Conheça os cantos de aves que nos acordam pela manhã

O canto dos pássaros é para muitos uma das manifestações animais mais bonitas. Porém, com a urbanização crescente de São Paulo, esses sons estão cada vez mais escassos, abafados pela poluição e pelo barulho diário da cidade.

O sabiá-laranjeira, por exemplo, um dos símbolos do Brasil, tem cantado cada vez mais cedo nas madrugadas paulistanas. 

Relatos indicam que essa ave passou a cantar antes das 4h para evitar competir com o ruído da cidade, tentando garantir que seu canto seja ouvido e que ele encontre uma parceira. As informações são do portal g1.

Apesar do cenário preocupante, muitas espécies mantém sua missão de atuar como despertadores naturais. Além do sabiá, outros pássaros são “culpados” por interromper suas manhãs de descanso. Confira quais são eles.

Características de cada pássaro

A seguir, iremos mostrar as características dos principais pássaros que cantam ao nascer do sol. As escolhas da lista foram baseadas em informações do sitr Wiki Aves. Confira:

Saci

O saci, ou matintaperera, é uma ave cuculiforme da família Cuculidae, conhecida por vários nomes em diferentes regiões do Brasil, como assobiador, matinta-pereira e fem-fem. 

Na cultura amazônica, é associada a lendas que o retratam como um pássaro noturno de canto estridente, considerado prenúncio de desgraça. A lenda diz que ele aparece pedindo tabaco e, na manhã seguinte, surge uma velha pedindo o fumo prometido.

Essa ave mede entre 26 e 30 cm e tem plumagem característica, com listras e tons variados de castanho e preto. Seu canto é facilmente reconhecível e varia em intensidade e frequência, servindo para demarcar território e comunicar com outros da mesma espécie. 

Possui dois tipos de canto: um de 2 notas, para afastar rivais, e outro de 5 a 6 notas, mais comum ao amanhecer e ao entardecer.

Bem-te-vi 

O bem-te-vi, pertencente à família dos Tiranídeos e é uma ave muito popular no Brasil e em outros países. 

Além de ser conhecido como bem-te-vi-de-coroa e bem-te-vi-verdadeiro, recebe o nome de cirino em algumas regiões do Nordeste e de kiskidee, nos Estados Unidos. Mede entre 20,5 e 25 centímetros e pesa entre 52 e 68 gramas. 

Tem dorso pardo, barriga amarela e uma listra branca na cabeça. Seu canto é onomatopeico, originando seu nome.

O bem-te-vi é encontrado em vários habitats, incluindo cidades, matas e margens de rios, e é frequentemente confundido com outras aves similares, como o neinei e o bentevizinho-de-penacho-vermelho. 

Esses pássaros possuem variações sutis nas características físicas, como o tamanho do bico e a definição das sobrancelhas brancas. 

A ave também recebe nomes onomatopeicos em outros idiomas, como qu'est ce em francês (na Guiana) e bichofêo em espanhol (Argentina). No Brasil, o bem-te-vi é celebrado até na música, sendo homenageado por Renato Terra em uma de suas canções.

Corruíra

A corruíra, uma ave passeriforme da família Troglodytidae, é também conhecida por nomes como maria-judia, currila, cambaxirra e rouxinol. 

Ela é facilmente identificável em áreas alteradas pelo homem, diferentemente de outras espécies da mesma família que habitam florestas ou ambientes específicos. 

Até recentemente, a espécie Troglodytes aedon era encontrada em todo o continente americano, mas as populações ao sul do México foram classificadas como uma espécie distinta, Troglodytes musculus.

Medindo entre 10 e 13 centímetros e pesando cerca de 10-12 gramas, a corruíra é conhecida por seu canto melodioso, especialmente no início da manhã. Ela emite um som rouco enquanto se movimenta por construções e vegetação.

Tico-Tico

O tico-tico, uma ave passeriforme da família Passerellidae e é amplamente conhecido no Brasil, com diversos nomes populares como salta-caminho, tiquinho e chuvinha. 

Muitas vezes confundido com o pardal, ele se destaca por seu canto característico e por ser tema da famosa canção “Tico-tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu.

Mede cerca de 15 cm, possui corpo compacto e coloração pardo-acinzentada, com faixas negras na cabeça e uma faixa vermelha no pescoço. 

Seu canto noturno, distinto e prolongado, é associado a diferentes interpretações regionais e é emitido em situações de susto ou à noite, podendo ser confundido com outra espécie devido ao tom diferente do canto diurno.

Azulão

O azulão é uma ave passeriforme da família Cardinalidae, também conhecida como azulão-bicudo, azulão-do-nordeste, azulão-verdadeiro e gurundi-azul. Seu nome científico, Cyanoloxia brissonii, significa "pássaro azul escuro com bico forte" e homenageia o ornitólogo francês Mathurin Jacques Brisson.

Os machos têm plumagem azul-escura e brilhante, enquanto as fêmeas e filhotes são predominantemente pardos, com tons mais claros nas partes inferiores. Esse dimorfismo sexual é comum entre aves da família Cardinalidae e contribui para a atração de parceiros durante a época de reprodução.

O azulão é conhecido por seu canto sonoro e melodioso, que pode ser ouvido principalmente ao amanhecer e ao crepúsculo, momentos em que a ave emite diferentes melodias para marcar seu território e atrair a fêmea.

Além do seu canto característico, o azulão é uma ave bastante sociável, frequentemente observada em bandos, especialmente durante a alimentação. Sua dieta é composta principalmente por sementes, frutas e insetos, o que o torna um importante agente na dispersão de sementes em seu habitat.

As populações do sul do Brasil tendem a ser maiores do que as do Nordeste, refletindo adaptações a diferentes ecossistemas. O azulão é encontrado em uma variedade de habitats, incluindo áreas abertas, matas, e bordas de florestas, e também em regiões urbanas.

A preservação de seu habitat é crucial para a manutenção de suas populações, já que a degradação ambiental e a urbanização representam ameaças significativas à sua sobrevivência.

Canário-da-terra

O canário-da-terra (Sicalis flaveola), também conhecido como canarinho, canário-da-horta e chapinha, é uma ave de aproximadamente 13,5 centímetros de comprimento, pesando em média 20 gramas. Seu nome científico significa "amarelinho".

A plumagem é amarelo-olivácea, com estrias enegrecidas nas costas e próximo das pernas, enquanto as asas e a cauda são cinza-oliva. A íris é negra, o bico tem a parte superior da cor de chifre e a inferior amarelada, e as pernas são rosadas. 

As fêmeas e os jovens apresentam uma coloração olivácea com densa estriação parda. Quando atingem a fase adulta, os machos ficam totalmente amarelos.

Os filhotes machos começam a cantar com 4 a 6 meses e levam cerca de 18 meses para adquirir a plumagem de adulto. O canário-da-terra é conhecido por seu canto, e é popular entre os amantes de aves no Brasil, onde é frequentemente encontrado em áreas abertas e campos.