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O rio nasce a 1.120 metros de altura, na cidade de Salesópolis (SP) | Wikimedia Commons
O Rio Tietê é um dos poucos rios brasileiros que seguem uma trajetória incomum. Enquanto a maioria dos rios deságua no mar, ele percorre o estado de São Paulo no sentido oposto, para o interior.
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Esse curso peculiar influenciou diretamente o desenvolvimento do estado, tendo sido uma rota fundamental para os bandeirantes durante a colonização, além de desempenhar um papel crucial na economia e na formação de diversas cidades ao longo de suas margens.
Mas o que explica esse fenômeno geográfico? Confira a matéria que a Gazeta preparou especialmente para esse assunto.
O Tietê nasce no município de Salesópolis (SP), a 1.120 metros de altitude, na Serra do Mar. Apesar de sua nascente estar a apenas 22 km do Oceano Atlântico, ele não consegue seguir esse caminho natural.
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Isso ocorre porque a Serra do Mar funciona como uma grande barreira montanhosa, impedindo que o rio desça para o litoral.
Com esse obstáculo no caminho, a água do Tietê é forçada a fluir para o interior, atravessando o estado de São Paulo de leste a oeste por 1.100 quilômetros até desaguar no Rio Paraná.
Esse tipo de trajetória, em que o rio não segue em direção ao mar, é chamado de drenagem endorreica.
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Além de definir sua direção, o percurso do Tietê também impacta sua qualidade ambiental. Nos primeiros trechos, ele atravessa regiões montanhosas e recebe grande volume de poluição ao passar pela capital paulista.
No entanto, à medida que avança para o interior, o rio ganha força e passa por um processo natural de autodepuração.
Com menos poluentes sendo despejados e maior correnteza, o rio se torna mais limpo e retoma parte de seu ecossistema natural.
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Estudos indicam que, em certos trechos, fungos e bactérias voltam a atuar na decomposição da matéria orgânica, recuperando os níveis de oxigênio e possibilitando o retorno da vida aquática.
Além disso, o Tietê se torna navegável e é utilizado para a geração de energia em diversas barragens espalhadas pelo estado.
A trajetória do Tietê também influenciou a história do Brasil. Sua navegação facilitou a movimentação dos bandeirantes para o interior, impulsionando a fundação de cidades e o desenvolvimento da economia paulista.
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Hoje, ele cruza 62 municípios e está interligado a seis sub-bacias hidrográficas.
Porém, o rio também apresenta desafios. Nos períodos de chuvas intensas, seu volume pode aumentar rapidamente, causando enchentes.
No verão de 2025, a Marginal Tietê, em São Paulo, teve episórios de alagamentos após temporais.
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Mesmo com suas peculiaridades e desafios, o Tietê segue como um dos rios mais importantes do estado de São Paulo, tanto por sua relevância histórica quanto pela necessidade de preservação e controle ambiental.
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