A+

A-

Alternar Contraste

Quinta, 30 Janeiro 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta Gazeta Mais Seta

Curiosidades

O que é maré vermelha, fenômeno que pinta águas no litoral de SP

Pessoas avistaram mancha vermelha no mar paulista e ficaram preocupadas; entenda os riscos

Joseph Silva

27/01/2025 às 15:08

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Descubra o fenômeno da maré vermelha e saiba quais os riscos do cenário no litoral de SP

Descubra o fenômeno da maré vermelha e saiba quais os riscos do cenário no litoral de SP | Alvaro Migotto / Cebimar

No início de 2025, moradores e turistas de cidades do litoral paulista se assustaram com a coloração avermelhada da água do mar. Mas esta não é a primeira vez que isso acontece no mar paulista. Cientistas afirmam que o fenômeno se trata da maré vermelha. Mas o que significa a constatação deste cenário?

Continua depois da publicidade

Em 2019, pesquisadores do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da USP identificaram uma floração de microalgas do gênero Margalefidinium no Canal de São Sebastião no final deste verão.

É a esta floração de microalgas que a ciência dá nome de maré vermelha. No entanto, os estudiosos se surpreenderam com o episódio, uma vez que as espécies de responsáveis por ele (as Margalefidinium) não são comuns no litoral de São Paulo.

Os casos de maré vermelha estudados

A USP acompanhou as ocorrências observadas no mês de março de 2019.

Continua depois da publicidade

A maré vermelha foi registrada nas praias de Guaecá e do Segredo, em São Sebastião, nos dias 13 e 14 de março, mas a concentração da planta predominou no dia 14, quando chegou a 2 milhões de microrganismos por litro de água.

Para os pesquisadores, a grande concentração do Margalefidinium é algo raro no mar paulista. A professora Áurea Ciotti, do Cebimar, lembra que as Margalefidinium foram inicialmente reportadas na Ásia.

“Essa é uma espécie que não tem muito registro [em São Paulo]. Aqui eu nunca tinha visto. Saí ligando para todo mundo para ver se alguém já tinha encontrado na costa de São Paulo e ninguém viu. Não quer dizer que não tinha, quer dizer que ninguém viu. Mas não é muito costumeira aqui”

Continua depois da publicidade

Ciotti é especialista em um ramo da oceanografia que estuda os fatores que alteram a cor da água do mar. A maré vermelha é justamente um desses fatores.

Por que essa alga causa maré vermelha?

Embora os espécimes de fitoplâncton que causam o fenômeno sejam pequenos demais para serem visíveis a olho nu, as florações de microalgas crescem em concentração tão alta que podem ser reconhecidas pelas manchas coloridas.

São essas microalgas que causam as manchas na água – muitas vezes, avermelhadas – na superfície do mar.

Continua depois da publicidade

No caso dos dinoflagelados, grupo ao qual pertencem às microalgas que compuseram a maré vermelha dos dias 13 e 14 de março, a concentração normal para o Canal de São Sebastião costuma ser de centenas de organismos por litro de água.

As florações ocorrem quando a temperatura favorece o crescimento de determinadas espécies e há excesso de nutrientes nas águas.

Temporais e ligações de esgoto

Ainda sobre os episódios de 2019, os pesquisadores do Cebimar trabalham com a hipótese de que as fortes chuvas de março tenham favorecido o crescimento dos microrganismos.

Continua depois da publicidade

Além de aumentar o volume dos córregos e rios que deságuam no mar, as chuvas “lavam” o solo e arrastam para o oceano tudo que está no caminho.

A chegada de mais nutrientes funciona como uma espécie de “fertilização” para os microrganismos, de forma semelhante ao que acontece na terra com as plantas. 

Embora causas variadas possam influenciar a proliferação de organismos que compõem o fitoplâncton, como as mudanças climáticas ou a introdução de novas espécies por águas de lastro de navios, Áurea Ciotti destacou o impacto da ocupação humana no litoral.

Continua depois da publicidade

“Na maior parte dos sistemas costeiros que têm problemas com maré vermelha, existe uma relação bem forte com a ocupação desses lugares. Você constrói, tem uma erosão dos terrenos e os nutrientes são carreados para a água do mar”, contou a docente ao Jornal da USP.

A professora é coautora de um texto publicado no site do Cebimar explicando a importância do monitoramento das marés vermelhas.

No último verão, que compreende o período de dezembro de 2018 a março de 2019, os técnicos da Cetesb investigaram sete ocorrências de manchas avermelhadas ou acastanhadas no litoral paulista. Nem todas estavam relacionadas a microalgas.

Continua depois da publicidade

A mancha vermelha é toxica? Ela vai desaparecer?

As manchas coloridas são móveis e se deslocam junto com as correntes marítimas. Segundo os pesquisadores, elas são potencialmente tóxicas para peixes e outros organismos que compõem o ecossistema marinho.

De acordo com a Cetesb, o órgão estadual responsável pelo monitoramento ambiental das águas costeiras, há casos de florações que chegam ao litoral de São Paulo por correntes vindas do Paraná e de Santa Catarina, ou mesmo da costa do Uruguai.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados