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Edifício Martinelli: 100 anos de história, cultura e revitalização em São Paulo

Descubra a história, cultura e desafios do primeiro arranha-céu de São Paulo; visite o legado arquitetônico, cultural e turístico revitalizado do Martinelli

Lara Madeira

16/07/2024 às 15:40  atualizado em 19/07/2024 às 11:31

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Vista do Edifício Martinelli, em São Paulo, iluminado ao entardecer. As janelas superiores foram retiradas dos navios da empresa de navegação de Giuseppe Martinelli, refletindo sua ligação com a indústria naval

Vista do Edifício Martinelli, em São Paulo, iluminado ao entardecer. As janelas superiores foram retiradas dos navios da empresa de navegação de Giuseppe Martinelli, refletindo sua ligação com a indústria naval | Instagram/ alexrlsfilho / Reprodução

O Edifício Martinelli, um dos marcos arquitetônicos mais emblemáticos de São Paulo, celebra seu centenário em 2024. Considerado o primeiro arranha-céu da cidade, ele marcou o início da verticalização da capital paulista e continua a ser um ponto de referência importante até os dias de hoje.

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História e início da verticalização

O comendador Martinelli com o governador de São Paulo, Júlio Prestes
O comendador Martinelli com o governador de São Paulo, Júlio Prestes /  Cruzeiro, 11 de maio de 1929

Idealizado pelo imigrante italiano Giuseppe Martinelli, o prédio foi considerado o mais alto da América Latina durante muitos anos. Projetado pelo arquiteto húngaro William Fillinger, o Martinelli começou a ser construído em 1924 e teve sua primeira fase concluída em 1929.

Martinelli utilizou materiais luxuosos e inovadores, como janelas retiradas dos navios de sua empresa de navegação, para realçar a obra e refletir sua ligação com a indústria naval. Com 30 andares e 105 metros de altura, a construção foi finalizada em 1934.

Localizado no centro da capital paulista, entre as ruas São Bento, Líbero Badaró e Avenida São João, a construção do Martinelli envolveu o trabalho de 600 operários e 90 artesãos. Foram utilizados materiais importados como cimento rosa da Noruega e Suécia, mármore italiano, além de portas e janelas da Alemanha e Lituânia, que permanecem originais até hoje.

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Desafios e transformações

Edificio Martinelli

Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro confiscou o prédio sob a alegação de dívida de guerra, já que o Brasil havia declarado guerra aos países do Eixo, incluindo a Itália. O Edifício Martinelli então passou a ser ocupado por famílias de baixa renda, transformando-se em um cortiço.

Durante esse período, o prédio entrou em uma fase de degradação extrema, com habitações precárias, ocupações irregulares e ocorrências de diversos crimes, incluindo assassinatos que marcaram sua história e contribuíram para sua fama de mal-assombrado.

Crimes no  Edifício Martinelli: assassino "Meia-Noite" e Neide

Um dos casos mais notórios foi o assassinato de Davilson Gelisek, um garoto de 14 anos, encontrado morto em 1947 no fosso do elevador do Edifício Martinelli. Ele foi violentado e jogado do alto do prédio por um criminoso conhecido como "Meia-Noite".

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Davilson trabalhava como alfaiate na Rua Senador Feijó e havia desaparecido quatro dias antes de seu corpo ser encontrado. A autópsia revelou que ele morreu devido à queda de grande altura, e o caso gerou grande comoção na época.

Outro crime que deixou marcas na história do Martinelli foi a morte de Neide, uma garota de 17 anos, em 1965. Ela foi esganada e atirada do prédio após um baile.

Neide foi encontrada em estado deplorável, com fraturas expostas, e testemunhas relataram que ela estava acompanhada de um homem desconhecido antes de sua morte. O caso também foi arquivado por falta de provas, contribuindo para a fama de mistério e tragédia associada ao edifício.

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A partir desses crimes, muitas histórias e lendas urbanas surgiram ao redor do edifício. Isso alimentou o imaginário popular e transformou o prédio em uma referência de mistério na cidade.

Revitalização e patrimônio histórico

Voo do dirigível Graf Zeppelin sobre o centro da cidade, destaque para o edifício Martinelli

A situação do Martinelli começou a mudar em 1975, quando o prefeito Olavo Setúbal iniciou uma intervenção significativa. O prédio foi desapropriado e completamente remodelado entre 1975 e 1979, passando a abrigar órgãos municipais e lojas no piso térreo.

Na década de 1980, suas fachadas foram tombadas como patrimônio histórico, garantindo a preservação de sua arquitetura original. Desde então, o Edifício Martinelli tem sido sede de várias secretarias municipais e continua sendo um importante ponto turístico e cultural da cidade.

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Martinelli no século XXI: espaço de cultura, lazer e gastronomia

Edificio Martinelli visto da Avenida Sao Joao e do Vale do Anhangabau
Vista da Avenida São João, uma das mais famosas da cidade, e do Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, Brasil. Em destaque, o Edifício Martinelli.

Como parte da revitalização do centro de São Paulo, a Prefeitura concedeu o uso do Terraço Martinelli ao Grupo Tokyo. A concessão inclui a restauração dos espaços, melhorias de acessibilidade e segurança, e a criação de um serviço de visitação pública.

O público terá acesso ao terraço no 26º andar, bem como aos andares 25º, 27º e 28º, além de um espaço no térreo. A concessão, com um contrato de R$ 61,3 milhões, obriga a empresa responsável a restaurar os espaços e implementar melhorias para garantir acessibilidade universal, seguindo determinações do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

A nova fase do Edifício Martinelli transformará o local em um centro de gastronomia, cultura, lazer e arte. A previsão é que todas as instalações sejam entregues até o final de 2024, com o mirante aberto ao público até o final deste ano. Esta iniciativa visa atrair novos moradores e investimentos para a região central de São Paulo, contribuindo para a revitalização e dinamização do centro histórico da cidade.

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