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Saiba como países ligados à produção de armas nucleares usam a estratégia de intimidação para evitar conflitos devastadores e ganhar poder | Fotos Públicas
A estratégia de intimidação, também conhecida como dissuasão, é um dos conceitos centrais das relações internacionais modernas. Ela se baseia na lógica de que a ameaça de um ataque devastador é o suficiente para impedir que um país ataque outro. Ententa mais sobre essa estratégia e como ela influencia a política global.
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O conceito de estratégia de intimidação ganhou destaque durante a Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética mantinham grandes arsenais nucleares como forma de evitar um conflito direto.
Hoje, a dissuasão continua a ser uma ferramenta poderosa, utilizada por várias nações, incluindo o Irã, para garantir sua segurança e manter sua relevância geopolítica.
Atualmente o Irã não possui armas nucleares, mas o País enriquece urânio a 60%, um nível pouco abaixo do necessário para o armamento nuclear.
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A dissuasão nuclear é uma estratégia em que um país evita ser atacado ao convencer seus oponentes de que qualquer agressão levaria a uma retaliação catastrófica.
Em entrevista ao Jornal da USP em 2021, o professor Felipe Loureiro, do Instituto de Relações Internacionais da universidade, explica a estratégia de forma clara.
A lógica é simples: se o país A sabe que o país B tem armas nucleares capazes de causar destruição em massa, ele pensará duas vezes antes de atacar. O conceito é frequentemente resumido como “destruição mútua assegurada”.
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Essa ideia surgiu com mais força durante a Guerra Fria, quando tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética acumulavam arsenais nucleares.
Embora houvesse muita tensão, a posse de armas nucleares por ambos os lados evitou um confronto direto. Isso porque, em um cenário de guerra, ambos os países poderiam se destruir completamente, tornando o conflito inviável.
Segundo o professor Loureiro, "toda a perspectiva por trás da dissuasão é a ideia de que, se um país está forte, acaba incentivando seus adversários a atuar com precaução".
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Isso porque "nenhum agente político racional quer entrar em uma guerra, ainda mais em uma guerra com proporções destrutivas" como a nuclear.
O Irã, embora não tenha oficialmente desenvolvido armas nucleares, utiliza elementos da estratégia de dissuasão como forma de garantir sua segurança e influência no cenário internacional.
Desde o início de seu programa nuclear, o país tem sido alvo de sanções e negociações por parte de potências ocidentais, principalmente os Estados Unidos.
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O acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), foi um esforço para limitar o avanço nuclear iraniano em troca da remoção de sanções econômicas.
O professor Loureiro explica que, com o acordo, o Irã buscava uma "crescente limitação do grau de enriquecimento de urânio", essencial para a produção de armas nucleares.
No entanto, após a saída dos EUA do acordo em 2018, o Irã voltou a avançar em seu programa nuclear.
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Para o Irã, manter um programa nuclear ativo, mesmo sem a construção de uma bomba, já serve como uma forma de intimidação.
Isso porque ele consegue se posicionar como um ator importante no Oriente Médio e nas negociações globais.
“A ameaça de que o Irã possa um dia desenvolver uma bomba nuclear faz com que outros países lidem com o país com cautela", explica Loureiro.
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A eficácia da dissuasão está na percepção do poder. Quando um país demonstra que tem o poder de causar danos sérios ao inimigo, ele pode evitar ser atacado.
Essa estratégia foi a principal razão pela qual, durante a Guerra Fria, o mundo evitou uma guerra nuclear.
No contexto atual, países como a Coreia do Norte e Rússia utilizam a dissuasão nuclear para manter sua soberania e evitar intervenções externas.
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A Coreia do Norte, por exemplo, frequentemente realiza testes de mísseis e desfiles militares para mostrar ao mundo que possui capacidades nucleares, mesmo que ainda limitadas.
Esses gestos são uma forma de garantir que os Estados Unidos e seus aliados pensem duas vezes antes de qualquer ação militar contra o regime de Kim Jong-un.
Felipe Loureiro destaca que "quando um país demonstra força militar, ele tende a desincentivar seus inimigos a agir contra ele", o que é o ponto central da estratégia de dissuasão.
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Contudo, ele também ressalta que essa política de intimidação pode aumentar as tensões e gerar instabilidade global.
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