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Comer demais: o que leva ao apetite exagerado e como reduzir a fome

Profissionais de saúde esclarecem quando a fome excessiva se torna um problema grave

Gladys Magalhães

07/11/2024 às 20:16

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O comportamento de comer excessivamente é um processo complexo, que pode ser influenciado por diversos fatores

O comportamento de comer excessivamente é um processo complexo, que pode ser influenciado por diversos fatores | Wayhomestudio / Freepik

Comer, além de ser essencial para a sobrevivência humana, é também uma maneira de socializar. Quando as pessoas se reúnem para festejar, geralmente, elas comem. A comida também traz conforto em situações adversas. Porém, quando o apetite é exagerado, é preciso ligar o sinal de alerta.

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As causas da fome em excesso

O comportamento de comer excessivamente é um processo complexo, que pode ser influenciado por fatores biológicos, psicológicos e ambientais.

De acordo com o médico nutrólogo Fernando Pequeno, que também é professor de uma pós-graduação em Ciências da Longevidade Humana, a literatura médica já identificou várias perspectivas sobre as causas da fome excessiva.

“O aprendizado de comida hiperpalatável, vulnerabilidade individual (algumas pessoas são mais susceptíveis aos estímulos de publicidade), alimentação que “inflama” o intestino aumenta a vontade de comer mais, assim como o estresse e a pressão social e familiar em compartilhar eventos regados a comida e bebida”, diz Fernando.

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Questões hormonais e maus hábitos também podem levar uma pessoa a comer demais, conforme explica o nutrólogo André Lemos, gestor do curso de Medicina do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFaJ).

“Desequilíbrios hormonais (como a grelina e a leptina) e alterações da tireoide, podem contribuir para a fome exagerada. Os maus hábitos, com padrões alimentares estabelecidos desde a infância, também podem levar ao consumo excessivo”, reflete André.

Exagero ou compulsão: quando o apetite vira um problema

Exagerar uma vez ou outra na hora de comer, o famoso “enfiar o pé na jaca”, não é um problema. Segundo os especialistas, as pessoas devem se preocupar quando o exagero deixa de ser eventual.

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“A pessoa precisa prestar atenção aos sinais emitidos pelo corpo, como sensação de estômago pesado ou desconforto. É importante ainda identificar se o alto consumo de alimentos ocorre devido a questões emocionais em vez de fome real”, orienta André.

A velocidade da alimentação também pode indicar que algo está errado. “Comer muito rápido pode ser um sinal importante, bem como se a alimentação se torna automática, sem consciência do que está sendo consumido”, completa o professor da UniFAJ.

É importante deixar claro que nem todo exagero caracteriza uma compulsão alimentar. Segundo Fernando, a compulsão tem episódios recorrentes de alimentação exagerada, com a ingestão de uma quantidade de comida significativamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em um período semelhante.

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“A compulsão alimentar é acompanhada por uma sensação de falta de controle sobre o ato de comer. Frequentemente, está associada a sentimentos de vergonha, culpa e angústia após os episódios de compulsão”, diz o profissional.

Para o diagnóstico, ressalta Fernando, os episódios devem ocorrer, em média, pelo menos uma vez por semana durante três meses, sendo associados a um sofrimento significativo.

As consequências dos exageros na alimentação

A diabetes é uma possível consequência da frequente alimentação exageradaA diabetes é uma possível consequência da alimentação exagerada frequente - Foto: Freepik

O consumo excessivo de alimentos pode ter várias consequências adversas para a saúde, tanto a curto quanto a longo prazo.

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Quem come exageradamente pode sofrer com o ganho de peso e a obesidade que, posteriormente, pode acarretar em diabetes, ou outras doenças metabólicas. Problemas digestivos, como indigestão ou refluxo, são outras possíveis consequências.

A saúde mental também sofre com a fome excessiva, visto que ela pode gerar culpa e ansiedade em relação à comida.

O que fazer para diminuir a fome exagerada

Mudar de hábitos é o primeiro passo para driblar o consumo exagerado de comida. Assim, orienta André, é importante não pular refeições, o que pode levar ao consumo excessivo mais tarde, e evitar comer distraído (assistindo TV, ou mexendo no celular), o que dificulta perceber o quanto foi consumido.

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As dietas extremamente restritivas também devem ser deixadas de lados, já que podem gerar compulsão posteriormente.

A nutricionista Andreia Galliego, da Clínica Elsimar Coutinho SP, orienta sempre buscar ajuda de um profissional para ter uma alimentação personalizada, adequada ao contexto de vida. Ainda assim, ela diz que vale olhar com atenção para proteínas e fibras.

“As proteínas e fibras são as responsáveis por nos manter saciados por mais tempo. Dentre as fibras, eu destaco os grãos integrais, saladas e legumes e, entre as proteínas, vale apostar no consumo de carne vermelha magra, frango e peixe”, diz Andreia.

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