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O monumento está localizado na Praça Ibrahim Nobre, próximo ao Portão 3 do Parque do Ibirapuera. | Divulgação / Alesp
Localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Obelisco é uma estrutura que faz relembrar uma das maiores lutas que a Capital já enfrentou: a Revolução Constitucionalista de 1932.
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Com seus 72 metros de altura, o monumento-memorial é uma das obras mais emblemáticas da história paulista, um tributo à luta pela democracia e à resistência contra o regime de exceção da época.
Inaugurado em 1955, o Obelisco guarda, em seu interior, os restos mortais de combatentes que participaram de um dos episódios mais marcantes do século XX no Brasil.
A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um movimento liderado por São Paulo contra o governo provisório de Getúlio Vargas. Apesar da derrota militar, o movimento pressionou pela elaboração de uma nova Constituição, promulgada em 1934.
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Projetado pelo escultor ítalo-brasileiro Galileo Ugo Emendabilli, o Obelisco começou a ser construído em 1947 e foi concluído apenas em 1970.
Sua construção, feita com mármore travertino, reflete não apenas a grandiosidade do movimento, mas também o simbolismo de uma luta que, segundo muitos historiadores, ultrapassou as fronteiras da política, abraçando causas sociais e culturais.
O Obelisco é repleto de detalhes que remetem à história paulista e à Revolução de 1932:
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Cripta em forma de cruz grega: no subsolo, a cripta abriga os restos mortais de 713 combatentes e de quatro jovens mártires do movimento MMDC: Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Américo de Camargo Andrade.
Esculturas e relevos históricos: os quatro lados do Obelisco são voltados para os pontos cardeais e exibem representações artísticas de momentos históricos de São Paulo.
Soldado desconhecido: uma estátua central homenageia aqueles que lutaram e morreram sem reconhecimento nominal, reforçando o caráter coletivo da luta constitucionalista.
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Curiosamente, o número 9, associado à data de início da revolução (9 de julho), aparece em diversos aspectos do projeto, desde a altura total do monumento até a quantidade de degraus que conduzem à cripta.
Para historiadores, o Obelisco transcende sua função de memorial, conforme explica o professor da USP, Paulo César Garcez Marins.
"Ele é um marco do compromisso das elites paulistas com o processo de constitucionalidade e, ao mesmo tempo, um contraponto às pretensões autoritárias de Getúlio Vargas", afirma.
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Contudo, o monumento também suscita debates contemporâneos. Elementos artísticos, como a figura de um indígena ajoelhado diante de um bandeirante, geram críticas e impulsionam discussões sobre as representações históricas presentes no local.
Embora o Obelisco seja amplamente reconhecido como símbolo de resistência, há quem questione sua narrativa histórica.
Francisco Quartim de Moraes, historiador e autor do livro 1932: A História Invertida, argumenta que a revolução não foi uma vitória política ou militar, mas uma construção simbólica para reforçar o protagonismo paulista no cenário nacional.
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"O Obelisco celebra uma ‘vitória moral’, mas é também uma peça de propaganda. Os interesses que motivaram o movimento iam além da constitucionalização do país, envolvendo disputas econômicas e políticas entre grupos locais e o governo central", pontua Moraes.
Hoje, o Obelisco é tombado como patrimônio histórico e cultural pelo CONDEPHAAT. A visitação é gratuita e ocorre diariamente, das 10h às 16h.
O monumento está localizado na Praça Ibrahim Nobre, próximo ao Portão 3 do Parque do Ibirapuera, e oferece aos visitantes uma oportunidade única de mergulhar na história de São Paulo e do Brasil.
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Com sua imponência e riqueza de significados, o Obelisco do Ibirapuera continua a inspirar reflexões sobre o passado e a reafirmar a importância da luta por democracia, mesmo em tempos de controvérsia.
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