Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Arte pode ser vista por quem cruza a avenida Anhaia Mello, na altura do metrô | Divulgação/Metrô
Quem já passou pela estação Vila Prudente do Metrô (Linha-2 Verde e Linha-15 Prata) na avenida Anhaia Mello, zona leste de São Paulo, já deve ter admirado um grande painel homenageando sambistas paulistanos históricos.
Continua depois da publicidade
É a obra “O Cúmulo do Samba”, do grupo Paulestinos, formado por Átila Fragozo e Renoir Santos. O lambe-lambe digital está na estação desde 2022, e foi instalado por meio do Museu de Arte de Rua de São Paulo (MAR), da prefeitura.
A ideia partiu do artista e sambista Átila Fragozo, que chamou o amigo, sociólogo e ex-presidente da escola Camisa Verde e Branco, Tadeu Kaçula, para completar a pesquisa.
“Gosto muito de samba, participei de alguns grupos em São Paulo, e sempre achei interessante o fato do samba paulista ter vindo do batuque de terreiro, do samba de bumbo do interior. Aí quis fazer uma homenagem, parafraseando o Vinícius de Moraes”, conta Átila. É atribuída ao poeta carioca a frase “São Paulo é o túmulo do samba”.
Continua depois da publicidade
No painel estão 30 personagens históricos do samba paulistano, desde a sua origem, ligado ao samba de bumbo do interior, passando pela oficialização das escolas de samba, até dias mais atuais.
A repercussão pós-lançamento foi enorme no mundo do samba. “Conheci o Seo Carlão do Peruche e outras pessoas, parentes de sambistas que estão no painel. Virei amigo da dona Rose Marcondes, neta da madrinha Eunice. Abriu um portal para mim”, comenta o artista.
Mas você conhece todos os retratados pela obra? Confira:
Continua depois da publicidade
Adoniran Barbosa (João Rubinato, 1910-1982) – Compositor mais celebrado do samba paulista, retratou em suas obras o cotidiano das camadas pobres da população. É o autor de clássicos como "Trem das Onze", "Tiro Ao Álvaro", "Saudosa Maloca" e "Samba do Arnesto".
Armando da Mangueira (Armando José Daguer, 1937-2000) – Carioca de nascimento, chegou a São Paulo nos anos 1950 e nos anos 1970 se tornou o intérprete da Nenê de Vila Matilde. Compôs oito sambas-enredos e vários sambas exaltação da Nenê. Também “puxou” outras escolas.
Carlos Alberto (Carlos Alberto Tobias, 1949-1990) – Filho de Inocêncio Tobias, o comandante Tuba, como era conhecido, foi presidente da Camisa Verde e Branco da morte do pai até 1990, quando também faleceu.
Continua depois da publicidade
Dionísio Barbosa (1891-1977) – Mestre e pioneiro do samba paulista, foi o criador do Cordão Barra Funda, o primeiro da cidade no bairro berço do gênero. O cordão deu origem a escola Mocidade Camisa Verde e Branco.
Dona Duda Ribeiro (Dulcinéia Ribeiro, 1952) – Filha de sambistas e afilhada de Geraldo Filme, Duda é uma das principais cantoras do samba paulistano e Embaixadora do Samba de São Paulo. Começou na Vai-Vai e depois se transferiu para a Camisa Verde Branco.
Dona Inah (Ignez Francisco da Silva, 1935-2022) – Dama do rádio e do samba paulista, Dona Inah foi grande cantora que só teve oportunidade de gravar seu primeiro disco aos 69 anos, com “Divino Samba Meu”, que lhe deu o Prêmio TIM da Música Brasileira.
Continua depois da publicidade
Dona Olímpia (Olímpia dos Santos Vaz, 1915-2015) – Eterna rainha da corte da Vai-Vai, Dona Olímpia era a matriarca da escola e uma das embaixadoras do samba paulistano.
Eliana de Lima (Eliana Maria de Lima, 1961) – A “rainha do pagode” é cantora, com mais de 10 discos gravados, compositora e intérprete do carnaval paulista, com passagem por diversas escolas, entre elas, Unidos do Peruche e Leandro de Itaquera;
Geraldo Filme (Geraldo Filme de Sousa, 1927-1995) – Um dos pais do samba paulistano, seu Geraldão da Barra Funda, como também já foi chamado, compôs para o cordão Paulistano da Glória e sambas-enredos vitoriosos para a Unidos do Peruche e Vai-Vai.
Continua depois da publicidade
Henricão (Henrique Felippe da Costa, 1908-1984) – Compositor do primeiro samba da Vai-Vai e um dos principais intérpretes da história do samba. Também foi ator e jogador de futebol;
Inocêncio Tobias (1921-1980) – É um dos fundadores, na década de 1950, do cordão Mocidade Camisa Verde e Branco, que em 1972, virou a escola de samba. Antes participou dos cordões Geraldinos e Campos Elíseos, ambos da Barra Funda.
Juarez da Cruz (1930-2009) – Importante para o desenvolvimento do carnaval paulistano, foi fundador do bloco que deu origem a Mocidade Alegre, escola que presidiu e depois tornou-se presidente de honra.
Continua depois da publicidade
Madrinha Eunice (Deolinda Madre, 1909-1995) – Uma das matriarcas do samba de São Paulo, foi ativista negra e fundadora da Escola de Samba Lavapés Pirata Negro, a mais antiga da cidade. É homenageada com uma estátua no bairro da Liberdade.
Magali (Magali dos Santos Tobias, 1948) – Viúva de Tuba, Magali foi presidente da Camisa Verde e Branco, de 1990 a 2005, período em que a escola conquistou quatro títulos. Anos mais tarde, voltou como diretora de Carnaval.
Marcelo (Marcelo Inocêncio Tobias, 1973) – O Alecrim é um dos maiores ritmistas da história do Carnaval paulistano e fruto da longa dinastia da Camisa Verde e Branco. Toca todos os instrumentos da bateria, mas é historicamente ligado ao surdo, herança de família.
Continua depois da publicidade
Mestre Pé Rachado (Sebastião Eduardo do Amaral, 1913-1990) – Foi presidente da Vai-Vai, incluindo o período dos oito títulos de Carnavais entre 1960 e 1967, e da Barroca Zona Sul, a qual foi um dos fundadores.
Pato N’água (Walter Gomes de Oliveira, ? -1969) – Apitador do cordão da Vai-Vai, se tornou um dos fundadores da escola de samba, no qual foi também mestre e diretor de bateria. Sua morte é creditada ao Esquadrão da Morte durante a Ditadura. Foi homenageado por Geraldo Filme no clássico samba “Silêncio do Bexiga”.
Paulo Vanzolini – (Paulo Emílio Vanzolini, 1924-2013) – Autor de "Volta por Cima" e outros clássicos, é um dos compositores mais famosos de São Paulo. Foi gravado pelos principais artistas do País.
Continua depois da publicidade
Seo Carlão do Peruche (Carlos Alberto Caetano, 1930-2025) – um dos fundadores da escola Unidos do Peruche e um dos “cardeais do samba”, grupo que lutou pela oficialização e reconhecimento das escolas paulistanas. Nos deixou em fevereiro de 2025.
Seu Dadinho (Eduardo Joaquim, 1943-2021) – Um dos baluartes do samba de São Paulo, mestre Dadinho, como também era conhecido, foi cantor, compositor e um dos fundadores da Camisa Verde e Branco.
Seu Nenê da Vila Matilde (Alberto Alves da Silva, 1921-2010) – Um dos maiores nomes do Carnaval paulistano, fundou e presidiu a tradicional Nenê de Vila Matilde até 1996. Apesar do cargo, fazia questão de desfilar na bateria, tocando caixa.
Continua depois da publicidade
Silvio Modesto (Silvio Luiz Fernandes, 1944) – Carioca de nascimento, o compositor é um dos mais importantes do samba paulistano. Começou tocando pandeiro em peças de Plínio Marcos e não parou mais. Passou por diversas escolas até se fixar na Pérola Negra.
Symone (Symone Tobias) – Filha de Tuba e Magali, e neta de Inocêncio, a compositora presidiu a Camisa Verde e Branco entre 2005 e 2007. Na escola foi também foi passista, chefe de ala, diretoria e vice-presidente.
Talismã (Octavio da Silva, 1924-1990) – Violonista, cantor, compositor, artista plástico e carnavalesco histórico da Camisa Verde e Branco. Passou por diversas outras escolas de São Paulo e teve sambas gravados por grandes nomes da música.
Tia Cida dos Terreiros (Maria Aparecida da Silva Tarjan, 1940) – Matriarca do samba em São Mateus, na zona leste, Tia Cida é filha do sambista Blecaute, cantora e assistente social. Do seu quintal saíram importantes nomes do samba paulistano.
Tia Lourdes (?-2019) – Foi uma das baianas mais antiga do Carnaval paulistano e integrante da velha-guarda da escola Camisa Verde e Branco. É considerada um dos maiores patrimônios da Barra Funda.
Toinho Melodia (Antonio Freire de Carvalho Filho, 1950-2021) – cantor, instrumentista e um dos maiores compositores da velha-guarda paulista. Começou nos sambas do futebol de várzea da Vila Maria e passou por diversas escolas da cidade.
Toniquinho Batuqueiro (Antônio Messias de Campos, 1929-2011) – É um dos fundadores da Embaixada do Samba Paulistano, criada para dar visibilidade aos antigos representantes do samba. Participou da formação da escola de samba Unidos do Peruche e de outras agremiações.
Vassourinha (Mário Ramos, 1923-1942) – Estourou cedo como um dos maiores cantores de samba da história do rádio. Cantou na Rádio Record, mas morreu cedo, aos 19. Após um tempo “esquecido”, foi resgatado e homenageado em discos e documentário.
Zeca da Casa Verde (José Francisco da Silva, 1927-1994) – O poeta da Casa Verde começou no Carnaval aos 13 anos, no morro de Perdizes, fez parte do Trio Aquarela e compôs clássicos do Carnaval paulista, principalmente para Morro da Casa Verde e Rosas de Ouro.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade