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O que é narcisismo materno e como ele destrói a autoestima das crianças

Pesquisadora da USP explica que quadro é caracterizado por um relacionamento abusivo

Joseph Silva

27/01/2025 às 15:24

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Mães com transtorno de narcisismo precisam de tratamento adequado, diz pesquisadora da USP

Mães com transtorno de narcisismo precisam de tratamento adequado, diz pesquisadora da USP | Freepik

A figura materna tende a ser vista de maneira idealizada e até mesmo sagrada pela sociedade. Por serem extremamente importantes, muitos se esquecem que as mães são, antes de tudo, humanas. Assim, o narcisismo materno pode levar mulheres a cometer erros e apresentar transtornos que afetam o desempenho no papel de mãe.

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A professora Valéria Barbieri, do Centro de Psicologia Aplicada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, é uma pesquisadora desse quadro.

Valéria conta que transtornos psicológicos como o narcisismo podem ser uma das causas de comportamentos tóxicos e até cruéis de algumas mães.

O que é narcisismo materno?

O narcisismo materno é caracterizado por um relacionamento abusivo que, geralmente, envolve a destruição da autoestima, confiança e autonomia dos filhos. 

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Valéria explica que o transtorno ocorre, na maior parte dos casos, pela falta de um ambiente favorável para o desenvolvimento da criança.

A ausência da mãe ou de uma relação saudável com ela, também são fatos que interrompem o desenvolvimento da personalidade da mãe quando criança.

“Por ter a personalidade incompleta, o narcisista depende muito do olhar do outro, seja para ser admirado ou para competir, e isso pode ser refletido na relação entre mãe e filho.” 

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Como é a relação mãe e filho afetada pelo transtorno

A professora diz que no caso das mães narcisistas é comum que o filho seja visto por ela como uma extensão de seu próprio ser, no qual a mãe deposita todos os seus sonhos, vontades e frustrações.

“É como se o filho tivesse vindo ao mundo para realizar os sonhos da mãe e com isso ele fica aprisionado nesta relação. A criança precisa lutar muito para ter uma existência autônoma.”

Valéria conta que também pode ocorrer um comportamento abusivo por parte da mãe, com atitudes com o objetivo de se autovangloriar.

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“Essa mãe não consegue se identificar com o filho, ser solidária, ou compreender suas dificuldades e sofrimentos emocionais, passando uma mensagem de que o filho não tem nada de bom a oferecer", explica.

"O filho é visto como aquele que deve suprir as necessidades da mãe e, para que ele não se liberte deste papel, a mãe se torna bastante controladora", acrescenta.

Compreensão e responsabilidade

A professora esclarece que é preciso responsabilidade e que não se pode classificar as mães sem informações e ajuda de um profissional da psicologia.

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Além disso, é necessário que as mães e os filhos busquem tratamento emocional, pois o desenvolvimento emocional da criança pode ser seriamente comprometido e o risco de o filho desenvolver uma baixa autoestima é imenso.

Além disso, as mães também necessitam de ajuda, já que esse comportamento reproduz um sofrimento relativo aos seus primeiros anos de vida.

* Com informações do Jornal da USP.

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