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Nimesulida: Por que o remédio popular no Brasil é proibido em outros países?

Amplamente utilizado para dor e inflamação, o medicamento enfrenta restrições internacionais devido a riscos de danos ao fígado e ao coração

Raphael Miras

17/02/2025 às 16:22

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A nimesulida é amplamente utilizada no Brasil para aliviar dor, febre e inflamação.

A nimesulida é amplamente utilizada no Brasil para aliviar dor, febre e inflamação. | Freepik

A nimesulida é um dos anti-inflamatórios mais vendidos no Brasil, mas enfrenta restrições e proibições em diversos países devido a riscos associados ao seu uso. 

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Enquanto a droga gera um expressivo faturamento de mais de R$ 891 milhões ao ano no País, preocupações sobre seus efeitos colaterais levantam questionamentos sobre a necessidade de regulamentação mais rigorosa.

Diante desse cenário, esta reportagem explora os motivos por trás dessas restrições internacionais e os debates sobre a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa no Brasil.

A nimesulida pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e age inibindo a enzima ciclooxigenase (COX), reduzindo a produção de prostaglandinas, substâncias relacionadas à dor, inflamação e febre. Foto: Freepik
A nimesulida pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e age inibindo a enzima ciclooxigenase (COX), reduzindo a produção de prostaglandinas, substâncias relacionadas à dor, inflamação e febre. Foto: Freepik
Apesar de sua eficácia, o uso excessivo da nimesulida pode causar danos graves ao fígado, rins e coração. Foto: Pixabay
Apesar de sua eficácia, o uso excessivo da nimesulida pode causar danos graves ao fígado, rins e coração. Foto: Pixabay
Fórmula estrutural que representa a Nimesulida. Foto: Wikimedia Commons
Fórmula estrutural que representa a Nimesulida. Foto: Wikimedia Commons

Popularidade e uso excessivo

A nimesulida é amplamente utilizada no Brasil para aliviar dor, febre e inflamação. Em 2024, foram vendidas mais de 102 milhões de caixas do medicamento, tornando-o um dos mais consumidos, ao lado de losartana e metformina. 

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A eficácia no alívio de sintomas, no entanto, também leva ao uso indiscriminado, com pacientes frequentemente exagerando na dose, na frequência ou na duração do tratamento.

Mecanismo de ação e benefícios

A nimesulida pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e age inibindo a enzima ciclooxigenase (COX), reduzindo a produção de prostaglandinas, substâncias relacionadas à dor, inflamação e febre. 

Esse mecanismo permite que o medicamento atue de forma tripla: como anti-inflamatório, analgésico e antipirético.

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Riscos e efeitos colaterais

Apesar de sua eficácia, o uso excessivo da nimesulida pode causar danos graves ao fígado, rins e coração. 
A inibição da prostaglandina pode levar a problemas gastrointestinais, como gastrite, hemorragias e úlcera. 

Há também risco de doenças cardiovasculares, especialmente em pacientes hipertensos. O medicamento é contraindicado para pessoas com insuficiência renal, e seu uso prolongado pode desencadear hepatotoxicidade, sendo que casos de danos graves ao fígado foram relatados internacionalmente.

Reações adversas comuns incluem diarreia, náusea e vômito, enquanto efeitos mais raros podem envolver problemas dermatológicos, ansiedade, nervosismo e alterações na pressão arterial.

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Proibição e restrições internacionais

A nimesulida foi proibida em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Espanha e Irlanda devido a preocupações com falência hepática. 

Em 2007, a Irlanda retirou o medicamento do mercado após 53 casos graves de danos ao fígado. 

Na União Europeia, seu uso é restrito ao tratamento de dor aguda e cólica menstrual, apenas como segunda opção terapêutica, caso outras opções não sejam eficazes.

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Continuidade do uso no Brasil

Uma das justificativas para a permanência do medicamento no mercado brasileiro é a possibilidade de diferenças genéticas na população, que poderiam influenciar a resposta ao fármaco. 

A dipirona, também proibida em alguns países, é frequentemente citada como exemplo de medicamento cuja segurança é debatida globalmente.

Regulamentação e conscientização

Especialistas defendem revisões regulatórias para garantir um uso mais seguro da nimesulida. Entre as propostas está a exigência de receita médica para sua compra e programas de educação sobre riscos para profissionais de saúde e pacientes. 

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A Anvisa reforça que a nimesulida é um medicamento sujeito à prescrição médica e recomenda cautela no uso, especialmente para pacientes com doenças hepáticas.

Recomendações para o remédio

A automedicação com nimesulida pode ser perigosa. Especialistas recomendam priorizar analgésicos simples como dipirona ou paracetamol para dores e febre. Caso os sintomas persistam, é essencial buscar orientação médica. 

Além disso, o uso concomitante de nimesulida com álcool ou outros medicamentos deve ser evitado para reduzir riscos ao fígado e à saúde geral.

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