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Cerca de 5.000 pagers foram trazidos para o Líbano há alguns meses; ainda não há certeza sobre o potencial de explosão de todos | Reprodução/Youtube/EuroNews
Os pagers são dispositivos de comunicação simples que permitem receber mensagens de texto ou voz. Eles foram amplamente usados antes da popularização dos celulares, e, por serem menos rastreáveis, ainda são utilizados por alguns grupos para comunicação estratégica. Recentemente, o Hezbollah, grupo armado que atua no Líbano, utilizava esses aparelhos para evitar monitoramento de suas atividades.
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Porém, na última terça-feira, uma série de explosões envolvendo esses pagers deixou mais de 2.000 pessoas feridas no Líbano, levantando muitas perguntas sobre o que causou esse incidente e como isso aconteceu.
O Hezbollah escolheu usar pagers como um método de comunicação, acreditando que eles seriam menos suscetíveis a ataques cibernéticos e rastreamento por Israel, seu principal adversário. Esses dispositivos, por serem de baixa tecnologia, tornaram-se uma alternativa aos celulares, que podem ser facilmente localizados e hackeados.
Contudo, algo saiu terrivelmente errado. Cerca de 5.000 pagers foram trazidos para o Líbano há alguns meses, e tudo parecia estar normal até as explosões.
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A teoria mais aceita é que os pagers foram adulterados ou hackeados. Especialistas em segurança sugerem que pode ter havido uma intervenção na fabricação ou durante o transporte desses aparelhos.
Essa intervenção teria incluído a inserção de explosivos, que foram detonados por um sinal remoto ou por uma falha interna nos dispositivos.
A escala das explosões deixou analistas e autoridades surpresos, pois o Hezbollah é conhecido por ser cuidadoso com suas medidas de segurança. Muitos acreditam que esse ataque foi cuidadosamente planejado para afetar um grande número de pessoas, tornando-o extremamente sofisticado.
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As explosões começaram em Beirute, mas logo se espalharam para várias regiões do país. O resultado foi devastador: pelo menos 12 pessoas morreram e quase 3.000 ficaram feridas. As cenas nas ruas eram de confusão total, com pessoas sendo levadas aos hospitais enquanto testemunhas relatavam pequenas explosões nos bolsos das vítimas.
Essa falha de segurança no uso dos pagers coloca o Hezbollah em uma situação delicada, não apenas por conta das perdas humanas, mas também porque isso representa um grande erro estratégico.
Esse evento levanta questões sobre a segurança cibernética e os riscos de usar tecnologia aparentemente ultrapassada, mas ainda vulnerável. Ataques à cadeia de suprimentos, como a adulteração de dispositivos, estão se tornando cada vez mais comuns no cenário de segurança mundial.
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A explosão dos pagers no Líbano pode ser um alerta para outras organizações sobre a necessidade de garantir que até os meios de comunicação mais simples sejam protegidos contra sabotagem e ataques cibernéticos.
* O texto conta com informações da BBC, AFP e Reuters.
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