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Saiba mais sobre o perigo das cobras em áreas urbanas de São Paulo

A Gazeta visitou o Instituto Butantan para tirar dúvidas e entender quais cuidados tomar com as diferentes espécies

Leonardo Sandre

27/08/2024 às 10:00  atualizado em 27/08/2024 às 12:01

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As duas espécies de cobras nativas mais perigosas do Brasil são a cascavel e a jararaca

As duas espécies de cobras nativas mais perigosas do Brasil são a cascavel e a jararaca | Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo

A reportagem da Gazeta visitou o Museu Biológico do Butantã, no Instituto Butantan, e tirou dúvidas sobre a vida e o perigo que as cobras representam aos humanos no cotidiano.

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Veja abaixo, as informações de Silvia Regina Travaglia Cardoso, pesquisadora científica do Museu Biológico do Butantan, sobre cuidados a se tomar e locais com maior presença de cobras.

Quais cobras são as mais perigosas?

A reportagem da Gazeta visitou o Museu Biológico do Butantã, no Instituto Butantan, e tirou dúvidas sobre a vida e o perigo que as cobras representam aos humanos no cotidiano - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
A reportagem da Gazeta visitou o Museu Biológico do Butantã, no Instituto Butantan, e tirou dúvidas sobre a vida e o perigo que as cobras representam aos humanos no cotidiano - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
Silvia Regina Travaglia Cardoso, pesquisadora científica do Museu Biológico do Butantan, falou sobre cuidados a se tomar, locais com maior presença de cobras e muito mais - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
Silvia Regina Travaglia Cardoso, pesquisadora científica do Museu Biológico do Butantan, falou sobre cuidados a se tomar, locais com maior presença de cobras e muito mais - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
As duas espécies de cobras nativas mais perigosas são a cascavel e a jararaca. A cascavel é a que mais mata no Brasil. A cobra possui o veneno neurotóxico, que atinge o sistema nervoso, sendo o mais letal. São 20 mil acidentes por ano no País. A jararaca é a que mais pica, sendo responsáveis por 69,3% dos acidentes de cobras no Brasil. Com o veneno proteolítico, os sintomas são de inchaço, hemorragia no local da mordida, olhos ou gengiva - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
As duas espécies de cobras nativas mais perigosas são a cascavel e a jararaca. A cascavel é a que mais mata no Brasil. A cobra possui o veneno neurotóxico, que atinge o sistema nervoso, sendo o mais letal. São 20 mil acidentes por ano no País. A jararaca é a que mais pica, sendo responsáveis por 69,3% dos acidentes de cobras no Brasil. Com o veneno proteolítico, os sintomas são de inchaço, hemorragia no local da mordida, olhos ou gengiva - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
A especialista ressaltou a importância de buscar um atendimento profissional quanto antes for possível em caso de picadas por cobras. Tomar muita água para repor o líquido perdido também é fundamental - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
A especialista ressaltou a importância de buscar um atendimento profissional quanto antes for possível em caso de picadas por cobras. Tomar muita água para repor o líquido perdido também é fundamental - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
Há regiões com maior presença de cobra, sendo as com maior presença de mata. Em São paulo, a maioria das espécies fica na divisa com Mato Grosso do Sul, nas proximidades do Rio Paraná. Contudo, há regiões urbanas que também tem a presença das serpentes. "Periferia com transição da cidade para área de mata tem muita jararaca em são Paulo. Por exemplo, em Cotia, que é um lugar super populoso, Embu, Parelheiros, Alphaville, a região de Barueri, tem jararaca também" - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
Há regiões com maior presença de cobra, sendo as com maior presença de mata. Em São paulo, a maioria das espécies fica na divisa com Mato Grosso do Sul, nas proximidades do Rio Paraná. Contudo, há regiões urbanas que também tem a presença das serpentes. "Periferia com transição da cidade para área de mata tem muita jararaca em são Paulo. Por exemplo, em Cotia, que é um lugar super populoso, Embu, Parelheiros, Alphaville, a região de Barueri, tem jararaca também" - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
Somente 17% das serpentes têm veneno. Uma maneira para diferenciar as peçonhentas (venenosas) para as sem veneno está nas presas. As cobras não peçonhentas sequer possuindo as presas na boca - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)
Somente 17% das serpentes têm veneno. Uma maneira para diferenciar as peçonhentas (venenosas) para as sem veneno está nas presas. As cobras não peçonhentas sequer possuindo as presas na boca - (Rodrigo Pivas/Gazeta de S.Paulo)

As duas espécies de cobras nativas mais perigosas são a cascavel e a jararaca.

A cascavel é a cobra que mais mata no Brasil. Essa serpente a possui um veneno neurotóxico, que atinge o sistema nervoso, sendo o mais letal. São 20 mil acidentes por ano no País.

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A jararaca é a que mais pica, sendo responsáveis por 69,3% dos acidentes de cobras no Brasil. Com o veneno proteolítico, os sintomas são de inchaço, hemorragia no local da mordida, olhos ou gengiva. 

"A maior parte de acidentes por cobras são por jararacas. São aqueles acidentes clássico, feio, que vai inchar, doer, e até ficar com necrose, podendo perder um membro, porém, mata menos que a cascavel devido ao efeito do veneno", explica  Cardoso.

Soro antiofídico

Cada país produz os soros para os seus animais nativos. Portanto, caso o animal não seja do Brasil, não haverá soro da espécie, a menos que alguma cobra já tenha sido capturada anteriormente.

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Caso não haja o soro, o procedimento é de solicitar com algum país que o tenha e aguardar para que ele chegue.

No caso da Jararaca, por exemplo, existem 33 espécies no País, mas só cinco delas são utilizadas na produção do soro. Com o soro produzido por estas cinco espécies, é possível tratar a picada de todas as 33.

Como proceder em caso de picada de cobra?

A especialista ressaltou a importância de buscar um atendimento profissional quanto antes for possível em caso de picadas por cobras. Porém, algumas medidas podem ajudar durante o processo:

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Segundo Cardoso é preciso lavar o local da picada com água e sabão, pois a boca da serpente é contaminada.

"Não pode amarrar, não fazer o famoso torniquete. Também não pode colocar nada em cima da ferida, seja pó de café, urina, beber cachaça. Sugar o veneno também não serve para nada, só faz o indivíduo correr o risco de pegar outras doenças", destacou a pesquisadora.

Amarrar a região da picada pode, na verdade, contribuir para acelerar a necrose na região, portanto, caso se encontre em uma situação dessas, jamais faça isso.

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Tomar muita água para repor o líquido perdido também é fundamental.

Quais são as regiões de São Paulo mais afetadas pela presença dessas cobras?

Há regiões com maior presença de cobras, como a parte da periferia que faz transição da cidade para área de mata. Em São Paulo, a maioria das espécies fica na divisa com Mato Grosso do Sul, nas proximidades do Rio Paraná. Contudo, há regiões urbanas que também tem a presença das serpentes.

"Tem muita jararaca em São Paulo transição da cidade para área de mata. Por exemplo, em Cotia, que é um lugar super populoso, Embu, Parelheiros, Alphaville, a região de Barueri, tem jararaca também", diz Cardoso.

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A pesquisadora também esclareceu que a destruição de boa parte da mata e vegetação, faz os animais virem para direção da cidade em busca de alimento. Para evitar uma presença indesejada em sua residência, é necessário deixar a limpeza em dia.

"Importante evitar o acúmulo de lixo. Se juntar muito entulho e aparecer baratas, o escorpião também aparece, se aparecer ratos, vêm as cobras", alerta Cardoso.

Na parte do litoral, todos os lugares são perigosos, especialmente o litoral norte, pois é a região que possui a mata mais perto da praia. Ubatuba, Ilhabela, Bertioga, são algumas das regiões que registram mais cobras, que aparecem muitas vezes durante as trilhas necessárias para chegar até as praias.

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Como saber se a cobra é venenosa?

Somente 17% das serpentes têm veneno. Uma maneira para diferenciar as peçonhentas (venenosas) para as sem veneno está nas presas. As cobras não peçonhentas sequer possuindo as presas na boca.

A fosseta loreal, um órgão sensorial termorreceptor presente nas serpentes da família Viperidae, que parece um buraco próximo das narinas é outro indicativo de veneno.

 Todas as serpentes venenosas, com exceção da cobra coral, possuem este órgão que serve como um termômetro usado para identificar uma presa ou um predador pelo calor que emitem.

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Contudo, mesmo as cobras que não possuem veneno ainda podem atacar, causando mordidas dolorosas.

Por onde sai o veneno?

O veneno das cobras peçonhentas é produzido em glândulas especializadas localizadas na cabeça, atrás dos olhos. Essas glândulas são análogas a glândulas salivares e produzem o veneno, que é uma substância complexa composta por enzimas, toxinas e proteínas.

O veneno é armazenado nas glândulas e, quando a cobra morde, é expelido através de canais que conduzem o veneno até as presas (dentes).

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As cobras peçonhentas possuem presas ocadas ou sulcadas, que funcionam como agulhas hipodérmicas. Quando a presa penetra na pele da vítima, o veneno é injetado através dessas presas diretamente na corrente sanguínea ou nos tecidos.

Tipos de presas em cobras peçonhentas

Existem diferentes tipos de presas em cobras peçonhentas:

Fangas fixas: encontradas em cobras como as corais, essas presas são pequenas e não retráteis, localizadas na frente da boca.

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Fangas retráteis: vistas em cobras como as víboras e cascavéis, essas presas são longas e podem ser dobradas para trás quando a boca está fechada, estendendo-se para frente durante a mordida.

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