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Comunidade preserva cultura africana em grande cidade do interior de São Paulo

Fazenda abriga grupo que mantém viva a ancestralidade do jongo e outras artes afro

Adriano Assis

29/11/2024 às 14:35  atualizado em 29/11/2024 às 14:50

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Jongo é expressão que combina canto, dança e batuque

Jongo é expressão que combina canto, dança e batuque | Acervo Comunidade Jongo Dito Ribeiro

O jongo é uma forma de expressão afro-brasileira que combina canto, dança e batuque. Tem origem nos ritos, crenças e saberes dos povos africanos, principalmente os de língua bantu, na região onde ficam hoje países como Congo e Angola.

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Chegou por aqui ainda na época do Brasil-Colônia, trazido por negros escravizados para trabalharem nas fazendas de cana-de-açúcar. Resistiu, atravessou o tempo e segue vivo.

No interior de São Paulo, a menos de 100 km da Capital, uma comunidade preserva essa e outras expressões culturais afro-brasileiras levando adiante os saberes ancestrais.

A Comunidade Jongo Dito Ribeiro foi criada em 2002 na cidade de Campinas, realizando trabalhos de reconstituição, composição e pesquisa. Também se apresenta em escolas, universidades, quilombos, unidades do Sesc, festas oficiais, eventos e festivais.

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Resistência e luta

A comunidade fica em uma fazenda histórica do século 19, que se tornou equipamento público em 2007, após o loteamento da área do empreendimento. O enredeço é rua Domingos Haddad, 1, no Residencial Parque da Fazenda.

Bianca Lúcia, gestora da Casa de Cultura Fazenda Roseira, lembra que o local estava abandonado e depredado. A partir de 2008 a fazenda passou a ser ocupada pela Comunidade Jongo Dito Ribeiro, outros grupos, movimentos sociais e religiosos de matriz africana.

Luta que só terminou em 2015, quando a Associação do Jongo Dito Ribeiro passou a ser a gestora do local, que foi rebatizado de Casa de Cultura Fazenda Roseira.

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No local, a comunidade recebe visitas de estudantes, pesquisadores e turistas, realiza eventos, como o Pisa na Tradição, ronda de jongo aberta ao público, e promove o afro-turismo. 

Faz parte, inclusive, do roteiro afro-turístico oficial do estado de São Paulo, o único na Região Metropolitana de Campinas. 

O Roteiro Afro sai por R$ 3,5 mil para um grupo mínimo de 20 pessoas e máximo de 40, tendo duração mínima de 2h e máxima de 6h. No roteiro pode-se acrescentar vivências culinárias e diferentes opções de oficinas, com valores variados.

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Durante o roteiro é partilhada histórias e saberes, contextualizando os participantes sobre o território e a inserção da comunidade na fazenda. Entre as oficinas, estão as de vivência em jongo, de brincadeiras, de turbante, percussão afro e agricultura quilombola.

Quem foi Dito Ribeiro?

O nome da comunidade jongo também tem a ver com herança e ancestralidade. O nome é uma homenagem a Benedito Ribeiro, avô da Mestra e Liderança Alessandra Ribeiro.

Ele chegou em Campinas na década de 1930, vindo do interior de Minas Gerais, e trouxe o jongo com ele, mantendo viva a tradição recebida por seus antepassados, por meio das realizações de festas aos santos católicos, e repassando a seus descendentes.

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