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Entenda o significado do monumento de Tomie Ohtake na 23 de Maio

Obra icônica da artista simboliza os 100 anos da imigração japonesa no Brasil e a conexão entre as culturas

Raphael Miras

05/02/2025 às 11:34  atualizado em 05/02/2025 às 12:17

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A escultura é composta por quatro lâminas onduladas de concreto armado, cada uma com cerca de 40 metros de comprimento, 4 metros de altura e 2 metros de largura. 

A escultura é composta por quatro lâminas onduladas de concreto armado, cada uma com cerca de 40 metros de comprimento, 4 metros de altura e 2 metros de largura.  | Wikimedia Commons

O Monumento aos 80 Anos da Imigração Japonesa, projetado pela renomada artista plástica Tomie Ohtake, é um marco na paisagem urbana de São Paulo. 

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Instalado no canteiro central da Avenida 23 de Maio, em frente ao Centro Cultural São Paulo, a obra foi criada em 1988 para celebrar as oito décadas da chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, a bordo do navio Kasato Maru, em 1908.

A escultura é composta por quatro lâminas onduladas de concreto armado, cada uma com cerca de 40 metros de comprimento, 4 metros de altura e 2 metros de largura.

Essas formas representam as quatro gerações de nikkeis no Brasil: issei (nascidos no Japão), nissei (filhos de japoneses), sansei (netos) e yonsei (bisnetos). Com suas curvas suaves e imponentes, a obra se destaca no trajeto que liga as zonas norte e sul da cidade.

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Restauração e conservação

Após anos de exposição ao tempo e atos de vandalismo, incluindo pichações e rachaduras, o monumento passou por um processo de restauro. 

A recuperação foi realizada através do programa Cidade Linda, promovido pela Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Instituto Tomie Ohtake e a Tintas Coral, da empresa Akzo Nobel.

Monumento antes da reforma de 2017, onde havia pichações e algumas rachaduras. Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Monumento antes da reforma de 2017, onde havia pichações e algumas rachaduras. Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Depois da reforma, o monumento ficou com uma nova cara. Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Depois da reforma, o monumento ficou com uma nova cara. Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Segundo Ricardo Ohtake, filho da artista e diretor do Instituto Tomie Ohtake, a escolha dessas cores foi mantida conforme a última versão definida pela artista, que acreditava que essa combinação deixava a escultura mais leve. Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Segundo Ricardo Ohtake, filho da artista e diretor do Instituto Tomie Ohtake, a escolha dessas cores foi mantida conforme a última versão definida pela artista, que acreditava que essa combinação deixava a escultura mais leve. Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Além da pintura, a iluminação do monumento também foi renovada. Durante o processo, duas das doze luminárias que iluminam a obra foram substituídas, realçando suas formas onduladas e garantindo maior visibilidade noturna. Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Além da pintura, a iluminação do monumento também foi renovada. Durante o processo, duas das doze luminárias que iluminam a obra foram substituídas, realçando suas formas onduladas e garantindo maior visibilidade noturna. Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Essas formas representam as quatro gerações de nikkeis no Brasil: issei (nascidos no Japão), nissei (filhos de japoneses), sansei (netos) e yonsei (bisnetos). Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Essas formas representam as quatro gerações de nikkeis no Brasil: issei (nascidos no Japão), nissei (filhos de japoneses), sansei (netos) e yonsei (bisnetos). Foto: Fabio Arantes / Secom PMSP
Falecida em 2015, Tomie Ohtake deixou um vasto legado para a arte brasileira. Nascida em Kioto, Japão, em 1913, ela chegou ao Brasil em 1936 e se naturalizou brasileira em 1968. Foto: divulgação/Instituto Tomie Ohtake
Falecida em 2015, Tomie Ohtake deixou um vasto legado para a arte brasileira. Nascida em Kioto, Japão, em 1913, ela chegou ao Brasil em 1936 e se naturalizou brasileira em 1968. Foto: divulgação/Instituto Tomie Ohtake

A restauração começou em 14 de janeiro de 2017, com a limpeza das estruturas por uma equipe especializada. Utilizando uma máquina de alta pressão, os profissionais removeram sujeira acumulada e tinta de pichações. 

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No dia 16, a equipe iniciou o processo de lixamento, preparando o concreto para a nova pintura. 
As lâminas receberam novamente as cores escolhidas pela própria Tomie Ohtake: amarelo, laranja, verde e azul. 

Segundo Ricardo Ohtake, filho da artista e diretor do Instituto Tomie Ohtake, a escolha dessas cores foi mantida conforme a última versão definida pela artista, que acreditava que essa combinação deixava a escultura mais leve.

Além da pintura, a iluminação do monumento também foi renovada. Durante o processo, duas das doze luminárias que iluminam a obra foram substituídas, realçando suas formas onduladas e garantindo maior visibilidade noturna.

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O legado de Tomie Ohtake

Falecida em 2015, Tomie Ohtake deixou um vasto legado para a arte brasileira. Nascida em Kioto, Japão, em 1913, ela chegou ao Brasil em 1936 e se naturalizou brasileira em 1968. 

Sua trajetória artística se destacou por explorar formas abstratas em pinturas, gravuras e esculturas. 
Ao longo de sua carreira, participou de sete edições da Bienal Internacional de São Paulo e teve suas obras espalhadas por diversas cidades, como Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e, principalmente, São Paulo.

Na capital paulista, além do monumento na 23 de Maio, outras obras de Tomie Ohtake podem ser vistas em locais icônicos, como o metrô Consolação, a Ladeira da Memória e o Auditório Ibirapuera. 

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Seu último grande trabalho foi uma escultura vermelha de 15 metros de altura e 20 toneladas de aço, instalada no Porto de Santos em homenagem ao centenário da imigração japonesa.

A restauração do monumento na 23 de Maio reforça a importância da preservação do patrimônio artístico da cidade e evidencia a necessidade de respeito às obras de arte públicas. 

Como destacou Ricardo Ohtake, mais do que uma homenagem à sua mãe, essa recuperação representa um benefício para toda a população paulistana, que pode continuar apreciando um dos marcos da integração cultural entre Brasil e Japão.
 

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