Fazenda do interior de São Paulo já recebeu a rainha da Inglaterra

A presença de um chefe de estado estrangeiro no Brasil sempre agita e atrai curiosidade. Uma, em especial, enlouqueceu o País nos anos 1960: a então rainha do Reino Unido, Elizabeth II.

A monarca, que morreu em 8 de setembro de 2022, foi a de maior reinado mais longo do seu País. Mas visitou apenas uma vez o Brasil. Conheceu o Rei Pelé e diversas cidades brasileiras, com o marido, o príncipe Philip.

Entre capitais importantes, como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, o casal real visitou apenas uma cidade que não é capital e que fica no interior de São Paulo.

No dia 7 de novembro de 1968, Elizabeth II e Philip desembarcaram no aeroporto internacional de Viracopos para uma viagem de um dia a Campinas. 

Entre os locais visitados estão a sede do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), na avenida Barão de Itapura, e o viveiro de café na fazenda Santa Elisa, pertencente ao instituto.

De monarquia o instituto entende. Afinal, foi fundado pelo imperador Dom Pedro II, em 1887. Cinco anos depois, passou para a administração do governo do estado de São Paulo.

Banco de dados de café

A Fazenda Santa Elisa, Centro Experimental Central do instituto, foi incorporada ao IAC em 1898 para a instalação de campos experimentais e possui atualmente uma área de 693 hectares.

Lá ficam as principais unidades técnicas da instituição, incluindo um dos maiores bancos de germoplasma de café do mundo, além de estudos sobre a macaúba, espécie pesquisada para a produção de biocombustíveis.

O local é dividido em área agrícola, urbana e ambiental. A primeira é destinada à experimentação e produção de sementes melhoradas. A área urbana possui sete centros de pesquisas.

Já a ambiental possui áreas ciliares, cerrados, várzeas, Mata Santa Elisa, nascentes, córregos e represas. 

Rainha, príncipe e café

Na fazenda, Elizabeth II e Philip foram recepcionados pelo então governador Abreu Sodré e pelo prefeito de Campinas Ruy Hellmeister Novaes.

O ex-diretor do IAC José Elias de Paiva Netto e o pesquisador Alcides Carvalho, a maior referência em cafeicultura no mundo, também estiveram presentes.

Entre os assuntos, o instituto mostrou ao príncipe as pesquisas de melhoramento de café, que incluíam plantas coletadas em países africanos colonizados pelo Reino Unido, como a Etiópia.

A rainha ainda andou a cavalo no Jockey Club de Campinas, hoje uma das sete maravilhas do município. No dia seguinte, o casal real partiu para o Rio de Janeiro.