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Vila Zelina carrega tradições e culturas de países do leste europeu | Reprodução/Youtube
São Paulo é a cidade brasileira com mais comunidades internacionais do Brasil. Diversas etnias se encontram por aqui. Descendentes de povos do leste europeu também tem seu espaço na Capital.
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Um bairro da zona leste preserva as tradições trazidas ao País por imigrantes lituanos, russos, poloneses, húngaros e búlgaros que chegaram a partir dos anos 1920.
É a Vila Zelina, responsável por transformar São Paulo na segunda maior comunidade internacional lituana, atrás apenas de Chicago, nos Estados Unidos.
O bairro fica no distrito da Vila Prudente e sua influência percorre as localidades vizinhas de Vila Bela, Vila Alpina, Jardim Avelino, Quinta das Paineiras, Vila Lucia e Vila Alois.
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As tradições dos países do leste europeu convivem no distrito com outras culturas. Na estação de metrô, ali perto, um painel homenageia os sambistas paulistanos que fizeram história. Já na Vila Alpina, o cemitério abriga um mausoléu com os restos mortais de pracinhas que lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial.
A explosão da comunidade do leste europeu na região aconteceu a partir da década de 1940, com o fim da Segunda Guerra Mundial. Mas essa história começou antes.
A história da Vila Zelina começa nos anos 1920. A Vila Prudente já tinha fábricas e começava a sua ocupação operária, que deu origem a uma das primeiras favelas da Capital, quando Cláudio Monteiro Soares Filho decidiu lotear suas terra, na região que se chamava Baixos do Embaúba.
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Para isso, ele contratou o russo recém-chegado Carlos Corkisco. Foi ele que começou a trazer os primeiros imigrantes, vindos principalmente da Rússia, Lituânia e Bulgária. As duas primeiras repúblicas já faziam parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Os primeiros imigrantes fugiam dos reflexos da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Bolchevique. A segunda grande onda chegou depois da Segunda Guerra Mundial e o crescimento da União Soviética.
Foi então que surgiu o nome de Vila Zelina, uma homenagem à herdeira de Monteiro Soares Filho. O local também recebeu imigrantes poloneses, húngaros, ucranianos, croatas, romenos e tchecos.
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Uma das principais marcas deixadas pelos imigrantes na região está na fé. Os lituanos se concentraram mais próximos de onde, hoje, é o centro do bairro. Não à toa, a praça foi batizada de República Lituana. Vários comércios também fazem menção ao país báltico.
Foram os imigrantes lituanos que construíram em pouco tempo, apenas dois anos, a igreja católica apostólica romana de São José de Vila Zelina, inaugurada em fevereiro de 1936. Por muitos anos a paróquia teve missas em lituano, mas hoje, não há padres que dominam o idioma. Segundo a secretaria, em datas específicas, há alguns cantos nas missas.
Antes disso, foi inaugurada a Igreja Batista Boas Novas, pelos imigrantes russos, em 1932, onde hoje é o bairro da Vila Bela, na mesma região. A igreja depois mudou para a Vila Zelina, nos anos 1950.
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Na Vila Alpina tem a Igreja Ortodoxa Russa da Santíssima Trindade. E na Vila Bela, a Paróquia Ucraniana Imaculada Conceição.
Apesar da diversidade de povos e da guerra entre Rússia e Ucrânia, os descendentes de imigrantes mantém juntas as suas tradições. Em 2008 foi fundada a Associação dos Moradores, Comerciantes, Empresários, Párocos e Profissionais Liberais do Bairro de Vila Zelina (Amoviza).
Mensalmente, a associação promove na Vila Alpina a Feira Cultural Leste Europeia, que tem comidas típicas dos países que foram o Leste Europeu, artesanato e venda de produtos. E, uma vez por ano, ocorre a Festa Leste Europeia de São Paulo, com apresentações culturais e musicais.
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