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Má alimentação aumenta a chance de desenvolvier doenças | Marcelo Camargo/Agência Brasil
A má alimentação causa problemas e doenças que vão muito além de questões físicas e nutricionais, como diabete e hipertensão. Ela está por trás também da depressão.
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Foi o que descobriu uma pesquisa científica brasileira liderada por Naomi Ferreira, pós-doutoranda da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com profissionais do Instituto de Psiquiatria (IPq) e da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.
Os vilões? Alimentos ultraprocessados. Esse grupo de comida aumenta em até 58% o risco de desenvolvimento de depressão, segundo o estudo, que foi desenvolvido ao longo de oito anos, com 14 mil pessoas.
Não é novidade que os alimentos ultraprocessados trazem risco para a saúde e devem ser evitados, mas nenhuma pesquisa havia focado até então sua relação com a depressão.
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A descoberta foi publicada na Journal of the Academy Nutrition and Dietetics – Jand (Revista da Academia Nutrição e Dietética, em tradução livre), maior organização mundial de profissionais de alimentação e nutrição.
“A dieta ocidental que a população mundial tem aderido, muito baseada em fast foods e comidas prontas, tem um alto teor de calorias vazias – ou seja, você ingere a caloria, mas o corpo continua carecendo de nutrientes fundamentais”, explicou a especialista Naomi Ferreira ao Jornal da USP.
Ao ingerir excessivamente alimentos ultraprocessados, a pessoa aumenta a chance de apresentar desequilíbrio na flora intestinal, causando inflamações que afetam o sistema nervoso central, por meio do eixo intestino-cérebro.
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As vitaminas e minerais são essenciais para o bom funcionamento do sistema nervoso. A má alimentação amplia, não apenas, as chances de depressão, como também de doenças neurodegenerativas, como demência e Alzheimer.
Uma das grandes dificuldades em melhorar a alimentação para muita gente, é o excesso de trabalho e o peso da comida no bolso. São Paulo, por exemplo, tem a cesta básica mais cara do país.
“Os ultraprocessados são produzidos de forma a aguentar por muito mais tempo na prateleira, então são financeiramente mais acessíveis do que o alimento in natura, e por isso pessoas de renda mais baixa tendem a consumi-los”, afirmou a pesquisadora.
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Mas, há esperança. O mesmo estudo, por outro lado, mostrou que pequenas mudanças alimentares já trazem grandes benefícios de saúde.
Ao substituir 5% do consumo de ultraprocessados pela mesma quantidade calórica em alimentos minimamente processados, o risco de um indivíduo desenvolver depressão ao longo dos anos diminui em 6%. Ao substituir 20% desses produtos, é possível reduzir a probabilidade em 22%.
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