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Entenda a onda de incêndios que atinge cidades do interior de SP

Incêndios no interior de São Paulo causam evacuações e mortes; governo trabalha para descobrir causas e prevenir mais fogos

Lara Madeira

26/08/2024 às 15:09  atualizado em 26/08/2024 às 15:57

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Brigadistas combatem incêndio

Brigadistas combatem incêndio | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Desde a última sexta-feira (23/8), uma série devastadora de incêndios atingiu o interior de São Paulo, colocando 48 cidades em alerta máximo para queimadas.

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Esses incêndios consumiram mais de 20 mil hectares e provocaram a evacuação de mais de 800 pessoas, além de causar a morte de dois indivíduos, conforme relatado pelo governo estadual.

A situação agravou-se ao ponto de interromper o tráfego em várias rodovias da região devido à fumaça. Em Votuporanga, por exemplo, um incêndio severo atingiu uma Área de Preservação Permanente, além de plantações de cana e pastagens na Estrada Vicinal Adriano Pedro Assi, destruindo cerca de 180 hectares.

A Defesa Civil ainda está investigando as causas desses incêndios, que permanecem desconhecidas.

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Agosto com mais focos de incêndio

Este agosto já se configura como o mês com o maior registro de focos de incêndio desde 1998, com mais de 2.300 focos identificados em apenas três dias.

Imagens mostram o céu coberto por fumaça em várias cidades. As condições climáticas, incluindo baixa umidade, ventos fortes e altas temperaturas, têm piorado a situação, com indicações de que a ação humana também pode estar contribuindo para a escalada dos eventos.

Reposta do governador

Em resposta, o governo estadual, liderado pelo governador Tarcísio de Freitas, declarou situação de emergência por 180 dias nos municípios afetados e criou um Gabinete de Crise.

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Cerca de 15.335 pessoas, entre bombeiros e voluntários, foram mobilizadas para combater as chamas e oferecer orientações à população, com um centro de operações estabelecido em Ribeirão Preto para coordenar os esforços.

Ações do governo e investigações sobre incêndios

O governo reagiu aos incêndios no interior de São Paulo e levantou suspeitas de ações criminosas como causas dos eventos. No domingo (25/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em suas redes sociais que há indícios de incêndios provocados, destacando a ausência de causas naturais nas investigações preliminares.

"Não há, até agora, nenhum incêndio detectado por causas naturais, o que indica ações ilegais de incêndio", declarou o presidente.

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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reforçou essa visão, comparando os incidentes com o "Dia do Fogo" de 2019, quando incêndios foram coordenados no Pará. Ela destacou a atipicidade dos incêndios e a necessidade urgente de investigações.

"Em poucos dias, vários municípios apresentaram incêndios simultâneos, algo fora da curva de experiências passadas do estado", disse a ministra.

Polícia Federal investiga incêndios

Em resposta, a Polícia Federal iniciou dois inquéritos para investigar os incêndios, e o governo estadual mobilizou a Polícia Civil para rastrear todas as ocorrências relacionadas.

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Três prisões foram efetuadas em conexão com os incêndios, incluindo um homem em Batatais flagrado incendiando uma área de mata.

Outros casos em São José do Rio Preto e Porto Ferreira também estão sob investigação, com suspeitos detidos por ações semelhantes.

O governador Tarcísio de Freitas, em uma entrevista concedida à Globo, explicou que os detidos portavam gasolina e estavam ativamente envolvidos em iniciar os incêndios.

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Essas ações rápidas do governo visam não apenas controlar os incêndios atuais mas também prevenir futuros desastres.

Recomendações do governo para prevenção de queimadas

O governo estadual divulgou uma série de recomendações para ajudar a prevenir a ocorrência e a propagação de queimadas, destacando a importância da conscientização e da ação responsável por parte da população:

  1. Evitar fogueiras: é crucial evitar acender fogueiras, especialmente nas proximidades de matas e florestas, onde o risco de propagação do fogo é maior.
  2. Descarte correto de resíduos: não utilize o fogo para limpar terrenos ou queimar lixo. O descarte adequado dos resíduos ajuda a prevenir incêndios acidentais.
  3. Queima controlada: realize queimas apenas quando autorizado e sob as diretrizes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), garantindo que todas as medidas de segurança estejam em vigor.
  4. Manutenção de aceiros: em propriedades rurais, é importante construir e manter aceiros limpos – faixas de terra desprovida de vegetação – ao redor das áreas florestais, próximo a estradas e rodovias, para servir como barreiras contra o avanço das chamas.
  5. Alertas da Defesa Civil: cadastre-se para receber alertas da Defesa Civil enviando um SMS com seu CEP para o número 40199. Estar informado sobre riscos em potencial pode facilitar ações rápidas e eficazes em caso de emergência.
  6. Em caso de incêndio: se avistar um incêndio ou uma grande quantidade de fumaça, afaste-se imediatamente do local e procure um abrigo seguro. Informe o Corpo de Bombeiros (ligue para 193) e a Defesa Civil imediatamente para que possam tomar as medidas necessárias.

Cidades em alerta máximo parai incêndios em São Paulo:

  • Região de São José dos Campos: Bananal e São Luís do Paraitinga.
  • Região de Ribeirão Preto: Altinópolis, Barrinha, Batatais, Bebedouro, Brodowski, Luiz Antônio, Monte Azul Paulista, Morro Agudo, Pedregulho, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Santo Antônio da Alegria, São Simão, e Sertãozinho.
  • Região de Araraquara: Boa Esperança do Sul, Dourado, Ibitinga, Itápolis, Itirapina, e Tabatinga.
  • Região de Bauru: Arealva, Iacanga, Jaú, Torrinha, e Sabino.
  • Região de Presidente Prudente: Lucélia, Presidente Epitácio, e Salmourão.
  • Região de Campinas: Águas da Prata, Monte Alegre do Sul, Piracicaba, e Tambaú.

Estas áreas estão atualmente sob vigilância intensa devido ao risco elevado de incêndios, e as autoridades locais continuam a monitorar a situação de perto para garantir a segurança de todos os residentes.

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