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Centro de SP guarda relíquia que remete à fundação da cidade

Descubra a história da pedra do Padre Anchieta, a relíquia paulistana mais antiga da cidade, oculta à vista de todos no centro histórico

Lincoln Paiva

01/11/2024 às 10:28  atualizado em 01/11/2024 às 10:44

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Imagem de 1896, do antigo Pateo do Collegio, revelam a presença de um relógio de granito de um metro e meio de diâmetro na torre do edifício

Imagem de 1896, do antigo Pateo do Collegio, revelam a presença de um relógio de granito de um metro e meio de diâmetro na torre do edifício | Arquvio Histórico/Lincoln Paiva

A cidade de São Paulo guarda uma relíquia escondida à vista de todos: uma pedra de granito de 1554, atribuída ao Padre José de Anchieta. Esta peça histórica, que remonta à fundação da cidade, é considerada a relíquia mais antiga de São Paulo. Localizada na Igreja de São Gonçalo, no coração da Praça João Mendes Jr., ela está bem ao lado da Padaria Santa Teresa, a mais antiga da cidade.

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Origem da relíquia paulistana

Embora muitos acreditem que o Pateo do Collegio seja o edifício mais antigo da cidade, essa construção é, na verdade, uma réplica erguida em 1976.

O local original onde a cidade foi fundada em 1554 foi demolido em 1953, cedendo espaço para a construção do Palácio do governo do Estado.

Da antiga estrutura do Pateo do Collegio, apenas uma ruína foi preservada e tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), estando disponível para visitação.

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pedra de granitoFoto de 1896 mostra pedra de granito. Fonte: Reprodução/ Revista do Arquivo Histórico

A pedra de granito no Pateo do Collegio

Imagens de 1896, do antigo Pateo do Collegio, revelam a presença de um relógio de granito de um metro e meio de diâmetro na torre do edifício.

Na parte superior da fachada da Igreja do Collegio, havia uma pedra com a inscrição "J.H.S." – abreviação de “Jesus Hominen Salvavit” (Jesus Salvou a Humanidade) – que é atribuída ao Padre Anchieta e celebrava a fundação de São Paulo.

No entanto, em 1896, durante uma forte tempestade, a pedra de granito caiu do frontispício da igreja. 

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Pedra de granito atualmenteAtualmente, a mesma pedra de granito está na entrada da Igreja São Gonçalo. Foto: Lincoln Paiva

No ano seguinte, em 1897, o relógio também foi derrubado durante a demolição do Pateo do Collegio, e tanto o relógio quanto a pedra desapareceram das vistas dos paulistanos.

Para muitos, esses artefatos históricos haviam sido perdidos para sempre.

A transferência para a Igreja de São Gonçalo

Em 1935, a antiga Igreja de São Gonçalo, localizada na Praça João Mendes, passou por uma reforma sob a supervisão do arquiteto Rafael Montefort.

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Aproveitando a reforma, os Jesuítas, que administravam a igreja na época, transferiram o mostrador de granito do relógio e a pedra de Anchieta para a torre da igreja. 

A pedra do Padre Anchieta, com 60 cm de diâmetro, foi colocada acima da entrada principal da Igreja de São Gonçalo, enquanto o mostrador do relógio foi afixado na torre.

Ambas as peças podem ser vistas do lado de fora da igreja, onde permaneceram praticamente desconhecidas pelo público até recentemente.

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Relíquias do Pateo do Collegio preservadas

Além da pedra e do mostrador de relógio, outras relíquias do Pateo do Collegio foram preservadas e também transferidas para a Igreja de São Gonçalo.

Entre esses itens, estão castiçais, urnas e imagens que remontam aos primórdios da história de São Paulo. Essas peças permanecem como testemunhas da rica herança cultural e histórica da cidade.

A descoberta desses artefatos trouxe à tona a importância de proteger a história paulistana. Em meio à modernização da cidade, poucos sabem que elementos centenários ainda estão presentes, preservando a memória de São Paulo.

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Igreja de São Gonçalo preserva a história de São Paulo

Hoje, a Igreja de São Gonçalo é um verdadeiro museu a céu aberto, onde visitantes podem ver essas relíquias históricas.

Localizada em um ponto central, próximo ao centro comercial e histórico de São Paulo, a igreja convida a um passeio pelo passado da cidade, oferecendo uma nova perspectiva sobre sua fundação e suas transformações ao longo dos séculos.

A pedra do Padre Anchieta e o relógio de granito são tesouros esquecidos que revelam detalhes sobre a construção da identidade paulistana.

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Esses artefatos lembram o papel dos Jesuítas na fundação da cidade e inspiram reflexões sobre a preservação do patrimônio cultural.

A história da pedra do Padre Anchieta é um convite para que mais paulistanos redescubram o centro histórico e sua herança.

Ao visitar a Igreja de São Gonçalo, os cidadãos têm a oportunidade de se conectar com a história de São Paulo, lembrando-se das origens da cidade e da importância de valorizar as raízes culturais.

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