Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Família Matarazzo, uma das mais poderosas e influentes da história de São Paulo | Arquivo Pessoal
Uma família de origem italiana marcou a história de São Paulo com riquezas e indústrias próprias: a famosa família Matarazzo.
Continua depois da publicidade
Atualmente, a família conta com membros em vários setores da elite da sociedade brasileira e italiana, como a política, as artes, a magistratura, a medicina, o empresariado ou nos meios de comunicação.
Saiba abaixo a influência da família e mais detalhes sobre seus integrantes.
Segundo os professores Horácio Costa e Maria Carmela Schisani, a família é nativa de Perúgia, cidade italiana, onde surgem no século 12.
Continua depois da publicidade
De lá lançaram ramos para outros locais do País, como Roma, Velletri e Procida, perto de Nápoles, de onde partiu um grupo para Castellabate, origem dos representanges brasileiros.
Na área napolitana o sobrenome também era escrito como Mataracio ou Mataraccio.
O pioneiro Nicolao Mataraccio, na década de 1350, apoiou o partido do rei da Hungria, que havia invadido o reino de Nápoles. Ele foi perdoado, junto com os demais, pelo papa em 1352.
Continua depois da publicidade
O crescimento da reputação familiar começou em 1356, quando Nicolao e Giovanni Mataracio foram listados entre os vassalos da Basílica de Santa Maria de Gulia em Castellabate. Além disso, a família adquiriu um feudo e muitas terras em Castellabate a partir do século 16.
Também estabeleceram uma base importante em Cilento, onde viveu Lucio Matarazzo, que em 1617 comprou a antiga baronia de Porcili. Foram ainda senhores da baronia de Serramezzana, e do feudo de Prignano desde 1610.
Com alguns membros utilizando-se do título de "Dons", a família seguia sendo cada vez mais reconhecida pelo seu poder e por suas terras.
Continua depois da publicidade
Após o fim do século 18, com o término do sistema feudal, e principalmente ao longo do século 19, quando a Itália se viu fortemente atingida pelas guerras da unificação, a família perdeu a maior parte de seus bens e sua riqueza.
Outro motivo que contribuiu para as perdas foi a crise agrícola que afetou fortemente a parte sul da península.
O império brasileiro dos Matarazzo começou com Francesco Matarazzo, nascido em Castellabate em 9 de março de 1854. Ele era o primeiro dos nove filhos de Costabile Matarazzo e de Mariangela Jovane. O pai era um prestigiado advogado e proprietário terras.
Continua depois da publicidade
Ao longo de seu casamento com Filomena Sansivieri, teve 13 filhos: Giuseppe, Andrea, Ermelino, Teresa, Mariangela, Attilio, Carmela, Lydia, Olga, Ida, Claudia, Francisco Júnior e Luís Eduardo.
Embarcaram para o Brasil em outubro de 1881. Quatro dos seus irmãos o acompanhariam pouco depois.
Sua vida profissional em território brasileiro começou em Sorocaba, onde foi tropeiro e abriu um comércio de alimentos. Mais tarde montou uma pequena fábrica para processar banha de porco.
Continua depois da publicidade
Abriu uma segunda fábrica em Capão Bonito, passando a acumular uma fortuna notável também com o comércio de suínos e a produção de latas para embalar a banha produzida, uma novidade no Brasil.
Se mudou para São Paulo em 1889. Seu sucesso empresarial levou à fundação em 1890 da Matarazzo & Irmãos, em sociedade com Giuseppe e Luigi, que foi a origem das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo. Em 1900 a empresa já faturava 2 mil contos de réis.
O império Matarazzo cresceu cada vez mais investindo em diversos setores, como o bancário, madeireiro, petrolífero, alimentício, têxtil, naval, siderúrgico, ferroviário e hidrelétrico.
Continua depois da publicidade
Francisco foi também um dos fundadores e primeiro presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
Andrea Matarazzo foi nomeado senador do Reino em 9 de abril de 1939. Era apoiador do fascismo de Mussolini, mas, segundo a produtora Sônia Dias, recusou-se a envolver-se em campanhas e partidos no Brasil.
Contudo, fez uma doação de um milhão de liras à Opera Nazionale Balila, órgão da Juventude Fascista italiana. Em reconhecimento, Mussolini outorgou-lhe em 1929 a Medalha de Ouro da Benemerência da Opera Nazionale e a Tabuleta de Honra Fascista.
Continua depois da publicidade
Francisco Matarazzo faleceu em 10 de fevereiro de 1937, deixando uma fortuna estimada em 10 bilhões de dólares.
Seu filho Ermelino havia sido preparado para sucedê-lo na direção do conglomerado empresarial, mas morreu antes do pai, deixando o comando para Francisco Júnior. A divisão da herança deu origem a muitas disputas na família.
Francisco Matarazzo fundou, em 1896, o maior grupo empresarial da América Latina, chegando a englobar em torno de 350 empresas de diversos ramos, como têxtil, químico, comercial, bancário e alimentício. A empresa era chamada de Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.
Continua depois da publicidade
Este empreendimento chegou a empregar cerca de 6% da população da Grande São Paulo e possuía a quarta maior renda bruta do Brasil.
Em 1900 veio a construção do Moinho Matarazzo e em 1920, foi inaugurado o complexo industrial da Água Branca, na Zona Oeste de São Paulo, em uma área com 100 mil metros quadrados.
A Casa do Eletricista e a Casa das Caldeiras são os únicos edifícios remanescentes do negócio.
Continua depois da publicidade
Houve ainda também o Hospital Matarazzo, construído em 1904, por Francesco Matarazzo, em um terreno de 27,4 mil metros quadrados no bairro Bela Vista, em São Paulo. Porém, faliu em 1993 e fechou as portas.
Outras construções foram:
O Edíficio Matarazzo pertencia à família até 1972, quando foi comprado pelo banco Banespa. Atualmente é a sede da Prefeitura de São Paulo, em que Ricardo Nunes é o atual prefeito.
Alguns políticos, artistas e personalidades atuais do Brasil e de São Paulo também pertencem à família Matarazzo, como:
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade