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O Verdão utiliza uma estrela vermelha sobre seu escudo no uniforme, simbolizando a conquista do torneio de 1951 | Divulgação/Palmeiras
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Uma antiga polêmica que gera um grande debate no âmbito esportivo brasileiro voltou à tona: afinal, o Palmeiras tem ou não tem Mundial? A discussão gira em torno da Copa Rio, realizada em 1951.
Veja abaixo o que diz a Fifa sobre o torneio e quais são os argumentos a favor e contra o reconhecimento deste campeonato como Mundial de Clubes.
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Como foi a Copa Rio de 1951?
Um ano após a dolorosa perda do título brasileiro na Copa do Mundo de 1950, a Copa Rio foi organizada pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), precursora da CBF. A intenção da entidade foi a de promover um encontro entre campeões de vários países e mudar o foco da derrota para o Uruguai, em pleno Maracanã.
Como não havia um torneio nacional oficialmente considerado como o "Brasileirão" da época, o Palmeiras, campeão paulista, e o Vasco, campeão carioca, foram os escolhidos como representantes do País. Milan (Itália) e Barcelona (Espanha) não puderam participar e abriram vagas para Juventus (Itália), Nice (França) e Áustria Viena (Áustria). Os outros participantes foram Nacional (Uruguai), Estrela Vermelha (da antiga Iugoslávia) e Sporting (Portugal).
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O regulamento da competição de 1951
As equipes foram divididas em dois grupos, com uma sede no Rio de Janeiro e outra em São Paulo. No Rio de Janeiro, o Vasco fechou a primeira fase com 100% de aproveitamento e vitórias sobre Sporting (5 a 1), Austria Viena (5 a 1) e Nacional (2 a 1). A segunda colocada foi a equipe austríaca. Já em São Paulo, o Verdão bateu o Nice (3 a 0) e Estrela Vermelha (2 a 1), e foi derrotado para a primeira colocada, a Juventus (4 a 0), e avançou na vice-liderança.
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Nas semifinais, mesmo jogando no Rio (devido a vantagem do Vasco na fase anterior), o Palmeiras derrotou o Cruz-Maltino por 2 a 1 no primeiro jogo e segurou um empate sem gols no segundo, garantindo assim a vaga na final. Já a Juventus empatou com o Austria Viena por 3 a 3 na ida e derrotou o adversário por 3 a 1 na volta.
A decisão ocorreu com a ida em São Paulo e a volta no Maracanã. Vitória alviverde por 1 a 0, no dia 18 de julho, gol marcado por Rodrigues na ida. No segundo confronto, 116 mil pessoas estiveram no estádio símbolo carioca e nacional e viram as equipes empatarem por 2 a 2, no dia 22 do mesmo mês, dando o título ao Verdão. Praest e Boniperti fizeram os gols dos italianos, enquanto Rodrigues e Liminha anotaram para os brasileiros.
A Fifa reconhece o torneio como Mundial?
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Não. Mas não é tão simples quanto parece. A polêmica voltou à tona em março de 2024 após uma ata da entidade ser enviada em português para o Palmeiras. Acontece que, neste documento, a Fifa reconhece o título e a legitimidade dele e classifica a equipe como "global champion" ou "worldwide champion", o que indica que toda a polêmica se trata de uma questão de semântica. Em resumo, a entidade reconhece o título como muito relevante, de alcance global, mas não classifica, nas palavras da Fifa, o torneio como um Mundial de Clubes.
Para a associação o torneio Mundial começou em 2000, edição vencida pelo Corinthians. Porém, foram aceitas as competições de anos anteriores. A declaração foi feita por Gianni Infantino, presidente da Fifa em 2017:
"Entre 1960 e 2004, houve a Copa Intercontinental, organizada pelas duas confederações com a aprovação da Fifa, o que evoluiu, digamos assim, para a Copa do Mundo de Clubes que começou a ser disputada após 2004".
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Portanto os mundiais de Santos (1962 e 1963), Flamengo (1981), Grêmio (1983) e São Paulo (1992 e 1993) são reconhecidos pela entidade e só não estão no site oficial por não serem de organização da Fifa.
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Polêmicas extras
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Uma defesa dos palmeirenses, inclusive presente no site oficial do clube: "As manchetes de 'Última Hora', 'Campeão', 'Diário da Noite' e 'A Gazeta Esportiva' são enfáticas: 'Palmeiras, campeão do mundo'. Já o 'O Globo' vai além, descrevendo o Verdão como o “Campeão dos Campeões do Mundo”, diz em trecho oficial da matéria no site. Ou seja, os jornais da época que cobriram a partida foram unânimes em classificar o torneio como Mundial.
Um argumento contrário ao reconhecimento da Copa Rio de 1951 como Mundial é o de que o Verdão só teria ido até a Fifa para reconhecer o torneio após seu maior rival, Corinthians, vencer o Mundial de Clubes de 2012 (o recurso só entrou oficialmente em 2014). O que classificaria a atitude apenas como um clube que não gostaria "de ficar para trás" e correr atrás de evitar uma piada.
O Fluminense também entra no debate, uma vez que venceu a Copa Rio de 1952, edição seguinte que leva inclusive o mesmo nome. Para o Tricolor Carioca, se o do Verdão torneio for reconhecido, o do Flu também é legítimo. Em jogos que o Fluminense é mandante há até uma faixa de "Campeão Mundial de 1952'.
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A história parece longe de um fim definitivo. Para a Fifa, não é Mundial, mas é um torneio oficial e global, muito relevante. Para alguns palmeirenses é Mundial. Já para alguns rivais, a piada de "Palmeiras não tem Mundial" segue intacta.
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