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Relembre a história do esquartejador de mulheres que aterrorizou SP

Francisco da Costa Rocha ganhou na prisão o apelido de 'Chico Picadinho' após matar duas mulheres

Gladys Magalhães

23/07/2024 às 16:30

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Francisco da Costa Rocha ficou nacionalmente conhecido como 'Chico Picadinho'

Francisco da Costa Rocha ficou nacionalmente conhecido como 'Chico Picadinho' | Reprodução

Em agosto de 1966, Francisco da Costa Rocha, que ficaria nacionalmente conhecido como Chico Picadinho, então com 24 anos, conheceu a mulher que viria a ser a primeira de uma série de vítimas. Durante 10 anos, ele aterrorizou a cidade de São Paulo em razão da brutalidade dos seus crimes.

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Na  época, ele morava na rua Aurora, no centro, em um apartamento, que dividia com um médico-cirurgião da aeronáutica, um homem casado, que utilizava a moradia para encontros extraconjugais.

Francisco trabalhava como corretor de imóveis e costumava frequentar as ruas boêmias do bairro da Luz, região no centro da capital paulista, conhecida na época como “Boca do Lixo”.

Em uma das noites de boemia, o rapaz conheceu Margareth Suida, uma bailarina austríaca, de 38 anos. A mulher seria sua primeira vítima.

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O primeiro crime

Após beberem em um bar, Margareth aceitou o convite de Francisco para ir até o apartamento da rua Aurora. Segundo informações da época, os dois beberam e fumaram no local. Durante o ato sexual, contudo, Francisco teria ficado enfurecido, o que o levou a enforcar a bailarina com um cinto.

Ao perceber que ela não respirava, ele a arrastou até o banheiro, onde, com uma gilete, esquartejou o corpo da vítima. De acordo com a perícia, Margareth levou vários golpes, nas regiões dorsal direita, glútea, perianal, pubiana, parte anterior do pescoço, torácica, abdominal, coxa esquerda, braço e antebraço esquerdo.

Depois do crime, Francisco adormeceu exausto no sofá da sala. Ao acordar, contou ao amigo que havia uma pessoa morta no apartamento. Algum tempo depois, ele foi preso, sem oferecer resistência.

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Em entrevista ao jornalista investigativo Percival de Souza, Francisco disse que matou Margareth porque ela havia se recusado a uma prática sexual proposta por ele. Ele também admitiu ter esquartejado a mulher porque ela lhe lembrava a mãe, Nancy, uma mulher que se prostituía e chegou a viver longe do filho durante sua infância, por dois anos.

Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho / WIKIMEDIA/COMMONS
Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho / WIKIMEDIA/COMMONS
Margareth, a primeira vítima de Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho / REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Margareth, a primeira vítima de Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho / REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Ângela, a mulher morta em 1976, por Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho / REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Ângela, a mulher morta em 1976, por Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho / REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Francisco ficou 20 anos a mais na cadeia, aguardando decisão da Justiça / REPRODUÇÃO/TV RECORD
Francisco ficou 20 anos a mais na cadeia, aguardando decisão da Justiça / REPRODUÇÃO/TV RECORD
Chico Picadinho em retrato feito em 1993. Atualmente, ele vive no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Taubaté / MARLENE BERGAMO/FOLHAPRESS
Chico Picadinho em retrato feito em 1993. Atualmente, ele vive no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Taubaté / MARLENE BERGAMO/FOLHAPRESS

A segunda vítima

Dez anos após o crime brutal, foi liberado por bom comportamento, mas Francisco voltou a atacar: em setembro de 1976 estuprou e tentou estrangular a prostituta Rosemarie Michelucci, em um motel da Zona Leste de São Paulo, mas ela se defendeu com chutes, mordidas, socos e gritos, conseguindo se livrar dele.

Apesar de ter levado uma facada, ela sobreviveu e perdeu o filho que esperava grávida de três meses. Chico conseguiu escapar.

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Terceira vítima

Pelo crime, Francisco foi condenado a 18 anos de prisão. Mas, de fato, ficou preso por apenas 8 anos. No presídio, ele estudou e trabalhou. Casou-se ainda recluso, mas acabou se separando da mulher, grávida, quando ganhou a liberdade. Chegou a se casar novamente e ter outro filho, porém, de novo, o relacionamento não prosperou.

Foi após se separar da segunda mulher, que Francisco voltou a frequentar a “Boca do Lixo” e, dois anos e cinco meses depois de sair da cadeia, matou novamente. O ano, dessa vez, era 1976 e a vítima:  ngela de Souza da Silva, uma prostituta, de 34 anos.

 ngela e Francisco se conheceram em uma lanchonete e Francisco a levou para o apartamento de um amigo. Enquanto mantinham relações sexuais, ele a estrangulou e utilizando uma faca, um serrote e um canivete a esquartejou.

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A vítima foi encontrada sem os seios, sem os olhos e com a boca retalhada. Suas vísceras foram jogadas no vaso sanitário, que chegou a entupir. Os membros foram colocados em sacos plásticos e malas.

Assim como ocorreu no primeiro crime, após o ato, Francisco, exausto, adormeceu no sofá. Dessa vez, ele chegou a fugir, mas acabou preso. No julgamento, a defesa alegou insanidade mental, mas Francisco foi condenado a 22 anos e seis meses de reclusão em presídio normal.

“Chico Picadinho”

O apelido de ‘Chico Picadinho’, Francisco ganhou na prisão, onde chegou a trabalhar como bibliotecário. Ele cumpriu sua sentença integralmente e ainda ficou outros 20 anos detido, por ‘interdição civil’, enquanto a Justiça decidia o que fazer com ele.

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Em 2019, ele deixou a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, e passou a viver no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Taubaté.

Atualmente, com 82 anos, ele está em convívio coletivo (dentro do hospital) e, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), até o início da pandemia, exercia atividades laborterápicas no setor de biblioteca.

Chico Picadinho é um homem muito lúcido e, até hoje, passa seus dias praticando pintura.

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