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A sologamia não é reconhecida legalmente em nenhum país. Porém, a tendência tem conquistado adeptos ao redor do mundo e também no Brasil | Pixabay
Em um mundo cheio de novidades e inovações, a tradição do casamento vem passando por transformações.
Muitos com o coração partido ou até decididos a não mais procurar um relacionamento sério, preferem ficar sozinhos.
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Existem casos em que a pessoa se casa consigo mesma. Inclusive este é o tema da matéria. A Gazeta te explica o que é sologamia, uma nova forma de casamento que vem ganhando espaço na cultura mundial. Confira.
A sologamia, conhecida como autocasamento, é uma prática em que uma pessoa celebra uma união simbólica consigo mesma, reafirmando amor-próprio e aceitação.
Embora não seja reconhecida legalmente em nenhum país, a tendência tem conquistado adeptos ao redor do mundo e também no Brasil, onde foi introduzida em 2019 por Jussara Couto, uma empresária mineira.
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Na ocasião, Jussara organizou uma festa para celebrar seu compromisso consigo mesma, inspirando outras pessoas a fazerem o mesmo.
Segundo Daniele Cerqueira, da organização Eu Comigo, uma cerimônia de autocasamento pode variar de um ritual íntimo a um evento mais elaborado, dependendo das preferências individuais.
Dominique Youkhehpaz, fundadora da empresa Self Marriage Ceremonies, relatou que muitas pessoas que se casaram consigo mesmas conseguiram superar relacionamentos abusivos, se concentrar em suas carreiras ou até encontrar novos parceiros após a cerimônia.
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Para ela, a sologamia pode ser uma ferramenta de transformação pessoal.
Entretanto, enquanto muitos adeptos veem a prática como uma forma de aceitação e valorização pessoal, há quem questione se ela não seria, na verdade, um reflexo de narcisismo.
A psicóloga neozelandesa Karen Nimmo, em entrevista ao g1, destacou a necessidade de equilíbrio:
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“É fundamental garantir que suas relações interpessoais sejam saudáveis. Uma dependência excessiva de si mesmo, priorizando constantemente suas necessidades acima das dos outros, pode ser um sinal de comportamento narcisista, algo que pode levar a uma vida solitária e insustentável.”
Os debates sobre a sologamia não se restringem às análises psicológicas. O caso de Jussara Couto, empresária brasileira que popularizou o autocasamento no País, gerou reações diversas nas redes sociais.
Enquanto alguns elogiaram sua iniciativa como um ato de empoderamento, outros foram críticos. “Isso parece mais uma tentativa de chamar atenção ou enviar uma mensagem a um ex-parceiro do que uma demonstração de autoestima genuína”, comentou um usuário.
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Apesar das críticas, é importante lembrar que a sologamia desafia os ideais tradicionais de casamento, frequentemente glamorizados em filmes e histórias românticas. Alexandra Gill, fundadora da consultoria Marry Yourself Vancouver, questiona:
“Se analisarmos bem, os casamentos convencionais também podem ser considerados narcisistas, não podem?”
Com opiniões divididas, a sologamia segue como um tema que provoca reflexão sobre os limites entre amor próprio e excessiva autoafirmação, levantando questões sobre as motivações e impactos dessa prática simbólica.
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A origem da sologamia remonta a iniciativas como a de Gabrielle Penabaz, artista nova-iorquina que realizou seu primeiro autocasamento no ano 2000, após o término de um relacionamento.
Gabrielle descreveu o evento como “o melhor casamento” e, desde então, fundou uma instituição dedicada a ajudar outras pessoas a realizarem cerimônias semelhantes, tendo já conduzido mais de 1,5 mil eventos.
Outro nome de destaque no movimento é Dominique Youkhehpaz, que oficializou seu primeiro casamento solo em 2011 durante o festival Burning Man, nos Estados Unidos.
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Dominique fundou a consultoria Self Marriage Ceremonies, oferecendo cursos e sessões para ajudar interessados a se preparar para a sologamia.
Embora muitas vezes vista como um ato de amor-próprio, a sologamia também pode ter um caráter terapêutico.
Defensores afirmam que a prática permite um renascimento pessoal. “Conheço pessoas que deixaram relacionamentos abusivos, dedicaram-se mais ao trabalho ou encontraram novos amores após casarem consigo mesmas”, comenta Dominique.
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As celebrações frequentemente incluem votos emocionantes e pessoais, como destaca Gabrielle Penabaz: "Muitas pessoas dizem coisas como: ‘Eu me perdoo’ ou ‘Eu nunca mais vou me chamar de feia’".
A prática já foi retratada em séries de TV populares como Sex and the City e Glee, ganhando cada vez mais espaço na cultura contemporânea.
O caso da advogada e modelo Cris Galêra chocou o mundo por uma curiosidade. Em entrevista ao New York Post, ela revelou que decidiu celebrar o matrimônio com seu "eu interior" em agosto de 2021.
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“Fiz por amor-próprio, estou me amando tanto que não consigo sentir algo por outra pessoa. Eu não ficarei desapontada, não trairei minha confiança e me amarei acima de tudo”
Porém, três meses depois do casamento, Cris Galêra resolveu terminar com ela mesma. O motivo? Carnaval.
A modelo afirmou que desfilaria em São Paulo em 2022 e que está se apaixonando por outra pessoa
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“Fui feliz enquanto durou. Hoje busco outras oportunidades no amor”
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