Pássaro africano vindo de navios históricos se espalhou pelo litoral de SP; conheça

Também conhecida como "beijo de moça", a ave bico-de-lacre é uma espécie exótica que chegou ao Brasil no século 19. Originária da África do Sul, veio ao País por meio de navios com pessoas escravizadas, ainda durante o reinado de D. Pedro I.

Com a ideia inicial de servir como animal de estimação, o pássaro pequeno e de bico vermelho vive hoje em grande parte do Brasil, especialmente no litoral paulista, mas, solto na natureza.

Veja abaixo mais sobre a espécie, sua origem e curiosidades.

Sobre o bico-de-lacre no Brasil

Acostumado a andar em grupos, dócil e carinhoso, a espécie atraiu a para ser um animal doméstico em sua origem, porém, com o avanço do tempo, passou a cada vez mais deixar as gaiolas e viver na natureza.

Começou a se espalhar inicialmente no Rio de Janeiro, quando começou a escapar dos lares para viverem soltos. Como sua capacidade de voo é reduzida, a chegada da espécie em outros lugares do Brasil devem ter sido protagonizada pelas mãos do ser humano.

No Brasil, por conta da inserção, ele representa a única espécie da família Estrildidae. Presente na maior parte do terrítorio nacional, só não foi encontrado ainda nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Tocantins.

Presente em São Paulo, os pássaros podem ser facilmente encontrados ao fazer uma simples caminhada. No litoral paulsita, com o clima ainda mais propício para sair de casa e passear, o bico-de-lacre também é avistado.

Alimentação e tamanho

Memo bem adaptados ao território brasileiro, estes pássaros têm a alimentação centrada em sementes com origem africana, como capim-colonião, capim-gordura e capim-elefante, por exemplo. De vez em quando ele come um ou outro pequeno inseto.

Possuem cerca de dez centímetros de tamanho e quase oito gramas de peso. O animal costuma construir o ninho em arbustos utilizando capim, penas de galinha ou até o algodão para confecção da moradia.

Procriação e filhotes

São nestes ninhos que são botados os ovos do casal, chocados em conjunto por eles. Inclusive, a espécie não permanece unida apenas para a criação dos filhos, mas sim para a vida toda.

A relação entre os bico-de-lacre é de monogamia, ou seja, costumam permanecer unidos desde o momento que se conhecem, até o fim da vida.

Os pais observam juntos, por exemplo, a partida dos filhotes do ninho, que deixam o local quando atingem de 17 a 19 dias.

Os Estrilda astrild (nome científico) vivem por até oito anos.