ilustra a sensação de ir ao centrão da cidade e comer um cachorro-quente. Confusão, pombos por cima, o medo de pegar uma infecção de algum deles, briga para achar um lugar para sentar. Tudo vale a pena.
Talvez você não concorde que este é o melhor cachorro-quente do Brasil, mas com certeza não irá se esquecer da experiência.
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