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Conheça o antigo hospício que se tornou referência em saúde mental no interior de SP

Serviço de saúde adotou procedimento humanizado antes mesmo da reforma psiquiátrica

Adriano Assis

06/02/2025 às 19:26  atualizado em 06/02/2025 às 19:39

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Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira foi fundado em 2024

Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira foi fundado em 2024 | Divulgação/Cândido Ferreira

No início do século passado, pessoas com transtornos mentais eram internadas em instituições de longa permanência, como hospícios e manicômios. Muitos nunca mais voltavam ao convívio social.

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Essa realidade começou a mudar nos anos 1960, com o trabalho do psiquiatra italiano Franco Basaglia, que inspirou a luta antimanicomial na década seguinte. No Brasil, esse movimento começou nos anos 1970 e só conquistou sua maior vitória em 2001, com a Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216).

A nova legislação mudou o tratamento no País, priorizando o atendimento humanizado e em liberdade, com serviços comunitários de reabilitação psicossocial. Isso levou ao fechamento gradual dos hospitais psiquiátricos.

Mas, anos antes da lei, uma instituição na maior cidade do interior de São Paulo já adotava essas práticas. O modelo inovador do Cândido Ferreira se tornou referência no SUS e fez a cidade ser reconhecida como exemplo global em saúde mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021.

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Um século de história

A trajetória do Cândido Ferreira começou em 1917, quando filantropos de Campinas decidiram criar um serviço gratuito e digno para pessoas com transtornos mentais graves — algo inédito no município.

Foram sete anos de desafios, arrecadação de fundos e a compra de uma fazenda até a inauguração, em 1924. Surgia, no distrito rural de Sousas, o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, que mais tarde revolucionaria a psiquiatria no Brasil.

A unidade sempre apostou no tratamento gratuito, atendendo pessoas de baixa renda ou sem renda.

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No início dos anos 1990, com a reforma psiquiátrica ainda em discussão, o Cândido adotou o modelo de tratamento humanizado, deixando de ser um hospital fechado. A instituição passou a oferecer serviços comunitários de reabilitação psicossocial, focada na inclusão dos usuários na sociedade.

Instituição mantém bloco carnavalesco para promover a integração. | Foto: Fabiana Ribeiro/Prefeitura de Campinas

Segundo a administração, hoje são realizados cerca de 5 mil atendimentos por mês, entre pessoas com transtornos mentais graves e vício em álcool e outras drogas.

A instituição possui 41 unidades de saúde mental em Campinas, sendo 10 unidades com funcionamento 24 horas

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Cuidado e trabalho

A estrutura do Cândido inclui administração de Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), residências terapêuticas, oficinas de trabalho, centro de convivência e o serviço itinerante do consultório na rua, focado em população em situação de rua e vulnerabilidade social.

O Cândido também tem um programa de residência médica em psiquiatria desde 2005, com campos de estágio em saúde mental para cursos técnicos e de nível superior.

Mas sua humanização vai além dos atendimentos. A instituição coordena diversos programas culturais e esportivos. 

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O mais famoso deles é o bloco carnavalesco Unidos do Candinho, que percorre as ruas de Sousas durante a folia, levantando a bandeira a inclusão e humanização.

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