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Essas injeções foram desenvolvidas para o tratamento da diabetes tipo 2 | Freepik
Febre na internet, as injeções para diabetes tomaram outro rumo: passaram a ser usadas para emagrecimento.
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A mais famosa delas, o Ozempic, ficou conhecida pelo seu poder de controle de peso com resultados rápidos. Hoje, no entanto, outras opções entram no mercado para desbancar seu reinado.
A mais recente liberada pela Anvisa é o Mounjaro, que já faz sucesso entre os influenciadores por, supostamente, oferecer resultados melhores dos que o Ozempic.
Os participantes de ensaios clínicos do Mounjaro perderam de 5 kg a 11 kg, com uma perda de peso relatada de 21,1% após 12 semanas.
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Por conta de seu alto custo, que ultrapassa R$ 3,5 mil por mês, o medicamento gera debates nas redes sociais. Kevin Lopes, influencer de beleza que soma 900 mil seguidores nas redes sociais, comenta que sua experiência não foi tão positiva.
“O que tenho para falar para vocês é que não achei que valeu a pena”, comentou o influenciador em um vídeo no Instagram.
“Até que emagreci bastante, saí de 95 kg e agora estou com 87 kg, mas, pelo preço, acho que não compensa”, emenda.
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A farmacêutica que fabrica o Mounjaro, a norte-americana Eli Lilly, não o indica para emagrecimento, mas para o tratamento da diabetes tipo 2.
O uso para controle de peso é chamado de “off label”. Ou seja, quando não está descrito na bula.
O tratamento da diabetes e o emagrecimento acontecem por conta da ação de dois hormônios: o GIP (sigla para polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon).
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Ambos são hormônios do sistema digestivo ativados pela tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro.
O primeiro deles está ligado à insulina, pois, por ser relacionado ao pâncreas, é responsável por retirar o açúcar do sangue e colocá-lo nas células, onde ele servirá como fonte de energia. Esse processo é fundamental para o controle da diabetes.
Já o GLP-1 está conectado à saciedade. Receptores de ambos os hormônios aparecem em células do cérebro relacionadas ao apetite.
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Assim, a ação do medicamento ajuda a controlar a ingestão de alimentos, o que pode levar ao emagrecimento.
Kevin comenta que sentiu esse efeito. “O que ele fazia de melhor para mim era tirar a minha fome. Durante o dia eu não sentia quase nada de fome, e só tinha vontade de comer à noite”, comenta.
Ainda contando sua experiência, o influenciador ressaltou a negatividade dos efeitos colaterais em seu corpo. “Eu não conseguia ir à academia, porque não tinha força para nada. Eu não conseguia ter força para levantar”, relata.
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Segundo a Eli Lilly, os efeitos colaterais mais comuns, que afetam 5% ou mais dos pacientes que tomam a medicação, são: vômito, diarreia, redução do apetite, indigestão, refluxo gastroesofágico e fadiga, como relatou Kevin.
A farmacêutica ainda ressalta que o Mounjaro não deve ser utilizado por pessoas com histórico de câncer na tireoide.
“O medicamento não é indicado para pacientes com histórico pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide (um tipo raro de tumor maligno na tireoide)”, frisa a bula.
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Kevin explica que sua experiência não é definitiva sobre os efeitos do remédio. “Eu não tive tão bons resultados quanto uma amiga minha, que emagreceu 20 kg em dois meses com o Mounjaro”.
Segundo o Conselho Federal de Farmácia, a tirzepatida é mais eficaz no emagrecimento que a semaglutida, princípio ativo do Ozempic.
“Em testes clínicos, participantes que utilizaram tirzepatida perderam, em média, 22,8 kg, enquanto aqueles que fizeram uso da semaglutida reduziram 15 kg”.
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No entanto, a perda de peso com o medicamento varia de pessoa para pessoa. Como essa não é a função principal do fármaco, o resultado depende do estilo de vida de cada paciente.
Uma pesquisa divulgada na área de medicina da revista Nature revela que pacientes que já eram obesos perderam 5% ou mais de seu peso original. Mas, esse resultado foi condicionado a uma rotina com alimentação saudável e exercícios físicos.
Para um resultado efetivo e que não comprometa outras áreas do corpo, como pâncreas, fígado e tireoide, é importante fazer o acompanhamento médico. O especialista mais indicado para receitar esse tipo de medicação é o endocrinologista.
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