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Em 2014, a área ocupada pela maior favela de palafitas do Brasil atingiu aproximadamente 196 mi m2 | Rodrigo Montaldi/Diario do Litoral
No litoral de São Paulo, a cidade de Santos abriga a maior favela sobre palafitas do Brasil. O Dique da Vila Gilda, localizado às margens do Rio dos Bugres, é o lar de mais de 20 mil pessoas, que vivem em condições precárias, enfrentando desafios diários relacionados à infraestrutura, saúde e segurança.
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As casas, construídas sobre estacas de madeira, estendem-se sobre o rio. A falta de saneamento básico e o acúmulo de lixo na água agravam os problemas da comunidade.
O esgoto a céu aberto e a poluição comprometem a qualidade de vida dos moradores, aumentando os riscos de doenças.
O Dique da Vila Gilda está situado em uma área de manguezal e sofre constantemente com a ação da natureza. A elevação da maré e os ventos fortes representam um perigo para as palafitas, que podem desabar com o tempo.
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Além disso, a deterioração das estacas exige manutenção frequente. Como a maioria das moradias é construída de forma improvisada, muitas famílias vivem sob o risco de desabamento.
Mesmo em meio às dificuldades, a comunidade se mantém resiliente. Os moradores adaptam suas casas para resistir às intempéries, e muitos dependem das passarelas de madeira para se locomover entre as construções.
A ocupação do Dique da Vila Gilda começou na década de 1960, quando famílias em situação de vulnerabilidade passaram a construir moradias irregulares na região. Com o tempo, as casas avançaram para dentro do Rio dos Bugres, transformando o local em uma favela sobre palafitas.
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Hoje, a comunidade é um verdadeiro labirinto de corredores estreitos, formados por tábuas e papelão. O crescimento desordenado e a falta de planejamento urbano tornam o acesso a serviços básicos ainda mais difícil.
Estudos acadêmicos destacam a expansão desordenada da comunidade sobre áreas de manguezal.
Pesquisadores da Universidade Católica de Santos analisaram imagens aéreas de diferentes períodos e constataram que, entre 1962 e 2014, houve uma redução significativa da vegetação de mangue devido às ocupações irregulares.
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Em 2014, a área ocupada pela comunidade atingiu aproximadamente 196 mil metros quadrados, resultando na supressão total da vegetação original na região.
A precariedade das condições sanitárias no Dique da Vila Gilda tem repercussões diretas na saúde dos moradores.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Católica de Santos entre 2015 e 2021 avaliou a prevalência de doenças de veiculação hídrica em bairros da zona noroeste de Santos.
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Os resultados indicaram que, embora a região sem palafitas apresentasse maior taxa de atendimentos por essas doenças, as internações hospitalares foram mais frequentes na área com palafitas, evidenciando a gravidade dos casos na comunidade do Dique da Vila Gilda.
Apesar das dificuldades, o Dique da Vila Gilda recebe projetos sociais que buscam melhorar a vida dos moradores. Um exemplo é a construção do Cruyff Court, um campo de futebol com gramado sintético, que será instalado no Instituto Arte no Dique.
O projeto, fruto de uma parceria internacional, homenageia o ex-jogador Johan Cruyff e conta com apoio da Johan Cruyff Foundation e da UEFA Foundation for Children. A iniciativa tem como objetivo oferecer um espaço de lazer e esporte para as crianças da comunidade.
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Além disso, organizações locais desenvolvem atividades voltadas para educação, cultura e inclusão social, ajudando a transformar a realidade de quem vive no Dique.
A favela sobre palafitas de Santos é um retrato das dificuldades enfrentadas por milhares de brasileiros que vivem em moradias precárias. O saneamento básico, a infraestrutura e a segurança são desafios urgentes para a comunidade.
Projetos sociais ajudam, mas a solução definitiva passa por políticas públicas de habitação e urbanização.
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Enquanto isso, os moradores seguem lutando para melhorar suas condições de vida, enfrentando os riscos diários e buscando oportunidades para um futuro melhor.
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