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Jesus foi crucificado e sofreu várias situações críticas, tanto na carne, quanto no espírito | Freepik
A crucificação de Jesus, até hoje, continua sendo um tema debatido por especialistas e pessoas que acreditam (ou não) na sua passagem pela Terra.
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Os quatros evangelhos relataram o grande sofrimento que Jesus teve pela salvação daqueles que acreditam no seu poder. Mas o que diz a ciência sobre a dor que o filho de Deus sentiu naquele dia?
A crucificação de Jesus é objeto de estudo do arqueólogo Rodrigo Silva e do médico cardiologista Ricardo Costa, que discutiram a crucificação do Messias em um podcast do canal Inteligência. Descubra o que eles pensam sobre este evento enigmático para os cristãos.
Originada de métodos mais antigos, como o empalamento praticado por assírios, a crucificação romana tornou-se uma ferramenta eficiente de repressão e intimidação, segundo os estudiosos.
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Os condenados eram expostos nus, suspensos por horas ou dias sob sol escaldante, diante de uma multidão. A intenção não era apenas matar, mas causar vergonha e dor intensa.
A duração do suplício variava: algumas vítimas podiam sobreviver por três ou quatro dias antes de sucumbirem.
Porém, a morte não encerrava a punição — os corpos eram geralmente descartados em valas comuns, sem qualquer dignidade.
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A exceção registrada no caso de Jesus — cujo corpo foi sepultado — tem respaldo arqueológico, contrariando críticas céticas sobre a veracidade do relato bíblico.
Ainda de acordo com os especialistas, durante séculos, a crucificação era conhecida apenas por descrições textuais ou representações artísticas.
Mas em 1967, uma descoberta em Jerusalém mudou esse cenário: arqueólogos encontraram um osso de calcanhar perfurado por um prego, pertencente a um homem chamado Johanan Ben Hagakol.
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Foi a primeira evidência física de uma crucificação romana.
O achado desafiou representações clássicas, nas quais os pés dos crucificados aparecem sobrepostos e atravessados por um único prego no peito do pé.
Na realidade, segundo especialistas, os pregos eram provavelmente inseridos lateralmente, atravessando os calcanhares de forma individual. Posteriormente, outros dois casos semelhantes foram encontrados, um na Itália e outro na Inglaterra, reforçando a hipótese.
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Esses vestígios também revelaram detalhes sobre os instrumentos usados: pregos longos de ferro, restos de madeira de oliveira e até indícios de que esses objetos eram preservados por judeus como amuletos, encontrados em tumbas datadas do século I.
Do ponto de vista médico, para os especialistas, a crucificação é um dos métodos mais letais e dolorosos de execução.
A posição do corpo pendurado dificultava a respiração: para inspirar, o condenado precisava se apoiar nos pés e nos braços — ambos pregados à madeira — o que causava dores intensas. A expiração tornava-se progressivamente mais difícil, levando à asfixia.
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Outras causas prováveis de morte incluíam choque hipovolêmico (causado pela perda de sangue), falência cardíaca, arritmias e desidratação severa.
Para acelerar o processo, soldados romanos quebravam as pernas dos crucificados — prática conhecida como crurifragium — impedindo-os de se erguer para respirar.
Isso foi feito com os ladrões crucificados ao lado de Jesus, mas não com ele, pois, segundo os evangelhos, já estava morto quando os soldados chegaram.
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Um detalhe relatado pelos textos bíblicos — a saída de “sangue e água” do lado de Jesus após ser perfurado por uma lança — encontra respaldo na medicina moderna.
A explicação plausível seria a perfuração das cavidades pleural e pericárdica, liberando líquido seroso e sangue acumulado em decorrência do sofrimento extremo.
Apesar da violência física e da agonia envolvidas, estudiosos como o arqueólogo Rodrigo Silva destacam que, no caso de Jesus, o maior sofrimento pode ter sido de ordem espiritual.
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O clamor registrado nas Escrituras — “Deus meu, por que me abandonaste?” — é interpretado como sinal da angústia existencial e da separação entre o Filho e o Pai no momento do sacrifício.
Para os que creem, essa dimensão espiritual confere à crucificação de Jesus um significado único: não apenas uma execução, mas um ato de redenção.
Enquanto a dor física era comum a milhares de crucificados, a carga simbólica e espiritual da cruz de Cristo é apontada como singular.
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A crucificação de Jesus é um episódio que continua a intrigar estudiosos e fiéis. As descobertas arqueológicas, os estudos médicos e os registros históricos ajudam a compreender a brutalidade do método romano e as possíveis circunstâncias da morte.
Mas, especialmente no caso de Jesus, a narrativa ultrapassa o campo físico e alcança o espiritual, conferindo à cruz um sentido que vai além da madeira, dos pregos e da dor.
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