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Emagrecimento não pode ser considerado apenas uma questão estética | Andres Ayrton/Pexels
Perder peso não é algo tão simples como algumas pessoas podem pensar. Fatores como desregulação hormonal, estresse, noites mal dormidas, drogas lícitas e ilícitas, e até a idade, interferem nessa equação difícil de se resolver. Contudo, uma consulta com um endocrinologista pode auxiliar nessa tarefa, que para muitos é inglória.
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Dados recentes divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que atingimos a marca de 600 milhões de pessoas obesas no mundo.
No Brasil, de acordo com um estudo do Ministério da Saúde de 2022, 58,7% da população brasileira estão acima do peso; 19,8 % têm algum grau de obesidade com IMC acima de 30; e desses, 4,07 % (863.083 pessoas) têm obesidade mórbida – grau 3, com indicação de tratamento cirúrgico da obesidade por meio da cirurgia bariátrica.
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Essa questão não pode, de maneira alguma, ser reduzida apenas a uma questão estética.
Quando se chega à obesidade, a pessoa já está com uma doença crônica, complexa e evolutiva. Quanto maior o IMC, maiores são as chances de se desenvolver doenças como colesterol, diabetes mellitus, gordura no fígado, doenças cardiorrespiratórias, apneia do sono, problemas ortopédicos - coluna e articulações - e muitas outras mais.
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Segundo o endocrinologista do Hospital Villa-Lobos da Rede D’Or Thiago Marocco, o estresse também é uma questão que interfere na perda de peso:
“Situações estressantes podem ocasionar mudanças no padrão alimentar, como excesso de ingestão calórica e a opção por alimentos menos saudáveis (doces). Pode afetar a qualidade do sono e alterar hormônios relacionados ao ciclo circadiano”, afirmou.
Veja abaixo algumas dúvidas respondidas pelo especialista sobre o tema.
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Thiago Marocco afirmou que desregulação hormonal pode alterar os níveis de alguns hormônios, e causar uma dificuldade para a perda de peso. "Hormônios que participam do controle metabólico e do equilíbrio energético são os mais envolvidos. Insulina, ou a resistência à ação da insulina, pode levar ao acúmulo de gordura corporal", disse.
"Leptina é responsável pela regulação de saciedade e gasto energético e quando ocorre um desequilíbrio, o cérebro pode não receber os sinais periféricos de saciedade e levar a um aumento de ingestão calórica", completou.
Outros fatores também podem gerar mais dificuldades para perder peso:
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"Grelina é um hormônio que estimula o apetite, e o seu desequilíbrio em relação aos outros hormônios pode aumentar o apetite. Cortisol em excesso pode levar ao acúmulo de gordura abdominal. A falta do hormônio da tiroide (hipotireoidismo) pode deduzir a taxa metabólica basal e gerar dificuldades na perda de peso", explicou o especialista.
O estresse crônico pode dificultar a perda de peso em diversas maneiras.
"Situações estressantes podem ocasionar mudanças no padrão alimentar, como excesso de ingestão calórica e a opção por alimentos menos saudáveis (doces). Pode afetar a qualidade do sono e alterar hormônios relacionados ao ciclo circadiano", explicou o endocrinologista.
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"O não controle adequado ao estresse pode alterar alguns hormônios, como o cortisol, que pode levar ao aumento do apetite e ao armazenamento de gordura abdominal, dificultando a perda de peso", completou.
A falta de sono pode dificultar a perda de peso de várias maneiras.
"As principais alterações ocorrem por desequilibro no ciclo sono – vigília. Temos um relógio biológico controlado por um ciclo circadiano de 24 horas. Durante o dia temos alguns hormônios em ação (por exemplo o cortisol). E durante a noite temos outros hormônios (por exemplo a melatonina)", disse.
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"Quando ocorre interrupção deste ciclo, por falta de sono ou por apneia do sono, ocorre um desequilíbrio destes hormônios, levando não só ao aumento do apetite e ao ganho de peso, mas outras alterações importantes como aumento de pressão arterial e dos níveis de glicemia", completou Thiago Marocco.
Os medicamentos podem sim afetar no peso do paciente.
"Sim, existem diversos medicamentos que podem levar ao ganho de peso. Alguns exemplos incluem antidepressivos (inibidores seletivos de recaptação de serotonina ISRS; por exemplo a Paroxetina), esteroides (corticoides), antipsicóticos atípicos (por exemplo a olanzapina), alguns remédios para o diabetes (insulina e sulfas), entre outros", explicou o médico.
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"De uma maneira geral, homens e mulheres têm diferenças hormonais e no metabolismo basal, que é a quantidade de calorias que queimamos em repouso. Essas diferenças podem influenciar como os medicamentos afetam o peso em cada gênero. Alguns antidepressivos podem ter um efeito negativo no peso mais pronunciado em mulheres do que em homens", concluiu.
De acordo com o profissional, a idade pode ser um fator que dificulte a perda de peso.
"À medida que envelhecemos, perdemos massa muscular e com isso temos uma redução na taxa metabólica basal. Com essa redução nosso corpo queima menos calorias, tornando a perda de peso mais desafiadora", disse.
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Existem outros fatores que podem interferir na perda de peso, mesmo para quem pratique atividades físicas.
"Fatores genéticos individuais podem influenciar a maneira como nosso corpo responde à atividade física e à dieta", iniciou.
"Algumas condições clínicas de saúde, como hipotireoidismo, diabetes, problemas ortopédicos dificultando certos tipos de exercícios, problemas cardiovasculares ou pulmonares limitando a intensidade da atividade física. Hábitos de vida como ingestão excessiva de álcool", finalizou.
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