Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
A nimesulida é amplamente utilizada no Brasil para aliviar dor, febre e inflamação. | Freepik
A nimesulida é um dos anti-inflamatórios mais vendidos no Brasil, mas enfrenta restrições e proibições em diversos países devido a riscos associados ao seu uso.
Continua depois da publicidade
Enquanto a droga gera um expressivo faturamento de mais de R$ 891 milhões ao ano no País, preocupações sobre seus efeitos colaterais levantam questionamentos sobre a necessidade de regulamentação mais rigorosa.
Diante desse cenário, esta reportagem explora os motivos por trás dessas restrições internacionais e os debates sobre a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa no Brasil.
A nimesulida é amplamente utilizada no Brasil para aliviar dor, febre e inflamação. Em 2024, foram vendidas mais de 102 milhões de caixas do medicamento, tornando-o um dos mais consumidos, ao lado de losartana e metformina.
Continua depois da publicidade
A eficácia no alívio de sintomas, no entanto, também leva ao uso indiscriminado, com pacientes frequentemente exagerando na dose, na frequência ou na duração do tratamento.
A nimesulida pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e age inibindo a enzima ciclooxigenase (COX), reduzindo a produção de prostaglandinas, substâncias relacionadas à dor, inflamação e febre.
Esse mecanismo permite que o medicamento atue de forma tripla: como anti-inflamatório, analgésico e antipirético.
Continua depois da publicidade
Apesar de sua eficácia, o uso excessivo da nimesulida pode causar danos graves ao fígado, rins e coração.
A inibição da prostaglandina pode levar a problemas gastrointestinais, como gastrite, hemorragias e úlcera.
Há também risco de doenças cardiovasculares, especialmente em pacientes hipertensos. O medicamento é contraindicado para pessoas com insuficiência renal, e seu uso prolongado pode desencadear hepatotoxicidade, sendo que casos de danos graves ao fígado foram relatados internacionalmente.
Reações adversas comuns incluem diarreia, náusea e vômito, enquanto efeitos mais raros podem envolver problemas dermatológicos, ansiedade, nervosismo e alterações na pressão arterial.
Continua depois da publicidade
A nimesulida foi proibida em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Espanha e Irlanda devido a preocupações com falência hepática.
Em 2007, a Irlanda retirou o medicamento do mercado após 53 casos graves de danos ao fígado.
Na União Europeia, seu uso é restrito ao tratamento de dor aguda e cólica menstrual, apenas como segunda opção terapêutica, caso outras opções não sejam eficazes.
Continua depois da publicidade
Uma das justificativas para a permanência do medicamento no mercado brasileiro é a possibilidade de diferenças genéticas na população, que poderiam influenciar a resposta ao fármaco.
A dipirona, também proibida em alguns países, é frequentemente citada como exemplo de medicamento cuja segurança é debatida globalmente.
Especialistas defendem revisões regulatórias para garantir um uso mais seguro da nimesulida. Entre as propostas está a exigência de receita médica para sua compra e programas de educação sobre riscos para profissionais de saúde e pacientes.
Continua depois da publicidade
A Anvisa reforça que a nimesulida é um medicamento sujeito à prescrição médica e recomenda cautela no uso, especialmente para pacientes com doenças hepáticas.
A automedicação com nimesulida pode ser perigosa. Especialistas recomendam priorizar analgésicos simples como dipirona ou paracetamol para dores e febre. Caso os sintomas persistam, é essencial buscar orientação médica.
Além disso, o uso concomitante de nimesulida com álcool ou outros medicamentos deve ser evitado para reduzir riscos ao fígado e à saúde geral.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade