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Porta do inferno: conheça a história da cratera que cresce sem parar

Suas chamas vêm queimando continuamente desde 1971, alimentada pelos ricos depósitos de gás natural na área do Turcomenistão

Leonardo Sandre

22/05/2024 às 12:00  atualizado em 18/07/2024 às 23:28

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'Porta do Inferno', cratera no Turcomenistão que não para de queimar há mais de 50 anos

'Porta do Inferno', cratera no Turcomenistão que não para de queimar há mais de 50 anos | Reprodução/Institute of Ecology of the North

Conhecida como a "Porta do Inferno",  uma cratera, localizada em Darvaza, na província de Ahal, no Turcomenistão, tem gerado a curiosidade de quem não a conhece.

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Ela é uma formação geológica que se formou com o derretimento do permafrost (camada do subsolo da crosta terrestre que está permanentemente congelada). O enorme buraco no solo também é conhecido pelo nome Cratera de Darvaza.

A curiosidade é que a cratera, conhecida por suas chamas, vêm queimando continuamente desde 1971, alimentada pelos ricos depósitos de gás natural na área. 

Como é a Porta do Inferno?

A cratera tem quase 70 metros de largura, cerca de 30 metros de profundidade e está em chamas há mais de 50 anos. No interior dela, a temperatura varia de 400°C a 1.000°C. Ela exala um forte cheiro de enxofre que pode ser sentido à distância.

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Quanto ao tamanho, uma pesquisa desenvolvida por cientistas da Universidade Estatal de Lomosonov em parceria com o Instituto Alfred Wegener da Alemanha, em março de 2024, apontou uma velocidade incrível na qual a cratera se expande: até um milhão de metros cúbicos por ano, que ocorre com o derretimento do permafrost.

Além disso, ela libera toneladas de carbono na atmosfera todos os anos.

Uma pesquisa publicada em março de 2024, desenvolvida por cientistas da Universidade Estatal de Lomosonov em parceria com o Instituto Alfred Wegener, da Alemanha, mostrou a velocidade que a cratera se expande: até um milhão de metros cúbicos por ano, que ocorre com o derretimento do permafrost. Além disso, ela libera toneladas de carbono na atmosfera todos os anos.

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Onde ela fica?

A aldeia de Darvaza, também conhecida como Derweze (que significa "o portão", em turcomano), conta com cerca de apenas 350 habitantes e está localizada a cerca de 260 km ao norte de Asgabade, no meio do deserto de Caracum.

No local, há a ocupação de mais de 70% da área do país e é rico em petróleo, enxofre e gás natural. A reserva de gás encontrada alí é uma das maiores no mundo. 

A cerca de 250 quilômetros de distância de Ashgabat, a capital do Turcomenistão, o local é procurado por turistas que visitam o país, tornando-se o principal ponto tuístico da região. Nesta capital, é possível entrar em tours até a "Porta para o Inferno".

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Depois de descer de veículos que fazem o transporte de turistas até o local, é possível caminhar até a borda do buraco e ficar bem de frente com seu interior. Vistos de longe, os viajantes ficam minúsculos diante da cavidade no meio do deserto.

Um explorador da National Geographic, chamado George Kourounis desceu a cratera em 2013. Ele coletou amostras do solo, na esperança de saber se a vida poderia sobreviver em condições tão adversas. "Foi muito mais assustador, muito mais quente e maior do que eu pensava", afirmou ele na época.

Por que o nome "Porta do Inferno"?

O nome "Porta do Inferno" surgiu pela própria população local e se deve ao fogo, lama fervente e as chamas alaranjadas na cratera que tem um diâmetro de 70m, propiciando um cenário que faz lembrar a descrição popular do acesso principal ao Reino de Hades (a terra dos mortos, na Mitologia Grega).

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Como ela surgiu?

A história começou em 1971. Engenheiros da União Soviética identificaram o local e julgaram que lá poderia existir petróleo. Um acampamento com plataforma de perfuração foi então montado, para avaliar  a quantidade de gás e petróleo disponíveis no local.

Satisfeitos com o sucesso de terem encontrado recursos, o armazenamento do gás começou a ser feito. Porém, durante as escavações foi descoberta uma caverna subterrânea de grande profundidade, repleta de gás tóxico.

O chão, que estava sob a plataforma de perfuração, cedeu, abrindo uma grande cratera que engoliu os equipamentos.

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Embora ninguém tenha morrido, grandes quantidades de gás metano foram lançadas na atmosfera. Este ocorrido acabou por criar enormes problemas ambientais e imenso dano ao povo das aldeias.

Temendo a piora da liberação de mais gases nocivos da cratera, os cientistas passaram a queimá-los. A decisão foi de que seria mais seguro queimá-lo do que extraí-lo do subsolo, pois isso exigiria processos caros.

Em termos ambientais, a queima do gás é, de fato, a solução mais coerente quando as circunstâncias não permitem que ele seja extraído para uso. O gás metano lançado na atmosfera também é um perigoso gás de efeito estufa.

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A expectativa era de que o gás iria queimar por alguns dias, e o problema se acabaria. Todavia, ele ainda está queimando décadas depois de ter sido incendiado.

Não há nenhuma previsão por parte dos especialistas de quando as labaredas vão cessar, já que não se sabe com precisão qual é a quantidade de gás que ainda existe nas profundezas da cratera.

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