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O IDH de Melgaço, calculado com base em dados de saúde, educação e renda, já foi ainda mais baixo. | Divulgação/Prefeitura de Melgaço
Localizado no Arquipélago do Marajó, no Pará, Melgaço carrega o título de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, com uma pontuação de 0,418.
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Apesar de avanços nas últimas décadas, a cidade enfrenta uma série de desafios que refletem as desigualdades sociais e estruturais do País.
A Gazeta te conta os detalhes e os desafios de sobreviver em uma cidade com o pior IDH do Brasil. Confira a seguir;
O IDH de Melgaço, calculado com base em dados de saúde, educação e renda, já foi ainda mais baixo.
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Em 1991, o índice era de 0,177, mas cresceu 136% em 20 anos, superando a média nacional de crescimento (47%). Apesar disso, o município continua na faixa “muito baixo desenvolvimento humano”.
A expectativa de vida, um dos componentes do índice, aumentou de 57,8 anos em 1991 para 71,6 em 2010. No entanto, a renda média mensal dos moradores é de R$ 135. Uma das mais baixas do Brasil.
Além disso, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 20% dos adultos são analfabetos, e a taxa de evasão escolar no ensino médio chega a alarmantes 21,2%.
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A educação em Melgaço enfrenta obstáculos em várias frentes. Muitas crianças dependem de transporte fluvial para chegar às escolas, mas a irregularidade no serviço faz com que frequentemente percam aulas.
Em algumas semanas, as escolas funcionam apenas dez dias devido a suspensões, como preparação para eventos.
Maria Benedita, moradora da zona rural, lamenta a precariedade do sistema. Ela nunca frequentou a escola e vê seus filhos enfrentarem dificuldades semelhantes.
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A merenda escolar é outro problema. Relatos apontam que crianças ficam frequentemente sem alimentação suficiente, o que prejudica a aprendizagem.
Sem conexão terrestre com outras cidades, Melgaço depende de barcos para transporte, o que encarece e dificulta a oferta de serviços básicos.
No único hospital municipal, a precariedade é evidente, com alas desativadas e equipamentos quebrados. Casos de mortes evitáveis são recorrentes devido à demora no atendimento médico.
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O município arrecada apenas 6% do que gasta, sobrevivendo majoritariamente de repasses estaduais e federais.
O prefeito atual, Tica Viegas, reconhece as limitações: “A gente não arrecada nada e tem que fazer milagre com o dinheiro que recebe”.
Embora obras de infraestrutura tenham sido realizadas na zona urbana, a zona rural continua negligenciada.
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A desigualdade entre Melgaço e municípios mais desenvolvidos, como São Caetano do Sul (SP), é alarmante.
Enquanto São Caetano apresenta um IDH de 0,862, com renda média 15 vezes maior, Melgaço luta para oferecer condições básicas a seus moradores.
Essa realidade revela que os desafios do município vão além dos números do IDH, exigindo políticas públicas efetivas e ações que considerem as especificidades locais.
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