Entenda impacto do campo magnético 800 mil vezes maior que o da Terra

Um grupo de cientistas chineses atingiu um feito histórico ao criar um campo magnético 800 mil vezes superior ao da Terra, com 42,02 teslas, um recorde mundial, e possui um impacto relevante nas pesquisas sobre o tema.

O feito inédito foi atingido pelo Laboratório de Alto Campo Magnético dos Institutos de Ciências Físicas de Hefei, parte da Academia Chinesa de Ciências (CHMFL). Entenda mais abaixo.

O que são esses campos magnéticos?

Os campos magnéticos criados pelos especialistas são ferramentas essenciais para muitas das pesquisas científicas que permitem que os cientistas manipulem as propriedades da matéria, visando novas descobertas.

Esses campos também têm uma utilidade fundamental em tecnologias avançadas, como a RMN (ressonância magnética nuclear).

Essa tecnologia é utilizada na medicina, e a supercondutividade, que busca oferecer inovações em eletrônicos e sistemas de transporte.

Quais foram os avanços da pesquisa chinesa no campo magnético?

A criação chinesa do novo campo magnético de 42,02 teslas em um ímã resistivo coloca o país como o grande líder mundial no quesito das tecnologias de campos magnéticos.

Uma tesla é a unidade usada pelo Sistema Internacional de Unidades (SI) para densidade de fluxo magnético.

Impacto da conquista

Essa nova descoberta deve influenciar positivamente no desenvolvimento de novos materiais eletrônicos e contribuir para o avanço em pesquisas médicas, principalmente no combate a doenças como câncer, diabetes e problemas hepáticos.

Kuang Guangli, diretor acadêmico da CHMFL, afirmou que "a descoberta tem chances de atender as necessidades dos utilizadores de um campo magnético elevado, rápido, regulado e estável."

Além disso, segundo o especialista, será possível proporcionar aos cientistas condições experimentais poderosas e estabelecer uma base tecnológica fundamental para a construção de ímãs estáveis de campo superior na China.

Outro recorde chinês

Inaugurada em 2017, a instalação de Hefei, já havia chegado em outro recorde em 2022, quando os cientistas chineses produziram o campo magnético estável mais elevado do mundo, de 45,22 teslas, utilizando um ímã híbrido na instalação.

Laboratórios de pesquisa de campos magnéticos

No total, existem cinco laboratórios dedicados ao estudo e criação de campos magnéticos no mundo.

Além do laboratório de Hefei, existem outros quatro grandes centros de pesquisa de campos magnéticos constantes, localizados nos Estados Unidos, França, Países Baixos e Japão.

Outra descoberta recente no âmbito científico foi a de um novo oceano subterrâneo, que também surpreendeu os especialistas.

Ímãs dos campos magnéticos

Entre os ímãs que possuem um campo magnético elevado e estável estão: ímãs resistivos, ímãs supercondutores e ímãs híbridos.

De acordo com os especialistas, os ímãs resistivos têm a vantagem de um controle flexível e rápido, o que torna possível haver condições experimentais fiáveis e eficientes para a investigação científica.

Kuang afirmou que a equipe chinesa pretende desenvolver novos ímãs estáveis para apoiar o desenvolvimento de novos materiais eletrônicos, explorar os mecanismos e as aplicações da supercondutividade a alta temperatura.

Além disso, também está nos planos estudar a patologia das principais doenças e os medicamentos relacionados, além de produzir materiais semicondutores de elevado desempenho.

Enquanto os cientistas pesquisadores de campos magnéticos buscam ímãs mais estáveis, os responsáveis pelo estudo do núcleo da Terra têm notado uma diminuição na velocidade de rotação.