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O que é a estratégia de intimidação nuclear usada por países como o Irã

Embora não tenha armas nucleares, o Irã tem usado desta estratégia para ganhar poder e influência no cenário internacional

Joseph Silva

01/10/2024 às 14:05  atualizado em 01/10/2024 às 14:34

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Saiba como países ligados à produção de armas nucleares usam a estratégia de intimidação para evitar conflitos devastadores e ganhar poder

Saiba como países ligados à produção de armas nucleares usam a estratégia de intimidação para evitar conflitos devastadores e ganhar poder | Fotos Públicas

A estratégia de intimidação, também conhecida como dissuasão, é um dos conceitos centrais das relações internacionais modernas. Ela se baseia na lógica de que a ameaça de um ataque devastador é o suficiente para impedir que um país ataque outro. Ententa mais sobre essa estratégia e como ela influencia a política global.

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O conceito de estratégia de intimidação ganhou destaque durante a Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética mantinham grandes arsenais nucleares como forma de evitar um conflito direto.

Hoje, a dissuasão continua a ser uma ferramenta poderosa, utilizada por várias nações, incluindo o Irã, para garantir sua segurança e manter sua relevância geopolítica.

O que é a dissuasão nuclear? 

Atualmente o Irã não possui armas nucleares, mas o País enriquece urânio a 60%, um nível pouco abaixo do necessário para o armamento nuclear.

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A dissuasão nuclear é uma estratégia em que um país evita ser atacado ao convencer seus oponentes de que qualquer agressão levaria a uma retaliação catastrófica.

Em entrevista ao Jornal da USP em 2021, o professor Felipe Loureiro, do Instituto de Relações Internacionais da universidade, explica a estratégia de forma clara.

A lógica é simples: se o país A sabe que o país B tem armas nucleares capazes de causar destruição em massa, ele pensará duas vezes antes de atacar. O conceito é frequentemente resumido como “destruição mútua assegurada”.

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Essa ideia surgiu com mais força durante a Guerra Fria, quando tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética acumulavam arsenais nucleares.

Embora houvesse muita tensão, a posse de armas nucleares por ambos os lados evitou um confronto direto. Isso porque, em um cenário de guerra, ambos os países poderiam se destruir completamente, tornando o conflito inviável.

Segundo o professor Loureiro, "toda a perspectiva por trás da dissuasão é a ideia de que, se um país está forte, acaba incentivando seus adversários a atuar com precaução".

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Isso porque "nenhum agente político racional quer entrar em uma guerra, ainda mais em uma guerra com proporções destrutivas" como a nuclear.

O papel do Irã na estratégia de dissuasão 

O Irã, embora não tenha oficialmente desenvolvido armas nucleares, utiliza elementos da estratégia de dissuasão como forma de garantir sua segurança e influência no cenário internacional.

Desde o início de seu programa nuclear, o país tem sido alvo de sanções e negociações por parte de potências ocidentais, principalmente os Estados Unidos.

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O acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), foi um esforço para limitar o avanço nuclear iraniano em troca da remoção de sanções econômicas.

O professor Loureiro explica que, com o acordo, o Irã buscava uma "crescente limitação do grau de enriquecimento de urânio", essencial para a produção de armas nucleares.

No entanto, após a saída dos EUA do acordo em 2018, o Irã voltou a avançar em seu programa nuclear.

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Para o Irã, manter um programa nuclear ativo, mesmo sem a construção de uma bomba, já serve como uma forma de intimidação.

Isso porque ele consegue se posicionar como um ator importante no Oriente Médio e nas negociações globais.

“A ameaça de que o Irã possa um dia desenvolver uma bomba nuclear faz com que outros países lidem com o país com cautela", explica Loureiro.

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Por que a dissuasão é eficaz? 

A eficácia da dissuasão está na percepção do poder. Quando um país demonstra que tem o poder de causar danos sérios ao inimigo, ele pode evitar ser atacado.

Essa estratégia foi a principal razão pela qual, durante a Guerra Fria, o mundo evitou uma guerra nuclear.

No contexto atual, países como a Coreia do Norte e Rússia utilizam a dissuasão nuclear para manter sua soberania e evitar intervenções externas.

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A Coreia do Norte, por exemplo, frequentemente realiza testes de mísseis e desfiles militares para mostrar ao mundo que possui capacidades nucleares, mesmo que ainda limitadas.

Esses gestos são uma forma de garantir que os Estados Unidos e seus aliados pensem duas vezes antes de qualquer ação militar contra o regime de Kim Jong-un.

Felipe Loureiro destaca que "quando um país demonstra força militar, ele tende a desincentivar seus inimigos a agir contra ele", o que é o ponto central da estratégia de dissuasão.

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Contudo, ele também ressalta que essa política de intimidação pode aumentar as tensões e gerar instabilidade global.

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