Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Mães com transtorno de narcisismo precisam de tratamento adequado, diz pesquisadora da USP | Freepik
A figura materna tende a ser vista de maneira idealizada e até mesmo sagrada pela sociedade. Por serem extremamente importantes, muitos se esquecem que as mães são, antes de tudo, humanas. Assim, o narcisismo materno pode levar mulheres a cometer erros e apresentar transtornos que afetam o desempenho no papel de mãe.
Continua depois da publicidade
A professora Valéria Barbieri, do Centro de Psicologia Aplicada da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, é uma pesquisadora desse quadro.
Valéria conta que transtornos psicológicos como o narcisismo podem ser uma das causas de comportamentos tóxicos e até cruéis de algumas mães.
O narcisismo materno é caracterizado por um relacionamento abusivo que, geralmente, envolve a destruição da autoestima, confiança e autonomia dos filhos.
Continua depois da publicidade
Valéria explica que o transtorno ocorre, na maior parte dos casos, pela falta de um ambiente favorável para o desenvolvimento da criança.
A ausência da mãe ou de uma relação saudável com ela, também são fatos que interrompem o desenvolvimento da personalidade da mãe quando criança.
“Por ter a personalidade incompleta, o narcisista depende muito do olhar do outro, seja para ser admirado ou para competir, e isso pode ser refletido na relação entre mãe e filho.”
Continua depois da publicidade
A professora diz que no caso das mães narcisistas é comum que o filho seja visto por ela como uma extensão de seu próprio ser, no qual a mãe deposita todos os seus sonhos, vontades e frustrações.
“É como se o filho tivesse vindo ao mundo para realizar os sonhos da mãe e com isso ele fica aprisionado nesta relação. A criança precisa lutar muito para ter uma existência autônoma.”
Valéria conta que também pode ocorrer um comportamento abusivo por parte da mãe, com atitudes com o objetivo de se autovangloriar.
Continua depois da publicidade
“Essa mãe não consegue se identificar com o filho, ser solidária, ou compreender suas dificuldades e sofrimentos emocionais, passando uma mensagem de que o filho não tem nada de bom a oferecer", explica.
"O filho é visto como aquele que deve suprir as necessidades da mãe e, para que ele não se liberte deste papel, a mãe se torna bastante controladora", acrescenta.
A professora esclarece que é preciso responsabilidade e que não se pode classificar as mães sem informações e ajuda de um profissional da psicologia.
Continua depois da publicidade
Além disso, é necessário que as mães e os filhos busquem tratamento emocional, pois o desenvolvimento emocional da criança pode ser seriamente comprometido e o risco de o filho desenvolver uma baixa autoestima é imenso.
Além disso, as mães também necessitam de ajuda, já que esse comportamento reproduz um sofrimento relativo aos seus primeiros anos de vida.
* Com informações do Jornal da USP.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade