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A erosão e o avanço do mar colocam praias em perigo | Márcio Ribeiro/DL
Destino queridinho dos paulistanos, Peruíbe sofre grande risco de sumir do mapa. A área afetada será a praia da Barra do Una, onde há a junção do rio com o oceano. O avanço do mar, junto com a erosão do solo, assustam os moradores.
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O nível da água do rio vem aumentando há cerca de dez anos, segundo locais, mas se intensificou em 2021, quando alguns tiveram que deixar suas casas. Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da USP, explica que esse processo acontece por conta da ação humana.
“Essa é uma tendência que tem a ver com a elevação do nível do mar e, em alguns locais, com processos que intensificam a erosão, como a ocupação costeira e o uso excessivo de água”, disse o pesquisador ao Metrópoles.
No litoral, a erosão acontece quando a praia começa a perder areia. Esse processo é natural, por conta da ação das marés e dos ventos, que levam os sedimentos consigo. Mas, quando há ação humana, ele pode ser perigoso.
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A interferência das pessoas acelera ainda mais a erosão, deixando a faixa de areia mais estreita e aumentando o nível do mar. Isso é problemático pois aproxima ainda mais a água das casas e dos comércios.
Alexandre Turra explica que “a erosão costeira tem várias causas, desde a retirada de areia rio acima, a construção de barragens, o aumento ou a diminuição de chuva, as mudanças climáticas, além da retirada das árvores das encostas”.
No caso da Barra do Una, esse processo é ainda mais perigoso porque altera o curso do rio. “Isso leva a diferentes interações com as correntes marítimas que acabam ocorrendo ao longo da costa e com o padrão de deposição de sedimento”, explica o pesquisador.
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Além da erosão, o litoral paulista também sofre com as consequências das mudanças climáticas extremas. Segundo Turra, o nível do mar sobe 4 mm a cada ano no estado.
A Barra da Una é uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável, sob responsabilidade do governo do estado de São Paulo. Em projeto inédito, o governo usou a técnica de geobags para frear a erosão.
Os geobags são sacos feitos com tecido específico da engenharia cheias de areia. Eles servem para diminuir o impacto direto da água para a população costeira, mas não resolvem o problema.
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Outras medidas também estão sendo tomadas. Os órgãos governamentais Fundação Florestal, o Instituto de Pesquisas Ambientais e a Defesa Civil, além da prefeitura de Peruíbe, construíram barreiras feitas de pedras, madeira e bambu. Há também a monitoração dos impactos por drone.
O governo procura soluções imediatas para amparar os moradores mais afetados, mas o problema tende a crescer ainda mais. Turra alerta sobre a importância de preservar o meio ambiente e frear a ação humana na região.
“É preciso garantir que esses ambientes naturais [vegetação nativa], que têm funções ecológicas muito importantes, tenham condição de se realocar na medida em que o nível do mar subir”, explica.
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