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Conheça a cidade com o menor IDH do Brasil

A renda média mensal dos moradores dessa cidade é de R$ 135

Raphael Miras

29/11/2024 às 11:51  atualizado em 29/11/2024 às 11:53

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O IDH de Melgaço, calculado com base em dados de saúde, educação e renda, já foi ainda mais baixo. 

O IDH de Melgaço, calculado com base em dados de saúde, educação e renda, já foi ainda mais baixo.  | Divulgação/Prefeitura de Melgaço

Localizado no Arquipélago do Marajó, no Pará, Melgaço carrega o título de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, com uma pontuação de 0,418. 

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Apesar de avanços nas últimas décadas, a cidade enfrenta uma série de desafios que refletem as desigualdades sociais e estruturais do País.

A Gazeta te conta os detalhes e os desafios de sobreviver em uma cidade com o pior IDH do Brasil. Confira a seguir;

Avanços e estagnações no IDH

O IDH de Melgaço, calculado com base em dados de saúde, educação e renda, já foi ainda mais baixo. 

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Em 1991, o índice era de 0,177, mas cresceu 136% em 20 anos, superando a média nacional de crescimento (47%). Apesar disso, o município continua na faixa “muito baixo desenvolvimento humano”.

No entanto, a renda média mensal dos moradores é de R$ 135. Uma das mais baixas do país. Foto: Divulgação/Prefeitura de Melgaço
No entanto, a renda média mensal dos moradores é de R$ 135. Uma das mais baixas do país. Foto: Divulgação/Prefeitura de Melgaço
20% dos adultos são analfabetos, e a taxa de evasão escolar no ensino médio chega a alarmantes 21,2%. Foto: Wikimedia Commons
20% dos adultos são analfabetos, e a taxa de evasão escolar no ensino médio chega a alarmantes 21,2%. Foto: Wikimedia Commons
No único hospital municipal, a precariedade é evidente, com alas desativadas e equipamentos quebrados. Casos de mortes evitáveis são recorrentes devido à demora no atendimento médico. Foto: Divulgação/Governo do Pará
No único hospital municipal, a precariedade é evidente, com alas desativadas e equipamentos quebrados. Casos de mortes evitáveis são recorrentes devido à demora no atendimento médico. Foto: Divulgação/Governo do Pará

A expectativa de vida, um dos componentes do índice, aumentou de 57,8 anos em 1991 para 71,6 em 2010. No entanto, a renda média mensal dos moradores é de R$ 135. Uma das mais baixas do Brasil.

Além disso, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 20% dos adultos são analfabetos, e a taxa de evasão escolar no ensino médio chega a alarmantes 21,2%.

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Educação: desafios estruturais

A educação em Melgaço enfrenta obstáculos em várias frentes. Muitas crianças dependem de transporte fluvial para chegar às escolas, mas a irregularidade no serviço faz com que frequentemente percam aulas. 

Em algumas semanas, as escolas funcionam apenas dez dias devido a suspensões, como preparação para eventos.

Maria Benedita, moradora da zona rural, lamenta a precariedade do sistema. Ela nunca frequentou a escola e vê seus filhos enfrentarem dificuldades semelhantes. 

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A merenda escolar é outro problema. Relatos apontam que crianças ficam frequentemente sem alimentação suficiente, o que prejudica a aprendizagem.

Infraestrutura e saúde

Sem conexão terrestre com outras cidades, Melgaço depende de barcos para transporte, o que encarece e dificulta a oferta de serviços básicos. 

No único hospital municipal, a precariedade é evidente, com alas desativadas e equipamentos quebrados. Casos de mortes evitáveis são recorrentes devido à demora no atendimento médico.

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Uma gestão de poucos recursos

O município arrecada apenas 6% do que gasta, sobrevivendo majoritariamente de repasses estaduais e federais. 

O prefeito atual, Tica Viegas, reconhece as limitações: “A gente não arrecada nada e tem que fazer milagre com o dinheiro que recebe”.

Embora obras de infraestrutura tenham sido realizadas na zona urbana, a zona rural continua negligenciada.

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O que o futuro reserva?

A desigualdade entre Melgaço e municípios mais desenvolvidos, como São Caetano do Sul (SP), é alarmante.

Enquanto São Caetano apresenta um IDH de 0,862, com renda média 15 vezes maior, Melgaço luta para oferecer condições básicas a seus moradores.

Essa realidade revela que os desafios do município vão além dos números do IDH, exigindo políticas públicas efetivas e ações que considerem as especificidades locais.

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