Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Local segue ativo até os dias de hoje e continua importante | Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas
São Paulo tem construções centenárias e locais que fazem parte da história do Brasil desde os primeiros anos após o descobrimento até importantes ciclos de desenvolvimento, como o início do século 20. É o caso de um túnel de pedestres no interior do estado, a menos de 100 km da Capital.
Continua depois da publicidade
São mais de 100 anos de história. E ele funciona até hoje, não apenas como lembrança do passado, mas segue tão útil quanto era em sua inauguração.
É o Túnel de Pedestres da Estação Fepasa, que liga o Centro de Campinas à Vila Industrial pelas ruas Lidgerwood e Antônio Manuel, e que foi construído em 1918. Ele faz parte do complexo da Estação Cultura, uma das sete maravilhas do município.
Com 200 metros de extensão, a passagem funciona diariamente das 6h às 20h. Passou por reforma em 2019, e é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural (Condepacc), junto com o complexo ferroviário da região central.
Continua depois da publicidade
De uma época de fazendas históricas de café e industrialização, sua construção tem a ver com o crescimento do município, mas também com a luta de trabalhadores.
A região da Vila Industrial era separada do Centro de Campinas pela linha férrea e foi lugar de construções consideradas insalubres no século 19. Com a industrialização, a região passou a ser moradia de trabalhadores, que só acessavam o Centro pela “Porteira do Capivara”, onde hoje está o viaduto Miguel Vicente Cury.
Ali ocorreu um fato marcante e triste da história de Campinas, o Massacre da Porteira do Capivara, durante a greve geral de 1917. No ato, trabalhadores de todo o Brasil reivindicaram reajustes salariais, proibição do trabalho de menores de 14 anos e redução na jornada, além de redução do custo de vida.
Continua depois da publicidade
No município campineiro, o movimento reuniu ferroviários, metalúrgicos e operários de outras categorias industriais. Em um dos dias de manifestação, os trabalhadores se mobilizaram na porteira para impedir que o líder fosse levado à força para São Paulo.
Eles foram surpreendidos pela força policial que abriu fogo, matando três trabalhadores e ferindo outros 16.
Essa história foi resgatada pela exposição Memória da População Negra em Campinas, do Arquivo Municipal, para contar sobre Armando Gomes.
Continua depois da publicidade
O ferroviário, membro da Liga Humanitária dos Homens de Cor, teve fundamental papel organizando as Ligas Operarias de Bairros e foi um dos feridos no massacre.
O episódio acelerou as obras de construção do túnel sob a ferrovia, inaugurado no ano seguinte, e segue até hoje como a principal passagem a pé entre as duas regiões de Campinas.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade