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Estádio Nicolau Alayon, casa do Nacional Atlético Clube, possui uma das histórias mais ricas do futebol paulista | Alexandre Giesbrecht/Wikimedia Commons
Um dos estádios mais antigos e tradicionais de São Paulo, o Estádio Nicolau Alayon, casa do Nacional Atlético Clube, possui uma das histórias mais ricas do futebol paulista.
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Hoje esquecido pela maioria, local já foi palco de grandes jogos, recebeu Pelé, seleção de Rugby, e tem a história também ligada com Portuguesa, Corinthians e São Paulo.
Abaixo, conheça mais sobre a história do campo, localizado na sede do Nacional Atlético Clube, no bairro da Água Branca, distrito da Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
Ainda na época de Charles Miller, responsável por trazer o futebol ao Brasil, os funcionários da São Paulo Railway, a primeira ferrovia do Estado, costumavam se concentrar para treinos e jogos na cidade de Santos. Porém, isto mudou em 1919.
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No dia 16 de fevereiro daquele ano, foi fundado oficialmente o São Paulo Railway Athletic Club, pelo superintendente da empresa, Arthur J. Owen, que cedeu uma área de terreno no distrito da Água Branca, vizinha dos trilhos da estrada de ferro paulista.
A diretoria só tomou posse em 7 de junho, e o primeiro secretário foi o uruguaio Nicolau Alayon, também ligado à companhia ferroviária.
Em 1923, após a saída do presidente Arthur Snell e um breve período de Alfred Cobertt, Nicolau assumiu a presidência do clube, função em que permaneceu por 22 anos, sendo considerado o maior diretor da história da entidade.
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A relevância do uruguaio era tão grande que o estádio foi tombado como patrimônio municipal, driblando as empreiteiras da região. Assim, o estádio foi batizado com o seu nome: Estádio Nicolau Alayon.
Já o time mudou de nome para "Nacional Atlético Clube" (nome atual), em 1946, após o fim da concessão da ferrovia dada à SPR e ao início da nacionalização da estrada.
O primeiro jogo neste campo ocorreu contra a Sociedade Recreativa Desportiva União Lyra Serrano, dona do campo de futebol mais antigo do Brasil.
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A partida ocorreu no mesmo dia em que um trem percorreu o caminho entre a Lapa e a Mooca levando as famílias e funcionários para o campo.
O estádio tinha capacidade para cinco mil pessoas e o local também funcionava como um clube recreativo para empregados e seus familiares.
A previsão da inauguração oficial do Estádio Nicolau Alayon era para abril de 1938, contudo, com as chuvas constantes, as obras tiveram de operar de forma reduzida, atrasando a entrega em cerca de um mês.
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O jogo inaugural ocorreu em 15 de maio (dezenove anos após a doação do terreno). A primeira partida foi entre São Paulo Railway Athletic Club e Corinthians, com vitória corintiana por 2 a 1.
O primeiro gol foi marcado por Carlos Leite, do SPR, aos doze minutos do primeiro tempo. Teleco empatou aos vinte minutos e Sabratti virou o jogo aos 44 minutos do segundo tempo.
A cerimônia de inauguração foi liderada por A. M. Wellington, diretor superintendente da São Paulo Railway na época, que contribuiu pessoalmente com cem contos de réis para a construção do estádio, que ficou a cargo da construtora Lindenberg, Alves & Farias.
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O estádio seguiu sendo palco de outros grandes jogos, como algumas partidas da primeira divisão do Paulistão da época e quatro partidas dos Jogos Pan-Americanos de 1963.
O estádio foi palco para uma tragédia, durante um clássico entre São Paulo e Corinthians, válido pela semifinal da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1992. O Tricolor Paulista acabou se classificando com vitória dramática na prorrogação, com um gol que gerou indignação do rival.
Com o estádio lotado, a confusão se estendeu para as arquibancadas. O alambrado começou a ser pressionado e bombas foram lançadas, com uma delas acertando o corintiano Rodrigo de Gásperi, de 13 anos. Rodrigo foi levado ao hospital, mas morreu em 27 de janeiro.
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Ele está sepultado no Cemitério da Saudade, em Caieiras, e, até hoje, ninguém foi condenado por sua morte. Uma das consequências do episódio foi a proibição de bandeiras com mastros nos estádios paulistas.
O recorde de público do Nicolau Alayon foi registrado em uma partida do torneio Dente de Leite, exibida pela TV Tupi, em 21 de fevereiro de 1970, contra o São Paulo.
Os donos da casa saíram vitoriosos após o 1 a 0 no placar final. O gol foi marcado por Monga, sob os olhares de 22 mil pessoas.
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Durante o Campeonato Paulista de 2006, com o Canindé passando por uma reforma em seu gramado, a Portuguesa mandou seus jogos no Estádio Nicolau Alayon em algumas oportunidades.
Em 27 de outubro de 2012, o Nicolau Alayon recebeu a Seleção Brasileira de Rúgbi XV para a repescagem do Sul-Americano, contra o Paraguai, com vitória brasileira por 35 a 22.
Atualmente o estádio conta com a capacidade de cerca de 10 mil torcedores. São quatro setores de arquibancadas, todos eles de concreto armado, sendo que um deles, o setor 1, conta com cobertura de madeira e cadeiras de plástico.
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As cabines de imprensa também estão localizadas no setor 1.
O setor destinado para a torcida organizada do Nacional, a AlmaNAC, costuma reunir-se no setor 3. O vestiário do Nacional fica embaixo no setor 2, enquanto a do time visitante fica embaixo do setor 3.
Hoje, o estádio faz parte de um complexo, a Arena Nacional, que conta com quadras para a prática de futebol society disponível para aluguel. Dentro do clube, também há área social e de piscina.
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O local também abriga a FCB Escola, escolinha oficial do Barcelona no Brasil.
Quanto ao clube, suas maiores conquistas são três títulos do Campeonato Paulista Série A3 e um título do Campeonato Paulista Segunda Divisão. Atualmente, o Nacional não possui divisão nacional e disputa a quarta divisão estadual.
Em 2025, o estádio foi sede dos jogos do Vasco da Gama durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior.
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