A+

A-

Alternar Contraste

Quinta, 21 Novembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta Gazeta Mais Seta

Curiosidades

Edifício Martinelli: 100 anos de história, cultura e revitalização em São Paulo

Descubra a história, cultura e desafios do primeiro arranha-céu de São Paulo; visite o legado arquitetônico, cultural e turístico revitalizado do Martinelli

Lara Madeira

16/07/2024 às 15:40  atualizado em 19/07/2024 às 11:31

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Vista do Edifício Martinelli, em São Paulo, iluminado ao entardecer. As janelas superiores foram retiradas dos navios da empresa de navegação de Giuseppe Martinelli, refletindo sua ligação com a indústria naval

Vista do Edifício Martinelli, em São Paulo, iluminado ao entardecer. As janelas superiores foram retiradas dos navios da empresa de navegação de Giuseppe Martinelli, refletindo sua ligação com a indústria naval | Instagram/ alexrlsfilho / Reprodução

O Edifício Martinelli, um dos marcos arquitetônicos mais emblemáticos de São Paulo, celebra seu centenário em 2024. Considerado o primeiro arranha-céu da cidade, ele marcou o início da verticalização da capital paulista e continua a ser um ponto de referência importante até os dias de hoje.

Continua depois da publicidade

História e início da verticalização

O comendador Martinelli com o governador de São Paulo, Júlio Prestes
O comendador Martinelli com o governador de São Paulo, Júlio Prestes /  Cruzeiro, 11 de maio de 1929

Idealizado pelo imigrante italiano Giuseppe Martinelli, o prédio foi considerado o mais alto da América Latina durante muitos anos. Projetado pelo arquiteto húngaro William Fillinger, o Martinelli começou a ser construído em 1924 e teve sua primeira fase concluída em 1929.

Martinelli utilizou materiais luxuosos e inovadores, como janelas retiradas dos navios de sua empresa de navegação, para realçar a obra e refletir sua ligação com a indústria naval. Com 30 andares e 105 metros de altura, a construção foi finalizada em 1934.

Localizado no centro da capital paulista, entre as ruas São Bento, Líbero Badaró e Avenida São João, a construção do Martinelli envolveu o trabalho de 600 operários e 90 artesãos. Foram utilizados materiais importados como cimento rosa da Noruega e Suécia, mármore italiano, além de portas e janelas da Alemanha e Lituânia, que permanecem originais até hoje.

Continua depois da publicidade

Desafios e transformações

Edificio Martinelli

Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro confiscou o prédio sob a alegação de dívida de guerra, já que o Brasil havia declarado guerra aos países do Eixo, incluindo a Itália. O Edifício Martinelli então passou a ser ocupado por famílias de baixa renda, transformando-se em um cortiço.

Durante esse período, o prédio entrou em uma fase de degradação extrema, com habitações precárias, ocupações irregulares e ocorrências de diversos crimes, incluindo assassinatos que marcaram sua história e contribuíram para sua fama de mal-assombrado.

Crimes no  Edifício Martinelli: assassino "Meia-Noite" e Neide

Um dos casos mais notórios foi o assassinato de Davilson Gelisek, um garoto de 14 anos, encontrado morto em 1947 no fosso do elevador do Edifício Martinelli. Ele foi violentado e jogado do alto do prédio por um criminoso conhecido como "Meia-Noite".

Continua depois da publicidade

Davilson trabalhava como alfaiate na Rua Senador Feijó e havia desaparecido quatro dias antes de seu corpo ser encontrado. A autópsia revelou que ele morreu devido à queda de grande altura, e o caso gerou grande comoção na época.

Outro crime que deixou marcas na história do Martinelli foi a morte de Neide, uma garota de 17 anos, em 1965. Ela foi esganada e atirada do prédio após um baile.

Neide foi encontrada em estado deplorável, com fraturas expostas, e testemunhas relataram que ela estava acompanhada de um homem desconhecido antes de sua morte. O caso também foi arquivado por falta de provas, contribuindo para a fama de mistério e tragédia associada ao edifício.

Continua depois da publicidade

A partir desses crimes, muitas histórias e lendas urbanas surgiram ao redor do edifício. Isso alimentou o imaginário popular e transformou o prédio em uma referência de mistério na cidade.

Revitalização e patrimônio histórico

Voo do dirigível Graf Zeppelin sobre o centro da cidade, destaque para o edifício Martinelli

A situação do Martinelli começou a mudar em 1975, quando o prefeito Olavo Setúbal iniciou uma intervenção significativa. O prédio foi desapropriado e completamente remodelado entre 1975 e 1979, passando a abrigar órgãos municipais e lojas no piso térreo.

Na década de 1980, suas fachadas foram tombadas como patrimônio histórico, garantindo a preservação de sua arquitetura original. Desde então, o Edifício Martinelli tem sido sede de várias secretarias municipais e continua sendo um importante ponto turístico e cultural da cidade.

Continua depois da publicidade

Martinelli no século XXI: espaço de cultura, lazer e gastronomia

Edificio Martinelli visto da Avenida Sao Joao e do Vale do Anhangabau
Vista da Avenida São João, uma das mais famosas da cidade, e do Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, Brasil. Em destaque, o Edifício Martinelli.

Como parte da revitalização do centro de São Paulo, a Prefeitura concedeu o uso do Terraço Martinelli ao Grupo Tokyo. A concessão inclui a restauração dos espaços, melhorias de acessibilidade e segurança, e a criação de um serviço de visitação pública.

O público terá acesso ao terraço no 26º andar, bem como aos andares 25º, 27º e 28º, além de um espaço no térreo. A concessão, com um contrato de R$ 61,3 milhões, obriga a empresa responsável a restaurar os espaços e implementar melhorias para garantir acessibilidade universal, seguindo determinações do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

A nova fase do Edifício Martinelli transformará o local em um centro de gastronomia, cultura, lazer e arte. A previsão é que todas as instalações sejam entregues até o final de 2024, com o mirante aberto ao público até o final deste ano. Esta iniciativa visa atrair novos moradores e investimentos para a região central de São Paulo, contribuindo para a revitalização e dinamização do centro histórico da cidade.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados