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Algumas frases, embora pareçam inofensivas, possuem uma origem de cunho racista e devem ser evitadas | Visuals/Unsplash
O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, celebrado em 21 de março, é uma data importante para alertar sobre alguns costumes que, embora pareçam inofensivos, possuem uma origem de cunho racista.
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Muitas frases reproduzidas no cotidiano, na verdade, devem ser evitadas ou trocadas por sinônimos de uma origem menos agressiva.
Abaixo, veja algumas frases que estão na rotina dos brasileiros, mas, que devem ser evitadas por possuírem origem racista.
Abaixo, veja 13 frases que você deve retirar de seu vocabulário. As expressões e suas explicações estão também em um artigo no site oficial do Governo de Tocantins.
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A expressão faz alusão de que o "preto" seria uma situação desconfortável, desagradável, difícil ou até perigosa, sendo algo negativo.
Em vez disso, é preferível dizer outra expressão, como "A coisa está difícil".
Assim como a frase anterior, esta expressão faz parecer que o "branco" seria algo positivo, demonstrando que seria um dia de trabalho, empenho e compromissos, como se só pessoas brancas fizessem o trabalho duro.
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Na época da escravidão, o trabalho dos escravos não era visto como um trabalho de verdade e isso continua perpetuado até hoje com expressões como essa.
Expressão geralmente utilizada para se referir de forma pejorativa ao cabelo afro, o termo "cabelo duro" é negativo e apenas busca depreciar este tipo de cabelo.
Conforme o Instituto Geledés, por vários séculos, essas frases causaram a negação do próprio corpo e a baixa autoestima entre as mulheres negras sem o cabelo liso.
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Pode-se usar apenas "cabelo afro", retirando o tom pejorativo da fala porque ter um cabelo afro não é sinônimo de cabelo ruim.
Geralmente utilizado para se referir ao lápis de tonalidade meio rosada com bege, o termo "cor de pele" é extremamente preconceituoso, pois insinua que este seja o único tom de pele adequado.
Outra expressão parecida é "da cor do pecado", usada para referir-se a uma pessoa preta, mas perpetua a visão de que ser negro é algo pecaminoso e impuro.
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No dicionário Aurélio, denegrir significa "fazer ficar mais negro". Contudo, no cotidiano é usado como sinônimo de difamação, associando o "tornar-se negro" como algo ofensivo, "manchando" uma reputação antes "limpa".
Aqui pode trocar essa expressão facilmente usando somente "difamar".
Esse termo ainda hoje está nos lares brasileiros para se remeter a uma auxiliar de serviços gerais, mas traz uma carga racista histórica.
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Isso porque domésticas eram as mulheres negras escravizadas que trabalhavam dentro das casas das famílias brancas por serem consideradas "domesticadas", ou seja, terem passado por "corretivos", já que os negros eram tratados como animais rebeldes.
Embora inveja seja algo negativo, o termo "inveja branca" é visto como algo do bem. Porém, isso associa a cor branca como algo bom, que não machuca, ao contrário do negro.
Usada para referir-se a algo sem ou de pouco valor, a expressão possui uma origem preconceituosa. Ela envolve o sofrimento dos negros que trabalhavam à força nas minas de ouro nem sempre conseguiam alcançar suas "metas".
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A punição nesses casos era receber apenas metade da tigela de comida, além de serem apelidados de "meia tigela". Em vez disso, pode-se dizer simplesmente "sem valor" ou "meia boca".
Na cultura espanhola, esse termo é referente ao filhote macho do cruzamento de cavalo com jumenta ou de jumento com égua e hoje é usada com a ideia de sedução, sensualidade ligada a mulher negra.
Esse é mais um caso de expressão a ser retirada do cotidiano.
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Essa expressão coloca a mulher negra como "qualquer uma" ou "de todo mundo", ou seja, a frase indica que a pessoa não é "alguém que faz de tudo".
Além de ser uma frase racista, também é muito machista e não deve ser usada.
Esse é o título do samba que satirizava o ensino de História do Brasil nas escolas do País nos tempos da ditadura, composto por Sérgio Porto (ele assinava com o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta).
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No entanto, a expressão debochada é usada até os dias atuais para se referir a uma confusão ou trapalhada, reafirmando um estereótipo e a discriminação aos negros.
É uma frase usada para considerar um serviço como mal feito, ou realizado de maneira errada. Porém, na mesma pegada de outras frases deste artigo, faz associação ao trabalho feito pelos negros, colocando a palavra "preto" como a representação de algo ruim.
Pode-se trocar por "serviço mal feito".
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Essa é uma forma racista para falar de uma pessoa de origem negra, pois lembra o período da escravidão em que o único lugar permitido às mulheres negras era a cozinha da casa grande.
Nesse caso, o melhor é retirar a expressão do vocabulário.
Uma polêmica que constantemente vem à tona é a de que a expressão "criado-mudo" seria uma expressão racista, por se referir à época da escravidão, em que um dos escravos era obrigado a ficar em pé ao lado da cama do "dono" sem poder falar
Contudo, segundo Thiago André, graduando em história e criador do História Preta, podcast documental sobre a história da população negra, não há nenhum indício do uso de "criado" como sinônimo de "escravo" no Brasil escravagista.
No Diccionario da Lingua Brasileira, de 1832, não existe o verbete "criado-mudo" e no Diccionario da Lingua Portugueza, de 1980, diz que o nome do móvel era "donzella".
"Pela área da História e, dentro do contexto racial, não temos como afirmar categoricamente que criado-mudo seja uma palavra com motivação racial", disse ele à CNN.
Conforme Gabriel Nascimento, autor do livro "Racismo Linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo", a expressão não tem uma certeza de ser de origem racista.
"Essa história parece uma história que não reflete uma realidade. A língua metaforiza a condição negra na forma que nós olhamos coisas que não são valorizáveis, do ponto de vista politico".
A filósofa e ativista estadunidense Angela Davis disse “numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”, ou seja, é preciso muito mais que apenas não concordar com atos de discriminação racial, é necessário combater.
"Não basta você dizer 'eu não sou racista, pra mim todos são iguais'. É preciso lutar pela causa, pela inclusão. É ai que surge a importância da educação. Só a educação tem o poder de transformar as pessoas através ou além da cor da pele", disse o coordenador nacional do Educafro.
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