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Edifício Cofermat, onde funciona uma unidade do Sesc é um dos locais que preservam bunker em SP | Revista Acrópole/ Thiago Neme/GSP
Assim como em diversas cidades pela Europa, São Paulo possui edifícios com bunkers que foram construídos para proteger os cidadãos em caso de ataques militares.
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Os bunkers foram construídos durante a Segunda Guerra Mundial a mando do então presidente Getúlio Vargas. A intenção era garantir que os moradores desses prédios tivessem abrigo seguro em caso de bombardeio.
A inspiração para trazer os bunkers a São Paulo veio do velho continente onde os abrigos antiaéreos protegiam os cidadãos dos bombardeios sistemáticos.
Por aqui, a construção deles começou em 1942, quando o então presidente Getúlio Vargas promulgou uma lei que obrigava os novos empreendimentos imobiliários a construírem “bunkers” antiaéreos em todo o País.
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O decreto foi chamado de “defesa passiva antiaérea” e dizia que as edificações com mais de cinco pavimentos ou área superior a 1,2 mil metros quadrados eram obrigadas a construir um bunker com capacidade para acomodar todos os moradores do edifício.
A norma valia para todos os novos edifícios de habitação coletiva, hotéis, hospitais, casas de diversão, estabelecimentos comerciais, industriais e de ensino.
Na capital paulista é possível encontrar pelo menos 19 deles.
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É muito possível que os paulistanos acreditassem mesmo na probabilidade de um ataque aéreo naquela época. Afinal, a cidade de São Paulo era a única do País que com histórico desse tipo de investida miliar no Brasil.
A Capital foi bombardeada durante a Revolução Paulista de 1924. A região interiorana foi bombardeada durante a Revolução Constitucionalista de 1932.
Há registros de construção de abrigos antiaéreos em outras cidades do Brasil como Rio de Janeiro, Santos e Belo Horizonte.
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Como sempre, o mercado imobiliário se aproveitou do diferencial e passou a promover os bunkers como se fossem a “varanda gourmet” da época.
Com o fim da Segunda Guerra foram transformados em academia de ginástica, garagem, depósitos e até bar de jazz.
O centro histórico da capital conta com alguns bunkers antiaéreos.
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De todos os abrigos antiaéreos visitados pela reportagem, o do edifício Brigadeiro Galvão é o único que parece mais preservado. A maioria foi adaptada também como quartos de despejo, casa de máquinas e porões.
Alguns foram transformados em bares e restaurantes, como o Bar do Bunker, no edifício São Nicolau, na Praça da República.
Alguns dos prédios podem ser visitados em um breve tour a pé. Confira o mapa com o roteiro para explorar e os detalhes como cada um deles.
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Este prédio na Santa Cecília, que foi projetado pelo arquiteto alemão Heiner Bresslau em 1944. Foi projetado para ser usado como estúdios de artistas da época.
Em formato de diamante, tinha escadarias de mármore, lustres e apartamentos com um grande salão. Seu atrativo inusitado era o abrigo-antiaéreo.
Outro edifício com abrigo antiaéreo que pode ser visitado é o do Edifício Cofermat, onde funciona Sesc Florêncio de Abreu. O prédio histórico é tombado pelo Departamento de Patrimônio Histórico do Município.
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Ele foi projeto do arquiteto Rino Levi, e é o único do portfólio do arquiteto com abrigo antiaéreo. Localizado na rua Florêncio de Abreu, ele foi idealizado para a empresa Cia. de Ferro e Materiais de Construção S.A.
Na esquina das avenidas Ipiranga com a São Luís, o Edifício São Tomáz tem em seu subsolo um abrigo que atualmente funciona como garagem.
Ele foi projetado pelos arquitetos Arnaldo Maio Lello e Wilson Maia Fina, em 1944, quando ainda vigorava a Lei de construção de abrigos antiaéreos. Hoje ainda figura como um dos ícones da Praça da República.
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Perto dali, o edifício São Luís, na mesma praça, também contava com bunker. Este de 100 metros quadrados, projetado pelo arquiteto francês Jacques Pilon.
Trata-se de um prédio tombado, com apenas 22 apartamentos. Todos eles com banheiros de mármore italiano e lareira.
Ainda na Praça da República, o Edifício São Nicolau, se destaca com o único bunker de visitação livre pois ali funciona um bar de jazz e um café.
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O prédio foi projetado pelo arquiteto Fortunato Ciampolini e a transformação em um estabelecimento comercial foi idealizada por um advogado apaixonado por história.
Situado no número 184 do largo do Arouche, foi anunciado em 1944, destacando o “abrigo antiaéreo” como um diferencial durante a Segunda Grande Guerra.
Conhecido como o Bunker da Condessa, este abrigo fica no edifício que recebeu a condessa italiana Leonor de Camillis Spezzacatena.
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O agora hotel, construído em 1947, viu seu bunker ceder lugar a uma academia. A hospedagem, no entanto, está fechada para reforma sem prazo de término.
Em 1945 a construtora Coelho Pinoti & Cia LTDA, anunciava a venda de imóveis no Condomínio Santa Cecília.
Situado na rua Conselheiro Brotero, o local conta com imóveis com áreas que variam de 73m² a 94m², e, como destaque, um abrigo antiaéreo
Existe uma lenda de que, no subsolo de alguns edifícios da Praça da República havia túneis com escotilhas que levavam para um bunker antiaéreo.
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