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Atualmente, o Hotel Tambaú segue envolvido em uma batalha judicial que impede sua recuperação definitiva. | Reprodução
Você sabia que existiu um hotel pertinho do mar e que conquistava o coração dos turistas quando o visitavam? A história que a Gazeta vai relatar nesta matéria, é sobre o Hotel Tambaú, que foi do maior luxo ao abandono total.
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O hotel está localizado na Praia de Tambaú, em João Pessoa, Paraíba, ele foi por décadas um dos principais símbolos turísticos da cidade.
Com um projeto arquitetônico arrojado assinado por Sérgio Bernardes, sua trajetória oscilou entre o esplendor e o abandono, tornando-se palco de polêmicas e disputas judiciais que ainda impedem sua revitalização.
Inaugurado na década de 1970, o hotel foi erguido sobre as areias da praia de Tambaú e rapidamente se tornou um dos cartões-postais de João Pessoa. Sua estrutura arredondada e imponente chamava a atenção, atraindo turistas do Brasil e do mundo.
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O hotel oferecia 173 apartamentos com vista privilegiada para o mar, além de uma ampla infraestrutura que incluía jardins internos, duas piscinas, restaurante, bar, cine-teatro, centro de convenções, lojas, galeria de exposições e uma boate.
Há espaços para eventos e lazer, como sauna, salão de jogos, sala de redes, quadra de tênis, bares, salões de convenções e um auditório para mais de 500 pessoas.
Durante anos, o hotel foi sinônimo de luxo e exclusividade, conhecido por suas festas badaladas e eventos importantes.
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O impacto do hotel na história da cidade chegou a ser documentado no filme "Hotel Tambaú - fragmentos de uma história", lançado em 2007. O documentário resgata memórias e depoimentos de pessoas que viveram a era dourada do empreendimento.
Apesar de seu prestígio, o Hotel Tambaú foi alvo de polêmicas desde sua construção. O empreendimento foi erguido em uma área de preservação permanente (APP), o que conflita com o Código Florestal e outras legislações ambientais.
Além disso, sua proximidade com o mar gerou preocupação quanto aos impactos da erosão marinha na estrutura do prédio.
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Outro ponto de crítica foi a privatização de um trecho da praia, que dificultou o livre trânsito de pedestres entre as praias de Tambaú e Manaíra. Essas questões levantaram discussões sobre o impacto ambiental e social do empreendimento ao longo dos anos.
A partir dos anos 2000, o hotel enfrentou sérias dificuldades financeiras e administrativas. Em 2006, a falência do grupo Varig, então proprietário do empreendimento, levou o hotel a ser leiloado para quitar dívidas da massa falida.
Foram diversas tentativas de leilão até que, em fevereiro de 2021, o grupo A. Gaspar, do Rio Grande do Norte, arrematou o imóvel por R$ 40 milhões.
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O plano era investir R$ 60 milhões na revitalização do hotel, transformando-o em um resort cinco estrelas com serviço all inclusive, gerando 300 empregos diretos e reabrindo em setembro do mesmo ano.
No entanto, a transação foi contestada na Justiça. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro impediu a emissão da carta de arrematação devido a um lance feito fora do horário do leilão.
Além disso, surgiram outras ações judiciais questionando a idoneidade da compra, incluindo suspeitas sobre o não pagamento do caução e mudanças na forma de pagamento.
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Em meio a disputas legais, o hotel acabou nas mãos da rede hoteleira Ampar, que assumiu a posse do imóvel ainda em 2021. No entanto, poucos avanços foram feitos na revitalização.
Moradores locais relatam que o hotel permanece em estado de abandono, com piscinas esverdeadas e uma estrutura em ruínas.
A Ampar, por sua vez, afirma ter encontrado o prédio depredado e sem serviços essenciais, como energia elétrica e coleta de lixo, fatores que dificultam o avanço da reforma.
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Atualmente, o Hotel Tambaú segue envolvido em uma batalha judicial que impede sua recuperação definitiva. Disputas sobre a posse do imóvel arrastam-se por mais de quatro anos, tornando incerta a possibilidade de revitalização.
O que um dia foi um dos principais atrativos turísticos de João Pessoa hoje se encontra em ruínas, um reflexo de anos de impasses legais e falta de investimentos.
Enquanto isso, moradores e turistas aguardam esperançosos por uma solução que devolva o brilho a esse patrimônio histórico da capital paraibana.
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