Saiba quais são os sinais do parkinson

Famosos como Ozzy Osbourne (Cantor), Neil Diamond (Cantor) ou Renata Capucci (jornalista) já anunciaram que lutam contra a doença de parkinson.

A doença também afeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 4 milhões de pessoas. Pensando nisso, a Gazeta conversou com Gustavo Franklin, médico neurologista e professor da PUC-PR, que apontou quais são os sinais do parkinson. Confira abaixo: 

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Sintomas iniciais do parkinson

O médico aponta que na doença de parkinson, o início dos sintomas geralmente se manifesta com lentidão nos movimentos, conhecida como bradicinesia, acompanhada de rigidez e/ou tremor. Quando ocorre o tremor, ele geralmente é um tremor de repouso, ou seja, ocorre quando a pessoa está relaxada, e tende a ser inicialmente unilateral em cerca de um terço dos casos.

Além disso, ele explica que é notável lentidão nos movimentos, ou seja, um lado do corpo tende a mover-se mais lentamente que o outro. Com a progressão da doença, os sintomas motores tendem a tornar-se bilateralmente mais simétricos ao longo do tempo, especialmente se não tratados adequadamente.

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Além desses sintomas motores, o especialista explica que existem também os sintomas não motores. Estes sintomas que não estão relacionados ao movimento, como constipação, perda do olfato, insônia, ansiedade e depressão. É importante notar que esses sintomas não motores podem preceder os sintomas motores, como lentidão, rigidez e tremor.

Gustavo Franklin ressalta que embora esses sintomas não motores sejam considerados como precursores do início da doença, nem todas as pessoas que apresentam esses distúrbios não motores desenvolvem a doença de parkinson, conforme observado pelo médico.

Sinais de identificação precoce do parkinson

Para o neurologista, a lentidão dos movimentos durante atividades repetitivas é uma característica distintiva. No entanto, o tremor de repouso, que ocorre quando alguém está bastante relaxado, manifestando-se mais em um lado do corpo do que no outro, é um dos sintomas mais marcantes que suscitam suspeitas de parkinson.

Ele ainda explica que sempre que um paciente relata um aumento significativo na dificuldade de movimento que persiste por mais de três meses - como caminhar ou executar tarefas, mesmo após um longo período - deve-se considerar a possibilidade de doença de parkinson.

Sintomas menos conhecidos do parkinson

Os sintomas menos conhecidos do parkinson como apontado pelo neurologista são aqueles que se assemelham a outros distúrbios ou doenças, e às vezes nem mesmo estão associados a uma condição específica, como o distúrbio comportamental do sono REM. 

Esse distúrbio manifesta-se quando alguém fala dormindo, experimenta sonhos intensos e se agita na cama, como se estivesse participando de um espetáculo ou lutando enquanto dorme. É bastante prevalente na doença de parkinson, afetando mais de 70% dos pacientes, e pode ser um sintoma precursor comum que precede o aparecimento do parkinson, o que, se observado em fases iniciais, pode facilitar um diagnóstico precoce da doença.

Além disso, certos sintomas como dor no ombro, especialmente se for unilateral, podem motivar o paciente a buscar ajuda médica.

Outros sintomas, como movimentos lentos e sinais ainda mais sutis, como disfunção erétil, também podem levar as pessoas a procurarem assistência médica.

Gustavo Franklin dá o exemplo que se alguém está constantemente experimentando dor no mesmo ombro, podem ser submetidos a exames diagnósticos. Embora esses sintomas sejam bem descritos e comuns, eles não são particularmente característicos do parkinson, o que às vezes resulta em visitas a vários médicos sem uma explicação clara.

A perda do olfato, como mencionado anteriormente pelo médico também é um sintoma, embora não esteja relacionado ao movimento. Além disso, após a pandemia de Covid-19, as pessoas podem estar preocupadas com os sintomas do vírus, o que pode mascarar sintomas que já estavam presentes há algum tempo. 

O médico finaliza dizendo que esses sintomas podem progredir gradualmente e até mesmo afetar o paladar, o que pode levar a pessoa a pensar que é algo normal ou ser interpretado erroneamente por outros médicos. No entanto, esses são sinais precoces significativos que podem indicar a presença da doença de parkinson.

*Texto sob supervisão de Matheus Herbert.