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A surpreendente história da criação da rua Augusta, em São Paulo

Conheça a história fascinante de Mariano Vieira e sua previsão para o futuro da Rua Augusta em São Paulo

Lincoln Paiva

17/10/2024 às 15:18  atualizado em 17/10/2024 às 15:43

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Rua Augusta teria recebido esse nome em referência à via homônima em Lisboa

Rua Augusta teria recebido esse nome em referência à via homônima em Lisboa | Wikimedia Commons

Em 1880, Mariano Antônio Vieira, português radicado em São Paulo, tinha acabado de ler numa revista estrangeira que o transporte de massa nas grandes cidades seria realizado por bondes elétricos. Mariano saiu imediatamente de sua casa, reuniu um bando de amigos e empunhando na mão uma foice, declarou: “Agora vou abrir a rua onde os bondes elétricos deverão subir até a ‘avenida Paulista’”

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“Bondes elétricos?”, indagaram os homens. Naquele tempo ninguém sabia o que era eletricidade e os bondes elétricos não passavam de uma utopia. “Sim, senhores”, respondeu Mariano, e continuou: “Eu não os verei, mas vocês verão e ainda andarão neles, por esta mesma rua que nós iremos abrir agora”.

As falas acima foram retiradas de registros do Arquivo Histórico Municipal, em artigo publicado pelo filho de Mariano, Antonio Paim Vieira.

Meses depois, a rua que ligaria a futura avenida Paulista até a praça Roosevelt estava aberta e não era qualquer uma, Mariano Vieira deu a ela o nome de Rua Augusta. Era uma rua de terra dentro do seu sítio.

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A rua foi projetada por ele mesmo. Seu aclive era tão suave que nem se percebia a subida. A partir de então as pessoas podiam descer da avenida Paulista até o centro da cidade de São Paulo em 30 minutos de caminhada.

Mariano Vieira Mariano Antônio Vieira projetou a rua Augusta idealizando o transporte com bondes elétricos em uma época em que sequer havia eletricidade na cidade. Foto: Arquivo Histórico da Cidade de São Paulo.

Mariano já tinha aberto a avenida de Real Grandeza (hoje, a avenida Paulista), que era uma referência a outra rua de mesmo nome no Rio de Janeiro e que homenageava o Rei Dom João VI.

Tudo leva a crer que o nome Augusta, também é uma homenagem à rua Augusta existente em Lisboa, batizada em homenagem a “Augusta”, figura do rei D. José I reconhecido como o Rei que modernizou Lisboa.

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Mariano não contou para ninguém o motivo dos nomes que deu para avenida Real Grandeza (atual avenida Paulista) e para a Rua Augusta, o que se mantém como um dos grandes mistérios deste grande pioneiro.

As projeções de Mariano foram equivocadas apenas quanto a um ponto: ele disse que não chegaria a ver os bondes elétricos subindo a rua Augusta.

Pouco antes de seu falecimento, em 1901, aos 75 anos, viu pela janela de sua casa na rua Augusta o bonde elétrico passar e subir até a avenida Paulista, exatamente como ele havia previsto 20 anos antes.   

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A rua Augusta se tornou uma das ruas mais famosas e emblemáticas de São Paulo e Mariano consolidou seu nome como um dos homens mais importantes da história paulistana.

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