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Paulo Lauro foi o primeiro prefeito negro da cidade de São Paulo | Divulgação/Gov BR
A política paulistana guarda histórias que poucos conhecem. O primeiro prefeito negro de São Paulo foi o advogado criminalista Paulo Lauro, que chegou ao cargo em 1947, e pouco menos de um ano depois, já deixou o cargo.
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Reconhecido por sua competência em sua profissão, o homem se notabilizou após uma vitória em um caso considerado praticamente perdido.
Saiba mais abaixo sobre sua vida e seus feitos como prefeito da capital paulista.
Nascido em 19 de novembro de 1908, em Descalvado, na região centro-leste de São Paulo, Paulo Lauro foi casado com Diva da Fonseca, teve dois filhos Paulo Lauro Júnior e Dora Aparecida Lauro Sodré Santoro.
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Se formou professor pela Escola Normal Secundária de São Paulo lecionando Português e História.
Sua outra formação foi obtida pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em que se tornou advogado, tendo sido orador do Centro Acadêmico XI de Agosto.
Posteriormente, se tornou diretor de dois jornais diferentes: Diário de São Paulo e a Revista Eleitoral, ambos ofícios ligados pela necessidade de comunicar com clareza.
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Em 1938, Paulo Lauro foi responsável pela defesa de um homem acusado por matar quatro pessoas. O caso ganhou grande atenção do público, ficando conhecido como "O crime do restaurante Chinês".
Muitos consideravam o caso praticamente "perdido", com os promotores supostamente possuindo evidências concretas para mandarem o réu, Arias de Oliveira, para a prisão.
Contudo, após uma defesa considerada extremamente consistente, o réu foi absolvido por "insuficiência de provas", o que impressionou a mídia que cobria o caso.
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A vida política de Lauro começou quando ele ajudou na fundação do PRP (Partido Republicano Progressista), em 1945, ao lado de Ademar de Barros, que na época era o governador de São Paulo, nomeado pelo presidente da República.
Porém, o partido não acabou tendo o sucesso esperado. Apenas um deputado foi eleito pela legenda no estado de São Paulo. Com esse acontecimento, o PRP decidiu se fundir a outra agremiação, com o resultado sendo o Partido Social Progressista (PSP).
Foi nessa sigla em que o político estava afiliado quando foi prefeito, chegando ao cargo após ser nomeado pelo seu parceiro de partido, Ademar de Barros.
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O mandato de Paulo como prefeito da cidade de São Paulo, contudo, durou pouco menos de um ano, de 29 de agosto de 1947 a 25 de agosto de 1948,
Durante esse período, ele se dedicou a melhorar a estrutura da cidade por meio de projetos de prolongamento de avenidas, pavimentação de ruas e a construção de pontes e viadutos. Foi na gestão dele, inclusive, que surgiu o viaduto da famosa Nove de Julho.
Além disso, sua outra prioridade foi a de melhorar a qualidade de vida da população, promovendo a instalação de mercados, parques infantis e cinco restaurantes populares diferentes, com o objetivo de atender o operariado.
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Após deixar o cargo de prefeito, foi deputado federal duas vezes, além de líder do PSP na Câmara. Graças ao crescimento de sua influência dentro do partido, chegou a ser o vice-líder.
Durante esse período criando leis, Lauro foi defensor da reforma agrária e contrário ao monopólio estatal de serviços nacionais como a energia elétrica, o transporte ferroviário e as telecomunicações, preferindo a ideia de manter tais órgãos privados, com o Estado interferindo o mínimo possível.
Com a Ditadura Militar, ocorreu o desaparecimento da maioria dos partidos, à exceção de dois, o primeiro sendo a Arena, que era o dos militares, e o segundo sendo o MDB, que desempenhava o papel de “partido de oposição” (apesar de não poder realmente desafiar o outro). O político acabou se afiliando ao primeiro.
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No campo do Direito Eleitoral, deixou escritos preciosos como: Prática da Legislação Eleitoral e Código Eleitoral Comentado por assunto e Lei de Inelegibilidade explicada de forma prática. Na justiça Eleitoral realizou outra grande defesa, a de Antônio Tito Costa.
Seguiu trabalhando em seu escritório até seus últimos dias. Morreu no dia 5 de agosto de 1983, aos 76 anos de idade.
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